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Natal

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E, por favor, não me falem em natal que eu desato a jogar bolos do caco com manteiga d'alho... Fico a pensar que serei a última desta espécie que sabe que o natal é em Dezembro e não, como diz o outro, "natal é quando um homem quiser". E quando me falam em bolas, espiguilha, fitas, azevinho, laços e gambiarras aí até os meus olhos fogem e tenho de correr para os voltar a pôr no sítio. Vivam cada época na plenitude, sacudam a carepa das castanhas das saias, comam os figos passados e as nozes, provem o vinho e a gerupiga, deixem que as árvores se dispam, varram as folhas do chão, deitem tudo ao lixo e só vão ao sótão espiar as caixas de decorações, abram a tampa para arejar até ao fim de novembro, limpem a casa, porque as cascas de noz e de castanhas metem-se em todos os cantinhos, assim como as folhas das árvores, tirem todos os vestígios de São Martinho e do outono... aí sim, descansem as pernas, fechem os olhos, imaginem a decoração e só depois metam mãos no natal. São M

Dois meses...

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Dois meses é muito tempo e foi, precisamente, o tempo em que estive sem telemóvel. Sem telemóvel não é bem isso, mas era tão jurássico que era o mesmo que não ter. O meu querido companheiro de há muito tempo foi deixado por mim a congelar, digo congelar que embora não fosse no congelador mas, para ele, foi quase isso. Esteve no frigorífico algum tempo, o tempo suficiente para que eu me lembrasse onde o tinha posto e o tempo suficiente para o estragar porque a minha cabeça já não é nova. Nem todos os afagos quentes nem todo o carinho que lhe dispensei, nem o calor que lhe dei se o fez voltar à vida quando num momento de lucidez me lembrei onde ele poderia eztar, pois tinha esgotado de procurar por todos os lados. Foi a reparar e esteve dois meses porque esta pandemia mais o facto de viver numa ilha e mais o facto de não haver materiais deu nesta espera. Queimou o ecran o diacho, devido ao tempo em que esteve no frio.  Mas já o tenho e agora só não me quero esquecer desta história e a ve

Há mães que não merecem os filhos que têm

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Custa-me tanto ver uma mãe que passa pela filha e não lhe liga nenhuma. É desmotivante. Eu até já lhe fiz a ver que ela é que a pariu, não há razão para não lhe fazer um carinho. Ainda ontem, numa conversa entre nós as duas e ela de olho arregalado para mim disse-lhe: "olha lá, porque razão não falas com a tua filha? Não vês que ela está ali a olhar para ti à espera de um carinho? Que foi que aconteceu de tão grave para a desprezares? Porquê que a desprezas? É por te fazer lembrar o passo mal dado que deste que resultou neste nascimento? Ainda mais não saberes quem é o pai da cria?" Não me deu resposta, abanou-se toda e saiu. A coitada da filha bem que me diga um afago, olha para a mãe, toda carente mas esta segue o seu caminho sem olhar para trás.  Não vale a pena a minha intervenção, esta gata selvagem jamais olhará para a gatinha que foi abandonada à nascença e que eu cuido. Daí ela andar sempre entre as minhas pernas, olhar para mim à espera de um carinho como se eu fosse

O twitter nunca mais será igual

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Ontem, depois do resultado para o líder da potência mundial dormi melhor, até ressonei toda a noite. Ontem o antigo lider disparava em todas as direcções qual Django , Sabata ou até mesmo Bonanza . Ontem respirei de alívio e o meu pensamento foi para os quase 250 mil americanos que faleceram devido a esta pandemia. Ontem até sarcasticamente dizia que estes óbitos seriam os votos que lhe faltou para vencer as eleições mas, infelizmente, não votaram por culpa de um louco fanático que levou à morte milhares de pessoas. Ontem ao rever as imagens preocupei-me pois que, daqui a alguns dias mais óbitos haverá por culpa de um déspota que geria um país pelo tweeter que fez campanha sempre sem o uso da máscara e sem distanciamento, e o povo vai atrás desta personagem que ficará na história como o presidente que levou à morte os seus conterrâneos. De hoje em diante o tweeter não será o mesmo, vou sentir a falta dos seus tweets... Fotografia: Avenida Central em Braga, verão 2019.

Esta pandemia...

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Chegou, entrou, fez-se de casa, tomou as rédeas das famílias e quando se pensava que estava de saída, de repente, rodou sobre os calcanhares e voltou a entrar. Quando ando na rua tenho receio, uso máscara e não me aproximo das pessoas e, se por acaso alguém se aproxima de mim afasto-me, mas sinto-me mal por este comportamento. Sou rapariga de abraços e beijos e custa-me encontrar alguém conhecido e ficar distante sem um toque sem um abraço. Podem-me criticar mas nunca deixei de beijar e abraçar a minha família, simplesmente não consigo estar ao lado deles e proceder como estranhos.  Fotografia: Moinhos da Apúlia, litoral norte

Trump e as trampas

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Sentada na minha poltrona à espera do resultado das eleições para "O dono do mundo", e não há forma de sair resultados. Num dia oiço "contem todos os votos", no dia seguinte "não contem os votos", oh, diacho...estas eleições vão dar cabo do meu rabo, é que, estou sentada desde ontem e juro só me levanto quando souber quem vai ser o presidente e, que não seja aquele trampas de bico de ave amarelo com pelo cor de cenoura. E quando o vejo só me lembro de estrelícias e, outro nome dado a esta flor é mesmo ave do paraíso, e não é que o "trampas" é uma ave (rara) no paraíso? Estou farta de esperar...vou levantar-me desta poltrona que já tem uma cova funda e quente e sentar-me na outra e esperar.... Fotografia: Estrelícias num jardim perto de casa.

Vogue, Cristina, Maria

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Logo hoje que tinha uma sessão fotografica é que o terçoilho apareceu! Anda uma pessoa a pedir para ser capa de revista da Vogue, da Cristina, até da Maria, assim numa pose arrojada e vem este estapilha dum raio se aprantar na cara. Caramba, se fosse num outro sítio, que remédio, até nem me aborrecia pois tenho tanto corpo onde podia nascer um terçol, mas é logo no olho. Por que é que tem de ser no olho? Só tenho dois e preciso deles para ver o mundo. Ai a minha cara, minha santa Teresinha! Ora esta coisa dificulta-me a visão e parece que estou a fazer sinal de ás como estivesse a jogar à bisca. E toda a gente olha pra mim na rua, não é que não goste mas com um terçol no olho não. Fotografia: Sistelo, Arcos de Valdevez