Quando a nota máxima é uma obrigação

Fico toda com a coceira quando vejo pais obrigarem os filhos que, por terem nota superior a dezoito, têm de cursar medicina. Dá-me uma brotoeja tal e fico com pena, muita pena, desses filhos. E dos pais.

Isto a propósito de conversas que oiço de adolescentes que fazem braço de ferro como os progenitores porque embora tenham média para tal curso pretendem formar-se noutra área. E aqui começam os desentendimentos entre pais e filhos. Há os submissos que (para vaidade dos pais) vão para medicina; há os destemidos e nem com chicote e pau no lombo vão para medicina e há aqueles que vão e depois mudam de  curso (para desgosto dos papás).

Sei de um rapaz que queria engenharia, mas medicina era o sonho dos papás. Para amortecer a vaidade do pai obedeceu. Anos depois tentou mudar de curso, solta o pai as dragonas e...
Concluiu medicina a namorar engenharia com um desejo de mudar, de fazer aquilo que gosta.
Mas os pais, esses, dizem a boca cheia: "o meu filho é médico". A troco de muito esforço; de muita abnegação, de sofrimento, contrariado. Sem qualquer realização e brio.
Um dia, diz ele, mudará.
Espero que sim, mas tenho dúvidas.

Comentários

  1. Eu também fico cheia de comichão quando tomo conhecimento de casos idênticos.
    Abracinho meu!

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  2. E depois o que acontece... médicos com pouco profissionalismo.
    A minha filha não entrou em medicina por causa da malfadada média ( pouco lhe faltava para a obter ) é enfermeira por opção e eu tenho muito orgulho na profissional que ela é.
    Bjs :)))

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  3. Acho que são os filhos que tem de escolher a área que gostam. Há uns tempos atrás a minha filha perguntou-me qual a área que achava que ela devia seguir. Eu disse.lhe aquele que tu gostares e te sentires melhor. O importante é eles serem felizes.
    Beijinhos grandes.

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  4. Essas situações também me incomodam imenso, e conheço muitas!
    Medicina ainda é o curso fetiche de muitos pais e de muitas pessoas em geral...
    E os médicos ainda são vistos no nosso país como "profissionais superiores" :/

    De qualquer forma, também há os casos em que os filhos não sabem o que querem quando acabam o secundário, que foi o que aconteceu comigo.
    Fiz a opção errada e depois mudei de curso... mas os meus pais não interferiram em nada.

    beijinhos

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  5. Eu já me contentava que o meu fosse simplesmente feliz!

    beijinhos, querida

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  6. Tudo isto reflexo da sociedade onde moramos.

    beijinho

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  7. Uma aberração esses pais!
    Nem eles por vezes sabem o que querem, muito menos o que os filhos desejam.
    Bom resto de fim de semana

    Beijinho e uma flor

    P.S. tenho imensas flores iguais a esta do teu Rural.

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  8. O Senhor doutor, ainda dá penacho.
    Ainda houve alturas em que a minha falava em medicina e se realmente fosse essa a vontade dela, pois para cá a média apesar de alta, não dava, mas dava para o país ao lado.
    Não interferi na escolha, mas também não foi para o que ela queria ( mesmo a escolha tendo sido unicamente dela), porque simplesmente não queria nada. E ainda agora começou já não está a gostar:(
    Ir, para aquilo que gostam é meio caminho andado para felicidade:)
    beijinhos

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  9. Olá, olá,

    Esta a decorrer uma iniciativa no meu blog, "Troca de miminhos", para juntas termos uma Natal mais divertido.
    Estamos a tua espera.

    http://am-vidaminha.blogspot.pt/2012/11/o-natal-ta-chegar.html

    beijinhos

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  10. Não entendo essa forma de pensar por parte dos pais...e lá está o filho será um médico contrariado...quando poderia ser um engenheiro dedicado... porque vejo que em tudo tem de haver "dedicação"...daí em todos "os pontos chave" haver péssimos professores, médicos, engenheiros, advogados etc..e péssimos PAIS! Arre que mentalidades!!!!

    Beijos

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  11. Devo ser um pai lixado...Nem os fugazes momentos de indecisão - e foram pouquíssimos, diga-se - lhes dei qualquer sugestão. A decisão foi deles a 100%.

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