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Um estado de alma

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Muitas vezes marco reunião de emergência comigo para falar de mim. É sempre um encontro emotivo e falamos de variados assuntos. Nesta ultima reunião o tema foi "A falta de educação dos mais jovens para com os mais velhos." Eu usei da palavra para dizer que tenho sofrido desse mal que alastra na nossa sociedade. Falei alto comigo e bati palmas à minha intervenção. Ao mesmo tempo que falava de mim comigo desabafava sobre esse assunto. É deveras constrangedor a falta de educaçao e respeito para com os mais velhos. Não sou saudosista dos tempos antigos em que se um neto não cumprimentassse os avós a mão do pai ou da mãe girava no ar e caía na cara, nada disso, mas caíu-se no cúmulo de defender estas situações de má educação e falta de respeito por parte dos filhos. Os avós é que estão errados, os avós é que têm de calar, os avós é que são inconvenientes em certos assuntos e nem falar devem para não perturbar os netos... Enfim, caminhamos para uma sociedade em que as crianças ou a

Velhos são ...uma dor de cabeça

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  Hoje foi dia de ir à médica de família, escusado será dizer que há sempre cenas engraçadas a contar. Estava eu a marcar as análises e como bem sabeis sou surda e uso aparelhos para ouvir melhor, mas a máscara dificulta a leitura dos lábios e preciso de levar o hôme para me ir transmitindo o que os outros falam. Atão estava eu a dizer à simpática senhora que além de ser surda, sou cega (uso óculos), sou velha e que, tudo junto com a máscara, o calor, os óculos embaciados torna-se difícil. Ao meu lado estava um jovem....da minha idade...a ouvir a conversa e disse. "Sabe menina - e referia-se a mim -  hoje em dia é difícil ser velho (como se ele fosse), se antes era um posto e todos respeitavam agora os velhos só atrapalham." E dei por mim a reflectir sobre este assunto, e cheguei à conclusão que eu não atrapalho ninguém porque na verdade os outros é que me atrapalham... Fotografia: Na Madeira profunda.

Este meu casamento...

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  Ora viva... Há muito que não vinha até aqui.... Hoje bateu aquela saudade de escrever, escrever sem nexo sem motivo somente escrever...e digo mais...já nem sabia como entrar no blogue, andei às voltas a refundear nas minhas gavetas do cerebro a forma de iniciar e não conseguia, estava a pontos de desistir quando uma luz se acendeu....era a luz da sala e... continuei sem saber como iniciar.... Mas se há gente teimosa e obstinada essa gente chama-se "avogi" e nunca desiste nem à primeira desmotivação nem à segunda e poderei dizer que nunca desiste quando algo se mete nesta cabeça linda cheia de cachos encaracolados de cabelo. Sendo assim este meu casamento vai continuar uns dias sem promessas de futuro longo.

E é o fim

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Acabou, chega, sem pachorra para isto. A partir de hoje não há mais. Tudo tem um começo e tudo tem um fim, aliás, ao começarmos sabemos que mais dia menos dia acaba. E, para mim, hoje é o the end. Sabem aquela empreitada da renovação das casas de banho? Sabem, não sabem? Pois, acabou. Finitto.... Tenho eu de me convencer que aos 65 anos não tenho cabedal para andar a escolher mosaicos, azulejos, loiças, tintas e afins. Não tenho tempo a perder em lojas, de cabeça vazia e escolher de entre centenas de azulejos os que me satisfazem tanto no preço como na cor, tamanho, espessura, etc. Estou a ficar velha e só quero o meu sofá, a minha televisão e o meu sossego, nada de poeiras, martelos, mestres e limpezas a fundo, sim, que a poeira de obras penetra em todos os buracos que encontra. Fiquei farta de ver cartões no chão, marcas de sapatos, e esfregona, caramba a minha mão quase que não descolava da esfregona e do balde. Mas acabou e diga-se: valeu a pena. Agora quero é que amanhã venha a mu

Natal é em Dezembro

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Não sou das que pensam que Natal é quando um homem quiser. Natal não é quando o cantor quer e diz. Natal é em Dezembro mas, com este ano tão diferente até julgo que se pode fazer Natal no carnaval e a páscoa no pão por Deus e o verão no inverno. Nunca imaginei, nesta minha curta existência, passar por um período tão conturbado que me faz esquecer que há vida para além da pandemia.  Estou amorfa, sem paciência para festas não fosse ter netos em casa e este natal seria  uma época banal sem prendas, árvore, presépio.. em suma sem nada de decorações. Mas tenho netos e eles dão-me a impulsão que preciso para embarcar no natal. Daqui a dias monto a árvore, seria bom que ela se montasse sozinha. Daqui a dias faço a limpeza da casa, faço não, pago para fazerem, daqui a dias começo a hiperventilar porque Natal também é dia de anos, meus e da peste da pequena que achou ser um bom dia para nascer: o dia em que a avó fazanos, isto só para me tirar protagonismo do dia. Daqui a dias é natal e eu só

Presépio de Natal

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Um fim de semana intergeracional. Avós e neto de onze anos àcokta de materiais naturais para a confecção do presépio. Trabalho para a escola com a ajuda de familiares.

Notícias

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Vou deixar de ver e ouvir notícias. Não há uma vez em que não seja: homicídio, suicídio... Anseio o dia em que se abra um telejornal e a notícia seja: "Hoje, nada de mau aconteceu no mundo. Hoje só houve nascimentos, pessoas felizes e alegres a passear na rua. Hoje é um dia feliz porque a felicidade anda no ar. Boa noite e...por hoje é tudo. Continuem felizes". Um dia só peço um dia...farta de ouvir tristezas, violências, mortes hediondas, vírus, confinamentos.... Fotografia: Porto do Moniz, costa norte da Madeira.