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Vou ter de ir ao médico

Aquietem-se, não estou doente (bato na madeira e faço cruzes para afugentar o mau-agoiro), mas aqui a "raspariga" que vos escreve faz, no próximo mês, calquercoisa como sessenta anos e, vai daí, é necessário renovar a carta. Oras, minha gente, pagar sessenta "eros", como diz o senhor José - o Venezulano da venda da esquina, por uma consulta só porque preciso que um médico ateste por sua honra que não sou um perigo quando boto as mãos no guiador do carro, não é de ânimo leve. Atão, já pensei em inventar umas coisinhas para justificar o dinheiro gasto. Que devo inventar: Gripe? Brotoeja? Uma dor nas aduelas? Comichão no céu da boca? Bexigas loucas? Amargos de boca? Cabeça que já não é o que era? Dúvidas, só dúvidas...

Um certo calor nos pés

Sou rapariga de extremos, tanto tenho os pés gelados como os tenho a ferver. À noite arrefecem durante o dia aquecem. Vou ter comprar um termostato mas, adiante... Hoje calcei umas sabrininhas lindas de morrer que me custaram poucos euros, naquela loja que começa com "Pri" e acaba no mark e, assim que saí à rua só me apeteceu jogar-elas pá ribeira. Estava um calor do demo e os pés desataram a ferver. Desejosa de chegar a casa para calçar as chinelas e de poder arejar os pés nem curti o passeio e o café tomado à pressa. Assim que entrei à porta "ala que faz-se tarde" mudar de calçado. Agora elas jazem quentes à janela para tirar o cheiro próprio de quem tem os pés a verter águas. Mas que calor ali pela hora do meio-dia!

Quem sai aos seus não degenera

E quando ao fim de um tempo vens a descobrir que tudo aquilo que diziam sobre uma pessoa confirma-se? Que, na realidade, a pessoa é como era retratada pela família e não como eu pensava que era. Quantas vezes fiz ver que, por vezes, temos de dar o braço a torcer para que a relação prevaleça. Não há necessidade de ressentimentos com os membros da família por que acima de tudo família é o bem mais precioso que temos. Tanto contrariei quando me falavam sobre o feitio dessa pessoa, quando me diziam "cobras e lagartos" ... "Tenta falar com ela", "pode não ser bem assim", "esclarece o assunto", pois é a falar que nos entendemos. "Eu também tenho filhos e, por vezes, temos de engolir sapinhos, sapos e sapões", dizia-lhe... Estou decepcionada! É como diziam. Comprova-se...Faz-me ver que, realmente, a família conhece bem os seus. Só uma mãe conhece bem as suas crias.

A propósito de

A sério, minha gente, detesto dormir de meias. Sim, sei que com este tempo virado a norte sabe bem umas meiinhas nos pés de gelo, sim, também sei que com pés frios ninguém consegue fechar os olhos, salvo seja, claro que os gatos também fazem a vez de meias eu sei, e os cachorros aquecem, sei disso, mas aqui, nesta mansão, cachorros e gatos dormem na rua. E, como estava a dizer antes de me perder nos conformes, não durmo de meias por uma simples razão: não quero que o manda-chuva do céu se lembre que, em virtude de eu estar de meias estou preparada para bater as solas. Sabem que os mortos é que vão de meias no caixão e, cada vez que alguém me fala em dormir com esse acessório sobe o arrepio pela espinha acima só de me lembrar defuntos e, olha, quingraçado!, hoje é o dia deles... Por isso, nada de meias não quero criar expectativas lá no céu. Manias, só manias...

A noite passada dormi mal

Mas esta noite vou dormir melhor. Deitei-me. Tinha duas pedras de gelo em vez de pés, movimentava mas não aquecia. Levantei-me e fui buscar um robe turco e coloquei-o sobre as pernas. Os blocos de gelo não derretiam. Os pés continuavam gelados. Vira e que trambulha e nada os aquecia. Diacho! "Ah, pois, já sei o que dá aconchego." Novamente levanto-me e procuro no escuro através do tacto. Encontrei. Fui para a cama e coloquei o objecto sobre mim. Eu sei, sempre soube, que o robe da minha mãe faz milagres. Esta noite dormirei melhor com o seu aconchego...

Quando os pais não aceitam a homossexualidade dos filhos

Presentemente, assiste-se ao aceitar os filhos como eles são, refiro-me às relações entre pessoas do mesmo sexo. Mas, ainda há os que são relutantes, fazendo com que os filhos se afastem da família para viverem a sua relação longe de quem os devia aceitar e  que reage de forma contrária. E estes filhos tornam-se duros, secos, com uma carapaça que os protege. E os pais tornam-se amargos. E para não cairem na falácia da sociedade, arranjam desculpas espatafúrdias para justificar o afastamemto dos filhos. E tornam-se emperdenidos na relação com eles, deixando até de lhes falar, chegando ao ponto de mudar de sentido quando se cruzam com eles na rua. Para desviar atenções atacam as relações entre pessoas do mesmo sexo, relatando momentos presenciados com uma total repugnância digna de quem acha serem seres abjectos, quiçá, para desviar atenções ou, até, saber a opinião dos interlocutores. E apontam o dedo quando vêem momentos de carinho entre homossexuais, "olha, dois de mãos dada, q