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A mostrar mensagens com a etiqueta Cenas da família

Mas diz-me, tu vais a Braga a um almoço?

Perguntava-me a minha neta Baixinha, de nove anos franzindo o sobrolho, olhos arregalados​ e mãos nas ancas a modos que peixeira do Bolhão (sem ofensa), quando lhes disse que na próxima quinta feira vou viajar para me encontrar com amigos que não conheço pessoalmente. - Não conheces pessoalmente? Nunca os viste? - parou para pensar e remata depois de refazer as ideias. - Espera....Vais encontrar-te com pessoas que não conheces?  Respondo que sim. - Não é perigoso? - e aqui está a demonstrar preocupação. E repetia "vais sozinha a um almoço com pessoas que não conheces". E abanava a cabeça como a dizer: "eles recomendam para não falarmos com estranhos e depois vão almoçar com estranhos! Não entendo os adultos".

Já preenchi, já submeti, já recebi

Refaço a frase: não preenchi pois que já estava preenchido pelas Finanças, só concordei, que trabalhadores da Função Pública não há como fugir do que está lá averbado, mas dizia eu que submeti e uma semana depois "ei-lho" (falando madeirense), depositado na conta. Tão bom não é? E por aí já canta bem alto o dinheirinho do IRS ou canta baixinho? O meu cantou pianinho, mas foi bom ouvir o seu sussurro. Ide a correr, rápido, que rápido vem. E sigam a frase: "não deixem para receber amanhã o que podem ainda receber hoje".

E foi assim que aconteceu

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Ontem, a mãe das minhas Pulgas fez 37 anos (obrigada, obrigada...) e para descongestionar das comidas do domingo de Páscoa nada como levar os restos (do domingo de Páscoa) para um piquenique na serra, além do bolo de aniversário para o tradicional soprar as velas. Foi a modos que para lá de bom... Para lá de Marrocos... Sol, calor, família, risos de crianças, descanso e lazer... Fotografia: As Pulgas a fazer o que melhor sabem: brincar. A prineira foto é Baixinha empunhando a máquina fotográfica do avô a estrear-se nesta modalidade. Tem jeito a peste!

Eu não sei como se pode comer tanto!

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Não sei, juro que não sei como se pode comer tanto. Não sei vocês mas eu sentei-me ao meio-dia e levantei-me à meia-noite. Sempre a comer. Os aperitivos, as entradas, o cabrito, as sobremesas, o chá os bolos, o café e o digestivo. Garanto que se me colocar na balança e ela mexer com o ponteiro mais de dois riscos eu dou-lhe uma martelada. E foi assim o Domingo de Páscoa. Entre o almoço e o jantar ainda houve tempo de dormir no sofá ementes outros jogava à Bisca e ao Cassino. Se foi o que esperava? Melhor do que...

Ressuscitou. Aleluia

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E Ele ressuscitou dos mortos ao terceiro dia conforme as Escrituras, depois de crucificado pelos romanos na Sexta-feira Santa. Feliz Páscoa para todos os que me visitam bem como aos seus familiares. Agradeço também aos que, por esta via, me têm desejado uma Santa e Feliz Páscoa para toda a minha família.

Não vai dar tudo ao mesmo?

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Estava eu a andar a quatro patas, punhos fechados no chão, braços esticados e cara de má a aproximar do mê Gu-Gu, o neto de sete anos e, distraído como estava, digo-lhe na mira de olhar para mim. - Olha, Gu-Gu, sou um macaco. Ele olha e deixa de olhar, sem se rir (e queria eu que ele achasse piada às minhas asneiras!), ao mesmo que diz: "não és nada um macaco!" - Não sou? - pergunto eu e continuo a andar a quatro patas - mas estou a andar como os macacos, não? Abana a cabeça em negação, como que a dizer: "esta nunca mais aprende, por mais que lhe ensine" - Gorila, avó, os gorilas é que andam assim. Aprende. - e continua a olhar para a televisão. Ora toma e vê se aprendes. E tristezinha, levantei-me, deixando somente os pés no chão a pensar se realmente macacos, gorilas, orangotangos e chimpanzés não andam todos de igual forma. Dúvidas, só dúvidas... Fotografia: O mê Gugu em modo desporto radical

Esta é a Sueca

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Apareceu na minha casa vinda não sei de onde e por aqui ficou. Não sei se tem dono, nome...ela não diz nada...(e olhem que já lhe perguntei). Tem comida à descrição, um tecto para se abrigar e carinho das minhas Pulgas. Fez da minha casa o seu lar. Uma barriga monumental pois está prenha, demasiado prenha para procurar outro lugar. Já foi batizada de "Sueca" porque apareceu no dia do atentado, também por ser branca de olhos azuis. Linda, não é?

Se eu pudesse era assim o resto da minha vida

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"Ai, avó, a vida sabe tão bem!" - diz a Pulga - a Maiveilha -, de onze anos, deitada ao meu lado de pernas esticadas na relva do jardim, no primeiro dia de férias, acompanhado de um longo suspiro a olhar o infinito.

A melhor coisa do mundo é...

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Numa conversa muito séria entre avós e netos Pulgas (a saber são três: uma de onze, uma de nove e um rapazinho de quase oito, todos irmãos), a do meio - a Baixinha, (porque está no percentil baixo) disse que não queria ter filhos. Ora, eu, avó estremosa que teve dois filhos continuei a rebater que "os filhos é o que melhor se pode ter", que "é a continuação da família e que "filhos é a melhor coisa do mundo". Continuava ela que não queria ter filhos quando crescesse e ripostou: - Ó, avó, deixa-te disso "a melhor coisa do mundo" é comer batatas fritas. Pronto, desta não ter bisnetos. Mas vou ter montes de batatas fritas.

Gaspar - o gato ocioso, gordo, emigrante e que arranha quem se aproxima

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Gaspar é o gato madeirense que vive agora em Braga, mas já viveu no Porto. Gaspar é o gato que viaja, tipo caixeiro-viajante, sempre que o seu dono - o mê Bisalho - viaja. Gaspar está velho, tem dez anos e passa o dia à janela a apanhar os raios de sol. É esquisito na sua alimentação, só come ração e fiambre. Está obeso. Gaspar é um delator, conta tudo ao dono quando este, à noite, chega a casa. Além disso é ciumento. Que ninguém se aproxime do dono quando ele está presente. Queria eu ter a vida de Gaspar!

Na minha mala tem de tudo

Na mala de uma mãe cujo filho está emigrado mesmo sendo ali ao lado em Portugal Continental (para mim é como se estivesse na Austrália, tal é a sensação de lonjura) tem de tudo. Ora, o Bisalho (para quem ainda não saiba "Bisalho" quer dizer pintainho em madeirense) manda-me uma lista de saudades, que é como quem diz comidas, para eu levar. Assim, mesmo antes de colocar a roupa meto as saudades dele. É anonas, bolachas inglesas e palitos de cerveja. É fígado de novilho que levo já preparado) e milho para fritar. É milho para cozer com espada de cebolada. É bananas, é espigos... Broas de mel, de coco, de manteiga... Só depois disto tudo é que meto a roupa. Onde cabe a roupa, pergunto também vocês, meus amigos, enquanto tamborilham os dedos na mesa e franzem o sobrolho? Só acrescento que vamos dois, e só vai a mala de cabine que, na Transavia, tem o peso máximo de dez quilos. Agora é aquele momento em que levantam as sobrancelhas e dizem: hããã!? Como?! E nem pensem por

No dia do pai lembro-me da minha mãe

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Nunca chamei pai a ninguém. Não vivi com o meu pai, mas nunca me faltou a figura paterna. Sou a mais nova de cinco filhos. A minha mãe tomou o controle da casa quando o meu pai emigrou. Passou dez longos anos longe de casa, regressou mais pobre do que quando emigrou e com umas ideias que não agradavam à minha mãe; uma delas era violência doméstica. Eu nasci passados uns meses da separação dos meus pais. Conseguem imaginar as dificuldades pelas quais a minha mãe passou por se ter separado do marido, mesmo sendo ele um agressor? Há mais de sessenta anos nenhuma mulher dava este passo. A minha mãe deu, pois não dependia do marido para sobreviver. Tornou-se numa mulher dura. Não manifestava os seus sentimentos. Tinha de trabalhar para sustentar os filhos. E eu crescia sem um pai. Mas cresci. E hoje devo tudo à minha mãe e à minha tia-velha - pois que cuidou dos sobrinhos como se fossem seus filhos para que a minha mãe trabalhasse. Pai? Não precisei de um, tive muitos. Super-proteg

Pensionista e penso muito

-Avóóóóó  (e este óó parece que não tem fim) , pensionista quer dizer que a pessoa pensa muito, não é ? - pergunta o mê Gugu, de sete anos, ao ouvir falar sobre os pensionistas. Podia eu dizer que os pensionistas são os escolhidos, que são como um saco onde o governo vai roubar, perdão, retirar dinheiro sempre que precisa. E que sim, que quando se recebe a pensão pensa-se nos descontos feitos e até demasiado quando se vê os euros a escorrer por entre os dedos.

É por esta e por outras que eu sou assim e não mudo

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São estas atitudes que me tocam o coração. E me enterneço. Não teve tempo de arrumar, mas deixou um pedido de desculpa ao avô. Quem pode zangar-se pelo comportamento com esta atitude? Poder-me-ão dizer que não justifica, mas pior seria se deixasse tudo desarrumado e saísse porta fora (porque tinha uma aula). Pulgas, sempre a mexer no coração desta humilde avó!

Agora é sempre a festejar

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Aqui há dias fez 11 anos a minha Pulga primogénita, hoje faz 9 a Baixinha - a Pulga do meio, a que é espevitada como uma cozinheira, ainda em Março o pai delas, em Abril, a mãe Pulga, depois há um tempo para descansar. Maio, Junho e Julho estágio...Em Agosto há o grande arraial - anos do Bisalho (meu filho), em Setembro o mê Gu-Gu, faz oito, três dias depois o avô entra nos 61. Em Outubro e Novembro há anos de primas e algum descanso. Em Dezembro cá a avoGi faz 62 anos.... Chiça, caneco, e novamente há um grande arraial  com comes e bebes (se quiseres, claro, ninguém t' obriga). E, como sempre, o lugar para a realização destas festas é nem mais nem menos que "o palácio" desta escriba. E usando as palavras do meu pequeno homem, o mê Gugu que é um verdadeiro gentleman no que toca a elogios: "avó, tu não és princesa tu és rainha". E depois encho-o de beijos...

Parabéns, que sejas feliz

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Faz nove anos que nasceu uma das minhas Pulgas. Baixinha é a filha do meio e, como todas as filhas do meio é atrevida, desenrascada, refilona quanto basta, sempre com resposta na ponta da língua, com uma piada genuína. Sem medos de assumir. Dizem ser parecida comigo e isso dá-me um prazer enorme. O que poderei dizer mais àcerca desta gasguita? Somente que lhe desejo uma vida repleta de saúde, que se mantenha íntegra nas suas atitudes. Por isso, parabéns Baixinha que a vida te sorria da mesma forma que tu sorris para a vida.

Eu, ele e ela - a outra

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Esta noite éramos três na cama. Eu, ele e ela - a outra - a que de vez em quando aparece para partilhar o leito conjugal. Assim que me deitei percebi logo que ela viria aninhar-se entre nós dois. Lentamente, meteu uma perna, depois um braço quando dei por ela já se instalara e, depois, é ela quem toma as rédeas. Eu sabia que um dia ela voltava. Há muito tempo que não aparecia. Esteve ausente em parte incerta, perdida nos braços de um outro qualquer, mas esta noite veio para ficar. Quando não é uma é outra. Perdi a conta de quantas vezes somos três na cama. E se viessem as duas ao mesmo tempo? Impossível quatro às voltas na cama! Na semana passada "a outra" veio enroscar-se no mê senhor, que noite, mês dês, que noite!, Memorável! Hoje, esta agarrou-se a mim. Não há quem durma com esta insónia e "a  outra" a enxaqueca.

Ele não fala comigo. O que devo fazer?

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Nunca pensei dizer isto mas é a realidade. Eu sou fiel. É um dos princípios básicos de uma relação e, assim que surge uma dúvida nada volta a ser como dantes. Ele que não saía de casa, ele que estava sempre ao meu lado, era com quem eu desabafava as minhas mágoas pois que sabia ouvir sem me julgar... Mas um dia tudo mudou. Deixou de estar ao meu lado, passa os dias fora e algumas noites também. Vou para a varanda a ver se o vejo, pode dar-se o caso de estar por ali, à espera que eu o vá chamar. Mas não o vejo, se bem que já dei voltas a procurar no meu coração o que o levou a isto?! Não sei. Sou-lhe fiel, como já disse, sim, às vezes zango-me quando me afronta com alguma patifaria, mas depois fazemos as pazes peço-lhe desculpa pelos pontapés que lhe dou e pelas vezes que me apetece esganá-lo, mas depois penso que, ele não tem culpa de não me entender. Não fala comigo. Chamo-o para as refeições e fica ali, a comer com a cabeça dentro da taça sem esboçar, sequer, um sorriso e sem o

Coitada de mim!

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Quando as Pulgas - os meus três lindos netos... Esperem, antes de continuar a desenvolver, vou limpar a baba, que já escorre, não quero que caia no écran da minha lambreta (nome carinhoso com o qual eu chamo o meu tablet) ...de 11, 8 e 7 anos, ficam na minha casa, gosto que, ao se levantarem da cama, se dirijam ao meu quarto "cumprimentar a avó", como diz o mê Gugu, mas é mais para saber que já estão de pé pois que cada um tem o seu ritmo e horas de sono. Hoje uma discussão... A Maiveilha disse que a Baixinha - a do meio - já estava a ver TV e não tinha ido ao quarto da avó cumprimentar. O Gugu, o Mainovo, mete-se ao baralho e diz que "quando se levantou ela - e aponta para a Baixinha - já não estava na cama". Para acabar, falo à Maiveilha para que a outra oiça. - Diz à Baixinha que vai escrever 50 vezes: "quando me levanto devo ir ao quarto cumprimentar​ a avó". Responde-lhe Baixinha, bem alto para que eu oiça, colocando as mãos em forma de conc

Pergunta do dia, esta para queijinho...

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Imaginem esta cena: avô no sótão da casa; Baixinha - a neta de oito anos - no quintal, por baixo, ele joga o atilho...prontes, o barbante com um gancho na ponta, ela mete o gancho na asa do garrafão, ele puxa um de cada vez os cinco garrafões para guardar no sótão. Ela coloca a mão na anca assim a modos que peixeira do Bolhão quando termina o trabalho com o avô, e pergunta: - Avô, para que queres tu essa tralha toda guardada no sótão?! A bem dizer, só os homens e mulheres do meu tempo é que são gardadeiros (que guardam tudo, como se diz em Câmara de Lobos, zona piscatória da Madeira). E digo: até um ferro de engomar que já faleceu há três anos está "gardado", não sei se à espera do dia do Juízo Final... Mas, digam-me, vocês também guardam em vez de deitar no lixo?