Mensagens

Esta história de mandar mensagem

Vulgarizou-se o envio de mensagem que, agora, em vez de se dizer telefona, diz-se "manda uma mensagem". Mas, a mensagem, não explica nem exprime o nosso tom de voz, os nossos sentimentos, nem favorece o debate de ideias o que leva muitas vezes a más interpretações. Por isso, mandem mensagem aos vossos familiares e amigos, sim, façam uso desta nova forma rápida e vulgar de praticar a escrita, mas, telefonem de seguida, nem que seja a perguntar se receberam a mensagem, numa de se certificarem que não há mal-entendidos. Conselho de quem usa muito a mensagem e já foi mal interpretada.

Não há quem possa!

E se houver dê um passo em frente ... Acabei de tomar um banho depois de transpirar rios de água durante a tarde pois, hoje, foi dia de plantar couves, e até parece que oiço um zum-zum de vocês a dizerem baixinho: "mas esta agora deu-lhe para ser agricultoura?" E eu, que respondo a tudo o que me perguntam e até mesmo quando não me perguntam eu respondo, digo: "tendes razão. Tendes razão. Agora sou cultivadora". Também faço voluntariado mas isso é coisa para outro postezinho. Mas, dizia eu, antes de me perder nos intermédios que, transpirei, tomei um banho e ao sair da banheira já estava a transpirar. Ora isto é certo? Isto de transpirar tomar banho e apetecer voltar para a banheira? Calor do demo! Mas digo: não tomo mais nenhum banho.  A não ser que chova!

Louca do cão!

Expressão muito usada pela minha mãe quando se referia a cenas mirabolantes das mulheres. E, hoje, só me apraz repetir está frase quando li, no jornal I, que uma mulher quer casar com o cão depois de ter enviuvado do gato. Gente louca é o que nasce por aí como ervas. E a frase da minha mãe encaixa na perfeição até porque pode ter duplo significado. Louca pela situação e louca por animais ao ponto de casar. E filhos, quer ter, só numa de acimentar a relação?Bizarrias da vida.

Mudanças de verão

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Porque o verão lembra praia, água, risos e brincadeiras. Porque o verão é a época que mais gosto, dias compridos, crianças de férias, alegria, bebidas na praia, almoços tardios na rua. Tempo de festas, arraiais, concertos. Porque eu sou, assumidamente, uma amante do verão. Porque as Minhas Pulgas merecem um destaque no cabeçalho: Gu-Gu, Baixinha e a Maiveilha no que de melhor sabem fazer: brincar.

Ai, pois tenho!

Estava eu prontinha para sair com uma bruta mini-saia, quando reparo que o cabeça de casal olha para mim a mirar-me de cima abaixo. Pergunto se há algum problema, julgando eu que poderia ter as beiças borradas de batom, ou as chinelas de quarto em vez da sandália linda de morrer ou, ainda, um monco, ranho ou macaco no nariz. Nada disso. O hôme olhava de agrado para o meu curto vestido. Estava eu de perfil quando diz-me: - Mas esta mulher pensa que tem trinta anos. - Tenho sim. Nesta - e bato na perna esquerda - tenho precisamente trinta. Esta - e bato na direita - ainda tenho: vinte e nove anos, sete meses e três dias. Por isso estou própria para consumo e dentro do prazo de validade.

Não há no mundo vizinho melhor que o meu

Vizinho foi de férias, bem merece, caramba, casa às escuras sem gato nem cachorro a vigiar, a não ser os meus que saltam para a casa dele, mas era uma escuridão de demo, à noite caté metia dó. É que, no período normal, no dia a dia, vizinho tem sempre, acho que por esquecimento, a luz da rua acesa. Aproveitei para dizer às Minhas Pulgas que vizinho tinha metido férias, incomodado com o barulho e a galhofa que fazem quando estão na piscina, abre parênteses para dizer que entre gritinhos devido a jogarem água, aos gritinhos quando falam, sim que esta canalha d' agora grita por tudo e por nada, até quando dialogam, gritam sempre, mesmo quando são castigadas, e fecha parênteses para continuar no que prá qui vim, antes que se esfume no pensamento. Atão vizinho chegou hoje das merecidas férias (e, vai ter de ouvir as Pulgas que continuam a gritar e a galhofar durante o dia), mas como interessa manter a boa vizinhança, a casa já está iluminada. E ele, como sempre, deixa a luz da rua ace

Que pirosa!

Num lanche com o presidente do Governo Regional da Madeira, ao qual estive presente (ei, batam palmas com força, quero ouvir) uma dona de casa toda perfumada, cheirosa, um vestido branco, orlado a prata (que mais parecia uma noiva), óculos à Amália Rodrigues, pulseira no tornozelo, como se dançasse "morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela...", umas sandálias, prateadas, a condizer com os ornatos do vestido, de salto com tiras em cima dos dedos, por acaso, até achei-as giras e, estando eu a babar em cima e a pensar como ficariam tão bem nos meus pézinhos de Cinderela, tamanho 39, os meus olhos, estes que a terra não vai comer, pararam e esbabacaram nos dedos, principalmente, o mindinho de cada pé. O dedo, senhores, o dedo mindinho de cada pé, saía por entre as tiras do sapato e arrastava no chão. Ia-me dando uma aflição caté fiquei com falta d' ar. Que piroso, que obsceno, diria até! E só me apetecia tirar-lhe o fôlego, isso não se faz a umas sandálias t

Cabra?

-  Avó, a mãe é cabra! - diz a Pulga, a Maiveilha na hora do almoço. Engoli em seco, caramba, ouvir isto da boca duma criança referindo-se à mãe, uma p' ssoa até fica encabeçada. - Avó, e tu o que és? Ai, Jesus, piorou, esta agora!, se a mãe é cabra eu serei, supostamente, um .... Recuso-me a pensar. Olhei bem no olho da gasguita e ela, arregalada por ver-me arregalada, diz: -Avó, é aquilo dos signos! A mãe é cabra qual é o teu? - até suspirei de alívio. E bati no peito...e sentei-me a respirar fundo.

Bucho virado

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O mê Gu-Gu - o rapazinho que a foto apresenta, andava semenos, emantado, melhor dizendo. Assim que vi aquele estrepela que não pára um instante sossegado, ali jogado num canto de cabeça deitada percebi que algo estava mal. Ontem esteve num insuflável, deve ter dado tantas cambalhotas e trambolhões que virou o bucho. Atão, não há como munir-me de creme, antes era com azeite, mas está caro para isto, deitar o buzico na minha cama, de barriga para o ar e dar-lhe uma massagem a fim de endireitar o bucho. E não é que, agora, o estapilha do pequeno já corre e salta como nunca? E já se baloiça na rede? Daqui a pouco tem, novamente o bucho virado. Mãos milagrosas, as minhas! E as minhas manias de endireitar o que está torto.

Já passou, já passou...

Não, não é a canção da Violetta, embora eu a ouça trautear vezes sem conta, também não é a frase que se diz quando uma criança se magoa para atenuar a dor e desdramatizar a cena. É somente ele. Ele passou por mim a correr. Não foi o autocarro de carreira, também não foi o mê senhor, embora tanto um como outro passou... Foi...foi...foi o fim de semana. Caramba, queria tanto agarrá-lo e retê-lo pois que foi um bem-bom. A começar pelo Março Paulo em Santana, passando pelos Xutos e Pontapés, no Parque e acabando numa festa de anos, digo, nem o vi. Já passou, já passou como canta a Violetta; já passou e nem o vi. Boa semana.

Conduzir a ver o Masterchef...

Uma inglesa foi multada por isto mesmo. Imaginam, por um momento, a cena? Eu não. Conduzir exige toda a atenção ao processo, como é possível fazer duas coisas tão distintas ao mesmo tempo? E ela, a infratora, ainda se sentiu lesada. Shite, faquingue rell (em inglês, pelise).

A oeste nada de novo, a não ser uma querida que me chateia

É verdade, estou a modos que amorfa sem nada para dizer a não ser que tenho anónimos (ou será só um e faz este estardalhaço todo, hã?) que não me deixa(m) na paz de cristo. Oh, Deus, faz com que dê uma verruga bem grande na ponta do dedo mindinho do pé, mas assim tão grande que não possa calçar um sapato, naquele (ou naquela) que me chateia com frases obscenas e manda-me, assim, para sítios onde nunca irei por mais que ele (ou ela) queira. Oh, pazinha, ou pazinho (mas não sei porquê, julgo ser mulher, quiçá aquela intuição feminina) já agora vai tu e mete tu no sítio...aquele que sabes pois mandas-me sempre...pois que na minha tenho outras coisas melhores para meter. Experimenta e depois logo se vê, sim? Caramba, já não se pode estar aqui, escrever sem ofensas obscenas! Desculpem, vocêzes que não têm culpa do meu azedume e, se ofendo por pensamentos, palavras e omissões peço desculpa.

Outra boa parideira

Uma mulher espanhola de 37 anos escondeu a gravidez da família e marido e, assim que pariu, meteu o recém-nascido dentro de uma mochila, juntamente com um biberão e chucha, num contentor de lixo. Riquinha mãe está! Merece um louvor por acreditar que no outro mundo ele precisaria de comer e chucha! Ela está presa e o bebé no hospital tendo já recebido alta médica. E eu cada vez mais perplexa com a humanidade!

Boa parideira é o que é.

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E eu que levei mais de 24 horas para parir, a modos que fico de queixo caído quando leio isto. Há quem diga que prefere parir do que ter uma dor de dentes. Está é mais uma vontade de evacuar.

Uma sombra

Mê senhor está a lavar o quintal e constacto que há uma sombra que o persegue. Mas ao reparar bem a sombra não se assemelha, em nada, a ele: mais pequena, mais estreita, mais nova (como se pudéssemos identificar a idade numa sombra, mas enfim!); e depois tanto está atrás como ao lado como à frente. Uma sombra movediça. Um sombrinha que atropela o avô.