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A mostrar mensagens de outubro, 2020

É difícil de acreditar...

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Lembram-se da publicação que fiz àcerca do meu amigo que faleceu dia 18 deste mês, cujo irmão tinha falecido um ano antes? Lembram-se de dizer que tinha os pais ainda vivos a sofrer com as perdas dos filhos? E que a mãe esteve hospitalizada na mesma altura do filho? Pois venho cá dizer que, passados quinze dias da partida do filho a mãe partiu. Ela foi--se abaixo e não recuperou. Agora fica o pai, com 91 anos, sozinho a sofrer por todas estas partidas da vida. Será que o filho a chamou? Ele era o suporte dos pais, o seu amparo. Sabia que eles ficavam a sofrer, será que lá dos céus ele a chamou? Fotografia: Ponta Delgada, São Miguel, Açores

Muito boa vizinhança...

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A minha empregada, não Moi-Même, mas a que vem cá a casa passar a roupa a ferro, enquanto ela passa eu também passo...umas brasas...e, como que a dizer: ela estava a engomar e eu a descansar, mas compadecida por estar há algum tempo de pé a surfar na tábua, fiz um café e levei-o. Ela interrompeu o serviço e mesmo em pé bebeu o seu cafezinho ementes falava dos vizinhos que, embora sejamos vizinhas, eu não conheço os outros que ela conhece pois que vivem num bairro. "Aquele que passava aqui - e, de braço esticado, apontava para a rua - sempre bêbedo, morreu. Olhe foi uma caridade que Deus fez. Nem imagina o que a mulher disse. Coitado do pobre do homem, mesmo morto ela continuou a fazer das suas, das delas, credo, o que se diz do pobre do homem mesmo depois de morto!". Nem quis saber o que " se diz" depois de morto embora acivinho o que seja. E continuou... "Sabe aquela que anda sempre atrás do marido?" Eu respondi que não sabia, "não sabe? A pêca, essa

The show must go on

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Onde está a coerência? Faço esta pergunta, pode ser que alguém saiba onde ela vive, quiçá em confinamento, é que não se a vê...e preciso de quilos dela para entregar a quem nos governa. Quer dizer, ouve-se que vamos repensar o natal em família, se vai haver proibições e depois sabemos que não repensaram no espetáculo da formula 1 no Algarve. O mal está nos ajuntamentos, daí a proibição de se deslocar entre concelhos, mas se tiver um bilhete para um espectaculo, que segundo se sabe junta pessoas, pode passar, é por isso que fico com a dúvida se 25 mil pessoas não são um ajuntamento. Segundo os nossos governantes ajuntamento é estar os familiares a colocar flores e a rezar aos defuntos na campa do cemitério. Assistir a espetáculos e desportos não junta pessoas, daí não serem considerados ajuntamentos, ironia pura...Só me apetece cantar: "The show must go on". Fotografia: Porto da Cruz, costa nordeste da ilha da Madeira

Se é para usar que se use

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 Tanta tinta a correr nas redes sociais, tanta gente a morrer e ainda há quem faça ondas e sejam renitentes ao uso da máscara. Se em cada família houver um óbito por esta pandemia, aí sim, sente-se a pele a rasgar, a lágrima a correr, quer chorar e não as ter e o coração dilatado de tanta dor. Só assim, a pessoa reflete na situação e nem põe em dúvida o uso da máscara. Eu uso desde há muito, pois que, na região já é obrigatório desde o verão. Se incomoda? Sim, e, para mim, com problemas auditivos e um nariz cheio de cicatrizes, ainda piora a situação, mas uso, porque a vida é preciosa. Fotografia: Via rápida no Funchal.

Subsídio de mobilidade

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  Eu até podia contar a saga do subsídio de mobilidade...eu até que tenho tempo, isso não me falta ...eu até podia dizer que fui quatro vezes ao correio para levantar o subsídio, até podia acrescentar que estive da segunda  vez um hora à espera e da terceira vez cheguei tinha fechado há quinze minutos e reabria daí a hora e meia ...também podia dizer que esperei na porta uma hora e quinze minutos armada de mascarilha..podia contar tudo que, graças a Deus, tempo não me falta...até posso só dizer mais um poucochinho....que fui a segunda a ser atendida e faltava um papel...e até posso dizer que para levantar o dito foram seis folhas impressas: o cartão de cidadão, o bilhete eletrónico, o cartão de embarque....mais o impresso a comprovar que a viagem foi alterada, mais o comprovativo da alteração de aeroporto e ....agora sim, toda a gente a abrir a boca de admiração com o que vou dizer que faltava... Mais um pouco para o suspense que, como disse, tenho tempo... Faltava a copia do email. Si

Quando morre um filho...

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...morre uma parte de nós. Não há palavras que se escrevam para relatar esta perda. Perder um filho é uma dor que perdura toda a vida, pode haver esquecimentos, perdas de memória, mas nunca haverá lugar para colmatar o sentir que perdeu um filho. Por muito idosos que sejamos e mesmo com as falhas de memória inerentes à idade é impossível ficar indiferente a esta dor. Sempre dizemos que pais não deviam passar por presenciar a partida de um filho, estes assistiram a três partidas com pouca diferença de tempo, um partiu domingo, quando fez, precisamente, um ano de saudade. Como passar por isto, não sei e quando se pensava que estes pais, o pai de 91 anos, a mãe de 88, não resistiriam à partida do segundo filho, no ano passado, assiste-se agora a mais um falecimento. Este filho era o amparo, o filho que ficou a cuidar dos "velhinhos" como ele dizia... Onde vão buscar as forças para continuar a viver com a ausência de três filhos? Fotografia: Parque Florestal das Queimadas, Madeir

Esta pandemia

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Este virus dá-nos a volta à cabeça e faz duvidar de tudo e de todos.  Muitos de nós, pessoas de boa fé, e que acreditam na evolução da humanidade, acreditaram que estar em casa, confinados, em isolamento iria trazer o melhor das pessoas, íamos ser mais tolerantes, amigos do próximo e outras virtudes que tinham caído no passado. Enganados, todos nos enganámos, o confinamento não fez nem faz milagres, isso só santo António e outros santos é que faziam, mas noutra época. No tempo presente não há espaço para a amizade, "amar o próximo como a nós mesmos" esse chavão da reza foi ultrapassado pelo amar-me a mim e só a mim. Assisto, incrédula, ao desenrolar do dia a dia das notícias. E posso afirmar que perdi a confiança na humanidade. Ou eu é que sou a visionária de um país em falência de virtudes? Fotografia: Arredores no santuário da Senhora da Abadia, em Amares.

Por muito que lutemos...

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Ainda há dias escrevi que o meu amigo, de ontem, do antigamente, de quando éramos adolescentes e cheios de adrenalina estava no hospital com a vida presa por um fio. Esse fio - que era de cabelo - quebrou. Ontem, pela tarde, a vida fugiu-lhe. Por muito que lutemos, por muita esperança e tenacidade no dia certo lá está ela A Morte - à nossa espera. Foi um lutador, um homem que se levantou de todas as vezes em que caiu. Um percurso de vida sempre à procura da felicidade, em busca de algo que lhe faltava. Ontem entregou-se, deixou de lutar. Até um dia meu amigo de ontem, de hoje e de sempre. Tinha 66 anos, esperança e fé do tamanho do universo.

Há Bancos e bancos

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Fui ao banco para fazer um levantamento, coisa que não fazia há anos...vai daí logo à entrada uma desinfecção, acho bem, depois sentada em frente à funcionaria pede-me o cartão de cidadão, cedi-lhe, mete os dados e começa a desenrolar a minha vida mesmo à minha frente. Casa, carro, crédito, seguros....e desata a falar falar e eu quase sem pachorra para a ouvir uma vez que ia com um propósito, fui deavalorizando o assunto de cada vez que falava. Seguro de vida, estou bem servida, crédito, idem, carro muito bem, casa ibidem e menina despache-me, faça a que lhe pedi que não tenho tempo para mudar nada, dê-me o dinheiro e pronto, caramba. Foi preciso mesmo dizer ao que vinha e deixar-se de vender produtos... No fim, escreveu... escreveu e eu sempre tola ali sentada à espera que partisse uma unha na tecla até que diz: "vou ler a acta." "A acta?" Perguntei, "mas fez uma acta porque razão?" Explicou que é politica do banco elaborar a acta da reunião com o cliente

Doença malvada

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Quando se pergunta à família se o seu parente está a recuperar e se ouve: "tem a vida presa por um fio" o céu desmorona, o chão abre-se e as palavras perdem o sentido. O meu amigo de há mais de cinquenta anos, amigo das tropelias de juventude, das loucuras sadias de jovens numa época em que as brincadeiras eram ao ar livre, subindo árvores para roubar ameixas, arrastar-se serra abaixo num cartão, está no hospital. Quando tudo parecia melhorar vem a doença, a tal malvada que não pede licença para entrar, entra e ao entrar é como se todo o corpo fosse seu...alastra, não dando hipótese de tratamento. Fotografia: Machico, ilha da Madeira

Farta disto tudo

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Julgo que a minha cabeça estava perdida, algures, no pólo norte sem saber o caminho de volta, quando aceitei a proposta de remodelar as casas de banho. É que como se diz "procurei sarna para me coçar" e ainda "quanto maior a nau maior a tormenta". Agora é o tecto. Ai o tecto! Esse deixa-me sem tecto quando olho para os 3 mestres enfiados numa casa de banho com 9 metros quadrados, não sei a fazer o quê, só sei onde porque riem à gargalhada e quando saem parece que estiveram enfiados em farinha de milho branco. Uns anjos... E, depois, olho o chão da sala, dos quartos, da cozinha e vejo que um manto branco cobre o soalho. Mas será que posso viver a reforma com tranquilidade? Quando digo " tranquilidade" refiro-me a perna cruzada ou estendida no canapé da sala, embuseirada no sofá. E, ainda estamos numa, falta a do meu quarto e a julgar pelo andamento desta, na véspera de natal vou estar ainda a ver azulejos a serem colados nas paredes. Onde é que eu tinha a c

Frente de ataque

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"Só te deixo passar se me deres comer. E pronto." A pessoa até tem medo e mesmo a pedir licença arrisca-se a levar com umas garras cravadas nas pernas, vai daí conversa com a família e explica que tem de entrar para ir à lata tirar a porção diária, mas não os convence. Logo, de joelho no chão, afastada uns vinte metros, voltei a explicar que a comida está dentro de casa e para isso tenho de passar, precisamente, por onde está a familia. A mãe, então, olhou para a prole e mandou-os afastar. Obedeceram como os bons filhos fazem. Ufa, estava a ver que hoje dormia na rua.

Não entendo as pessoas

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Se há bicho dificil de seguir regras, conselhos e até direcções esse bicho somos nós, refaço: alguns de nós, humanos, seres pensantes, académicos, alguns até doutorados e mestres. Numa altura em que a pandemia cresce como ervas daninhas é que se fazem espetáculos? Nada contra os artistas, nada contra quem vai a esses ditos, mas por favor, entendam: não estamos bem, nada é como antes, muita coisa mudou, muitos já cá não estão. Neste momento até sou a favor de reallity shows esses, pelo menos, estão fechados numa casa. Será necessario morrer mais gente para que se entenda a gravidade da pandemia? Eu digo e tenho dito a quem falo: "só quando a morte leva alguém que nos é querido, é que damos valor à vida". Eu, infelizmente, perdi o meu irmão, levado pela mão da covid19. Por favor, se estão a ler esta minha publicação fiquem em casa, porque a nossa casa é e será sempre o nosso porto seguro. Fotografia: Via rápida no Funchal

Um porco vegetariano

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O meu vizinho tem um porco. Esse porco só come pimpinelas. Atrevo-me a dizer que é vegetariano, estou a pensar que posso afirmar sem sombra de dúvida que os vegetarianos podem comer à vontade esta carne, deste porco. Eu costumo dizer aos meus netos que sou vegetariana quando estou a traçar à dentada um belo bife do filet. Eles refutam logo "avó, mas tu estás a comer carne...." Respondo assim: "Eu sei meus lindos, mas esta vaca é da série vacas felizes dos Açores, e pastam todo o dia naqueles prados verdejantes e só comem erva. Logo se elas só comem erva se eu como a vaca logicamente estou a comer erva, se como erva sou vegetariana, é a cadeia alinentar"".Eles abanam a cabeça como que a dizer "não vale a pena contrariar! Não se aprende nada com esta avó". Isto tudo a proposito do porco do meu vizinho, salvo seja. Fotografia: Vacas felizes pastando num prado em São Miguel, Açores

Asneirona

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 Diz-se de alguém que faz asneiras ou diz asneiras. Dizer eu digo, admito, e muitas, caramba, mas fazer é onde me sinto em plenitude. É, como se diz, a minha praia. Estas obras continuam para me tirar o sossego, é todo o dia de balde e esfregona em riste. Embora tenha o chão protegido com cartões e toalhas de banho já em desuso, a poeira multiplica-se e divide-se como se não soubesse subtrair. Andei a limpar com lixívia e, todos sabemos que a lixívia é uma arma poderosa que deixa a pessoa com falta de ar e, se tira nódoas difíceis, também tira a pele dos dedos, facilmente. Que o digam os meus dedos da mão esquerda - porque sou canhota -, que lutam diariamente com a falta da epiderme nas pontas. Sim, estou abrasada, a pele caiu, olho e vejo a derme nos buracos onde há falta da que nunca devia ter caído, e posso até afirmar que perdi a sensibilidade. Sei que neste momento alguém está a abanar a cabeça como que a dizer "bem-feito, para aprenderes a colocar umas luvas", eu sei is

Desapego

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Hoje foi dia de desapego. A minha Baixinha, a neta de 12 anos, de cabelo verde e vaidosa quanto basta, lembrou-se de limpar as gavetas da casa de banho. Primeiro começou com vernizes, depois as sombras de olhos, a seguir batons e perfumes, tudo levou "descaminho", como se diz por cá no meu rural.  A verdade é que já há alguns anos que passo bem sem maquilhagem, exceptuando baton, isso não, baton uso sempre e, os meus perfumes, como disse a baixinha "tens milhares de perfumes, avó", pois sim, gosto de andar cheirosa, portanto batons e perfumes não foram para o lixo, de resto foi tudo. São as únicas vaidades que tenho. Hoje foi o dia de limpezas, e como Moi-Même está de folga, arranjei uma faxineira assim a modos que à pressa para a substituir. Ficou um brinquinho. As gavetas estão espaçosas que até posso dormir dentro delas, apesar de não ser tão esbelta quanto o desejado. Mas a pequena tem jeito para a coisa, só que demora uma eternidade pois vai mirando, vendo, abr

Mulher enganada

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Às vezes penso que procuro "sarna" para me coçar. Atão não ando em remodelações cá em casa? Meti-me a mudar as casas de banho e agora levo com poeira até no couro cabeludo. Conseguem imaginar aquele pó de obras, que fica no ar e vai baixando lentamente? Se ainda baixasse tudo num dia até nem falava nem resmungava nem dizia uns quantos impropérios, mas não, ele leva dias a baixar e quando depois de escafiar todos os cantos e, de sorriso largo e feliz na cara, Moi-Même passa o dedo nos móveis a pensar "ah, ela agora limpou bem! Agora sim, está limpo" e, afinal, tem mais uma camada de pó? Chego a pensar que é familia da cebola, tem muitas camadas e faz chorar cada vez que se limpa. Na semana passada olhei para a obra e dei por mim a brigar com Moi-Même por me ter metido neste imbróglio. Trocámos acusações, ela dizia e eu não ficava atrás, depois veio de mansinho dizer-me ao ouvido "ah, rapariga, mas vai ficar lindo!" Ah, pois vai mas até lá vais ter de limpar

Vamos brincar com Amor?

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Muitos falam sobre este tema, mas quem muito fala pouco acerta e, muitas vezes, em casa de ferreiro o espeto é de pau. Sabemos que nesta matéria quem tem um olho é rei e, embora o amor seja cego, mais vale ter olhos que barriga, porque o pior cego é aquele que não quer ver. Nisto do amor nem tanto ao mar nem tanto à serra, até porque o seguro morreu de velho. E a máxima do amor para sempre há muito que está em desuso. O amor é doce no começo e amargo no fim No amor e na guerra vale tudo e a cavalo dado não se olha ao dente, mas pela palha se colhe a espiga.  Se o seu amor não é correspondido não vale a pena chorar sobre leite derramado, mas se não quer ser lobo não lhe vista a pele. Diz-se que amor com amor se paga, faça isso, pague com a mesma moeda e pense que vão os anéis e ficam os dedos. Eu sei que não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro, mas águas passadas não movem moinhos. A lua e o amor quando não crescem diminuem. Se não tem sorte no amor deve ter no jogo, apos

Quem quer ser...professor?

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Se hoje me perguntassem "queres ser professora?" Eu diria que não, sem pensar duas vezes. Calma, eu explico, eu disse "se hoje me perguntassem..." hoje não, hoje eu quero gozar o feriado, amanhã também não, nem nos dias seguintes. Não quero ser professora hoje porque já fui ontem. "Por mais negros que sejam os tempos o professor é, sempre, a luz do futuro". Frase para celebrar o nosso dia.

238 velas para soprar

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Amanhã vamos soprar 238 velas. Vai ser complicado acendê-las todas, acho que iremos necessitar de um maçarico. Desde Março que não se festeja anos tudo porque a pandemia não permitia ajuntamentos, visitas, viagens e festas, não quero com isto dizer que vai haver um aglomerado de pessoas, não, somente a família que a altura não é propícia a festanças. Uma neta - a Baixinha - fez 12 anos em Março, o genro também em Março fez 41, a minha filha fez 40 anos em Abril e estava tudo preparado para a entrada nos 'entas', mas foi tudo adiado, depois Agosto é a vez do mê bisalho e são 36, Setembro é o mês do mê senhor que fez 64, do neto Gugu ainda nos 11 e madame-nora com 34 feitos...portanto sem contar com anos de casamento que também houve, juntando são 238 velas.  Haja fôlego para tanta vela! Fotografia: O bolo dos anos do mê bisalho, em Agosto

Atitude

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Queria eu não ter de passar por isto, mas passei e a mágoa ficou. Por muitas voltas que a pessoa dê, por muitos carinhos que demonstre nada fará esquecer que, um dia, essa pessoa teve a atitude errada e mostrou falta de confiança.