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Tesos e forretas

Estava um bêbedo à porta da padaria com uma moeda de cinquenta cêntimos na mão. Falava mas ninguém lhe dava ouvidos. Mas que aspecto ele tinha! Sem dentes e com um cheiro que demonstrava que a água tinha passado ao lado. Também não choveu... Esticava a mão a cada pessoa que passava. Ninguém lhe dava ouvidos! Eu não percebi nada do que ele dizia quiçá por causa dos dentes ou da falta deles. - Forretas. Não têm dinheiro. Andam todos tesos. Forretas. Vão....E continuava a frase com impropérios. De repente irrompe pela padaria dentro a aborrecer quem lá estava. Mas sempre com a mão esticada mostrando os cinquenta cêntimos. Veio uma funcionária, nada meiga, agarra pelo bracinho dele e porta fora, mas com tanta força que o pobre do coitado do bêbedo tropeçava a cada passo. Afinal o hôme só queria trocar os 50 cêntimos. As aparências iludem...

Apaixonado

O meu frigorífico anda a fazer uns barulhos esquisitos. Uns murmúrios, uns sussurros que mais parece água a ferver. Ou o som das ondas do mar. É aqueles suspiros que vêm do coração, é isso. Será que se apaixonou pela arca enquanto eu estive passeando pelo Funchal? Olha o maroto! Não posso deixar estes dois sozinhos... Não quero ser de intrigas mas cá para mim já vejo a arca arredondada...

E o prémio simpatia vai para...

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Vejo ao longe um lugar vazio e preparo-me para estacionar. Vejo, também, ao longe, alguém que intenta subir a ladeira onde tem o lugar vago. Para não atrasar a pessoa e para que não assista à minha azelhice a estacionar num caminho inclinado, faço sinal a ele para subir para que, depois, possa eu azelhar à vontade, sem mirones. Atão não é que o dito senhor estaciona no sítio que ia ser meu? Atão não é que de tão simpática perdi o lugar e tive de gastar uma porrada de gasolina a procurar um sítio largo, espaçoso e plano? Este letreiro que ostento na testa, que toda a gente vê, menos vocês, não é de simpática mas sim de otária.

Por favor chame-me doutora

"Aquintrodia" (o mesmo que: aqui há dias, em madeirense), falei no meu vizinho venezuelano, proprietário do mini-mercado onde avio os legumes frescos e que trata os clientes por "vezeinha". Ora, há dias estava ele meio encabrunhado e perguntei-lhe a razão. -Vezeinha, a vezeinha fica chateada por eu a tratar por "vezeinha"? Respondi-lhe que não e perguntei porquê. Ah, sabe, vem cá um senhora e tratei-a por "vezeinha" e ela pediu-me para "tratar-ela" por "sinhora doutora", mas nunca por vezeinha. Peneirices.

Como vai este mundo. Homem prevenido vale por muitos

Um português foi detido por tentar degolar um espanhol com um serrote numa discussão de trânsito. Ora um dia normal de ida ao supermercado eis que um carrinho de compras atrapalha a passagem do português e vai daí umas bujardas em português umas respostas em espanhol o português - homem prevenido vale por dois e se fôr português vale por um batalhão - vai ao porta-bagagem que, neste momento transportava as compras (que estavam a descongelar, caramba, e não podia esperar mais) e...um serrote. De serrote em punho qual mestre de kung-fu dos nossos dias vai direito ao pescoço do espanhol. Calhou que a mulher (do espanhol)  meteu-se a meio, ficando ferida que o português, homem de resolução e ideias fixas não olhou a meios e a quem se meteu ao meio. Novamente nas bocas do mundo!

Antigamente...

...quando uma rapariga engravidava recorria à mãe, à tia, à avó para lhe explicar como proceder com um bebé. O que fazer, como dar banho...qualquer dúvida esclarecia com as mulheres da família. Presentemente, recorre à internet, à barra de endereços do Google, frequenta  uorqueshoopes e fórum de futuras mamãs. E lê, devora todos as páginas dos livros. Sabem para que servem as mães hoje em dia? Para serem contrariadas em tudo o que dizem sobre o assunto. Porque não percebem nada e tudo o que fizeram estava errado. Como mudou!

Para educar é preciso tanto livro?

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Se para educar é necessário tanta leitura, tanta consulta no livro da educação pergunto: Porque razão há tanta criança mimada, obstinada, teimosa a mandar nos adultos? Tanto leitura para educar, prateleiras cheias de livros sobre psicologia infantitl e depois é o que vê. Ai almas do Purgatório naquele tempo não era assim, não havia livro não esperávamos que a nossa mãe lesse a página referente à gestão de conflitos antes de dar o correlativo adequado, aliás o correlativo era sempre o mesmo para qualquer situação. Mas nós fazíamos birras naquele tempo? Mas hoje é assim: Ao fazer a birra a mãe consulta a página referente e decide o que fazer. Esta birra merece uma tapona bem dada no rabo, um ralhete ou vai de castigo para o quarto e reflectir sobre o assunto? Antigamente um simples olhar, um revirar de olhos, um sobrolho levantado era sinal de que algo estava errado. E já ficávamos à espera do que por ali vinha. Sem livros, sem páginas marcadas, o que ficava marcado era a nádega