Tesos e forretas
Estava um bêbedo à porta da padaria com uma moeda de cinquenta cêntimos na mão. Falava mas ninguém lhe dava ouvidos. Mas que aspecto ele tinha! Sem dentes e com um cheiro que demonstrava que a água tinha passado ao lado. Também não choveu... Esticava a mão a cada pessoa que passava. Ninguém lhe dava ouvidos! Eu não percebi nada do que ele dizia quiçá por causa dos dentes ou da falta deles. - Forretas. Não têm dinheiro. Andam todos tesos. Forretas. Vão....E continuava a frase com impropérios. De repente irrompe pela padaria dentro a aborrecer quem lá estava. Mas sempre com a mão esticada mostrando os cinquenta cêntimos. Veio uma funcionária, nada meiga, agarra pelo bracinho dele e porta fora, mas com tanta força que o pobre do coitado do bêbedo tropeçava a cada passo. Afinal o hôme só queria trocar os 50 cêntimos. As aparências iludem...