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Mas que enjoo!

Acabei de passar por uma madame que de tanto perfume que tinha enjoava. Mê Dês, é preciso tanto para dar um ar de sua graça? Inda por cima daqueles fortes... Fiquei com uma dor de cabeça! Agora vou ali fazer uma cura de desenjoo. Com alecrim. Para tirar este pivete. Perfume em demasia cheira mal, ou seja enjoa.

E com esta me despeço

Quando queremos dar por concluída uma conversa nada como mandar a outra pessoas "caçar grilhos". Ou então, como se diz em Câmara de Lobos, uma cidade piscatória cá do rural, "sai da minha trás". Por isso, a partir de agora discussão encerrada ali no andar de baixo. E isto é só blogues, não é?

Eu digo estas e outras

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E o meu tio - o Cambado também, principalmente, quando alteia a racola.

Cagar de saco, que por aqui tem outro sentido

A propósito do postezinho de ali de baixo sobre "conselhos aos homens" lembrei-me da outra coisa que se faz na sanita ou seja, defecar. Ora, dizem os entendidos em auto-caravanismo que os verdadeiros auto-caravanista defecam num saco de plástico, preto é melhor, mas se não houver pode ser do Continente, Pingo Doce, Mini-Preço ou Intermarché, e porque não é preto, há que usar muitos sacos, claro, e deitam no primeiro caixote de lixo que encontram nem que para isso tenham de atravessar toda a cidade com um saco de merda na mão. E, entrementes não deitam no caixote de lixo fica a torrar ao sol na parte de trás da carripana. Lembrei-me desta cena do defecar dentro de auto-caravanas, pois que eu, rapariga que adora auto-caravanar, mas que não percebe nada de auto-caravanas e de auto-caravanismo, segundo a leitura de quem se acha entendido, nunca nesta vida faria tal coisa dentro de  um saco, mesmo sendo preto, e nunca atravessaria o parque de auto-caravanas com um saco cheio de

"Estou derreada!"

Esta frase era muito aplicada há uns tempos atrás pelas mulheres de Câmara de Lobos, a justificar o trabalho que tinham quando o marido vinha da pesca. Eu, "professora-ruça-quixinhas-dócles" novata no serviço (de leccionar) não entendia a razão de estarem derreadas, só porque o marido tinha regressado da pesca. Foi preciso me fazerem um desenho e explicarem através de gestos o que significava. Hoje, estou derreada! E não, mê senhor não é pescador, mas pesca sim senhora. Refiro-me a bodiões, que é como quem diz cabecear com sono, assim que se senta. Mas, estou como as mulheres de Câmara de Lobos. Derreada!

Passa para cá o atarraxador

O mê Gu-gu, e porque o pai é do retângulo, não sabe o que isto é. Sim, amigos é que por cá, no meu rural, chamamos atarraxador à chave de fenda. O pequêno fala "à política" como se dizia antigamente àqueles que puxavam pela via para falar à continental.

Madeirense puro

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Que é como quem diz: apanha o papel do chão. Também se usa para amealhar dinheiro. "Eu vou ajuntar dinheiro pa mercar um tilhefone".

Deitar sentido

"Os pais devem deitar sintido aos filhos. E eles, nan deviam deixar o piqueno ao deus-dará." Palavras ouvidas por aí a respeito do desaparecimento do pequeno Daniel.

Junquilhos

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Diz-se ser a flor que desabrocha ainda antes da primavera se anunciar. Diz-se chamar-se narciso, o símbolo da vaidade. Os junquilhos, por cá, colhem-se no inverno para embelezar a lapinha. De um odor intenso, exalam o seu perfume e detecta-se à distância. Estes da fotografia estavam à venda no Mercado pela altura do Natal.

Vinde até mim e digam

Mulheres do meu burgo, cheguem-se aqui, mas tragam o bordadinho que hoje vamos falar da vida alheia; escolham um banquinho, abram a cesta do bordado e façam filhitro à volta dos lenços para entregar na casa dos bordados. Mulheres minhas, já tão assentadas? Atão "vamilhá" a pôr a bilhardice em dia. Mas antes de se bilhardar da vida alheia, digam-me: já limparam os armários pá Festa? Já puserem as "images", os santinhos de molho na banheira da casa de banho? Já tirarem o pó do guarda-fatos e as teias de aranha do tecto? E sacudirem as roupas de cama antes de guardar-elas que o itono já tá a espreitar? E os cacarecos pa enfeitar a lapinha, já tirarem do sótio? Atão antes de saber da vida dos outros andor lá limpar a casa cu natal tá quasaqui.

Quem ainda não teve que se aproxime

Por aqui anda uma Pulga, a do meio cheia de bexigas loucas. ou se dizia em bom madeirense bexiguei-lhoucas. Começou com uma depois outra e de repente uma explosão de bexigas. Coça aqui, coça ali, confirmou-se: varicela. Por isso, quem quer uma dose, praí um meio quilo delas chegue-se aqui; meio "quilhinho" sim, que tem de dar para todos. Quem é que levanta o dedo? É de borla, nem a Troika, nem Passos de Coelho nem Gasparito metem o dedo, ou seja livre de impostos.

Não há nada melhor que...

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... Fazer um assalto. Esta foi a ementa de sábado na casa do meu cunhado. Acrescento que a entrada foi Cabeças de Espada Frita. O resto está na "imenta". Para sobremesa: sonhos e malassadas.

"Acordei com o tração no rabo"

É uma expressão madeirense para justificar as atitudes menos agradáveis; é como dizer que acordei com o rabo de fora ou com o cu pá lua; em suma irritada, esbaforida com a vida. Nós dizemos com o tração, e por favor não me peçam para explicar o que é o tração (se é carne peixe ou marisco) que eu própria não sei o que é, mas, bom não deve ser, disso tenho a certeza absoluta. Por isso, depois de ter acordado reles com um cavalo tenho ainda a energia toda, assim sendo já aspirei, lavei, pus roupa no estendal, tirei outra porque canão não havia espaço, lavei o quintal, prontes , acordei como um cavalo e trabalhei com´um burro e estou aqui mais rija cum corno velho pronta a fazer mais umas actividades; ou seja, espairecer e ler as últimas publicações enquanto não é hora de fazer o jantar. Abram alas caqui vou eu.

Ai se eu te pego, ai..ai

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Às nove da manhã, de uma linda manhã de chuva e orvalho com nevoeiro à mistura (até parecia que o Pedrocas estava a fumar e a mandar o fumo cá para baixo, maroto!), eis que sou alertada pela Pulga "maiveilha" que alguém estava a tocar à campainha. Levantei-me com aquele humor próprio de quem é acordado, assim, com uma bela dumas trombas de fazer inveja ao elefante, e lá vou ao intercomunicador mesmo sem óculos a ver a se distingo tão bela personagem que me fez levantar a âncora logo cedo num dia feriado. Até pensei que eram aquelas personagens, as bruxas, perdão, as testemunhas, mas não. Digo "sim" com aquela voz de aguardente ou bagaço... _ Professora - e identifico logo a voz de um antigo aluno meu que costuma vender produtos que cultiva.- Quer abóbora amarela? - "Só se for para te mandar pós cornos desde aqui do segundo andar até ao beisemente!" pensei eu ao mesmo tempo que colava a boca para que não saísse nada mal-educado pela manhã (caramba, ai

692

692 era a quantidade de mensagens que tinha no telemóvel. Acabei de apagar todas. Isto só na caixa de entrada. E depois, dizia ele que tinha a memória cheia. Pudera, fixar, coitado, tanta mensagem é obra! Engraçado é que vinha cá escrever qualquer coisinha sobre um assunto e escrevo esta futilidade. É que para iniciar sessão tinha de entrar um número que me mandam para o telemóvel e não  conseguia ler a mensagem que correspondia a esse código de verificação. Afinal estava a abarrotar de mensagens.  Um poder de Deus (como se diz por cá referindo-se a grande quantidade ou coisa grande) ou um um orror (querendo dizer: um ror) de mensagens era o que tinha!

E hoje...

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...Até que entra Agosto. E a família Pulguedo vai de  férias. Fotografia: As Pulgas debaixo do guarda-sol

Patriota é...

...Logo pela manhã estar de tronco nu com o cachecol de Portugal ao pescoço e uma "mamada" no corpo, além da "cangueira" nas pernas, tal era...Não se aguentava de pé. Um dos meus vizinhos daqueles que nada fazem...de útil. Por-tu-gal, Por-tu-gal. Mamada=bebedeira cangueira=fraqueza

Escafiar

Realmente, nós madeirenses, temos muitos vocábulos desconhecidos, não para nós que os usamos, mas sim para a maioria das pessoas, quiçá neste grupo incluído alguns madeirenses que hoje em dia gostam de falar à política" ( prontes , mais um cá dagen te!, quer dizer falar bem, usando termos e palavras que não se percebe o significado, exactamente como os políticos). Atão "escafiar" é o mesmo que limpar, apurar. E foi assim que passei o dia de ontem o de anteontem e o de hoje vai pelo mesmo caminho. E caramba, nem tempo tenho de visitar os amigos daqui, da blogosfera. E é uma actividade que gosto tanto e que faço com muito prazer. Mas não posso. Não ementes tiver trabalho para fazer. E a festa de anos, da minha filha, para preparar e o raio da cozinha ainda por acabar! Bem, vou abalar antes que comece a dizer aqueles palavrões que estão na ponta da língua. Fecha a boca, avoGi!

Ai se eu te pego

É verdade, fujam enquanto é tempo e nem olhem para trás. O mê Gu-Gu pegou-me a gastroenterite. Ontem e hoje nem ver nem olhar nem saborear comida. A modos que estou grávida, só o cheiro me incomoda e corro logo para a sanita. Repuxo, sim sai de repuxo, por isso é que digo: fujam. E imaginam ter de organizar a comida para a festa de anos da Pulga e depois não comer nada? E não sei como tenho tanto para expelir! Só ainda não rabicei. Por isso a coisa tá feia. Mão na boca, "engulhos" (vómitos) dores no corpo, picadas que mais parece que alguém me anda a picar com alfinetes...

A crena e a catrapilha

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 Ora bem , lá vou eu ter de explicar mais uns termos madeirenses aqui pó pessoal. Até gosto. Muito bem e palmas a quem sabe, a quem não sabe vai já ficar a saber. Por isso já podem : clap clap clap Catrapilha= escavadora É o que acontece quando a marca designa o objecto- Caterpillar, mas como nós usamos o dígrafo "Lh" em vez de "L"quando este se apresenta depois do "I" dizemos: catrapilha  assim como Gillette (também dizemos gilhete) Crena= guindaste Vem de Crane (inglês) porque nós fomos colonizados pelos ingleses daí o anglicismo. Agora escrever 50 vezes  cada uma das palavras. Mais dúvidas, disponham.