Este rapaz é um judeu
O mê Gugu acaba de jogar um rato de computador com o qual brincavam. Baixinha, a alcoviteira de serviço permanente sobe a correr os degraus, de dois em dois, para não perder as palavras que vinha dizer, e comunicar em primeira mão, o acontecimento.: que jogou pelo, que caiu ao chão, que partiu...e agora, avó!... Chamo o rapazinho para a respectiva sarambanda e mando-o sentar de castigo no banco da cozinha e reflectir no que fez. Senta-se e ri-se, enquanto eu, avó extremosa, tenta, vá lá, arranjar com fita-cola o desdito, olho para ele e digo-lhe, muito séria, que vá pensando em tirar dinheiro do mealheiro para a compra de um. Bem, aqui é que abriu a torneira dos olhos, e como se dizem em bom madeirense: "ai, Virgem Maria, aquilho à que foi chorar!" Assim que ouviu desembolsar dinheiro parecia filho e neto de judeus.