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Vai à internet...

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Presentemente assiste-se à ida ao dr. Google para tirar qualquer dúvida. Não sabes como gerir uma birra de criança? Não sabes como se muda uma fralda, vai ao youtube. Não sabes como desapartar duas pessoas em conflito? Nem coser um botão numa camisa? Não desesperes, senta-te, pega no telemóvel, espera só um pouco e pesquisa na internet... Se tens dúvidas que batatas com bacalhau não combina bem para um refeição, vai à internet ... se estás gravida e tens dúvidas como se processa toda a espera do bebé, não perguntes à tua mãe, isso é ser retrógrado, vai à internet...se estás a preparar o casamento não há como não ir à internet para tirar dúvidas... Com isto penso como é que nós, raparigas com mais de sessenta, nos desenrascamos sem consultar a internet? Como programámos casamento, como cuidámos de filhos sem esta ferramenta? Ou somos deveras espertas ou simplesmemte ouvíamos os conselhos dos nossos antecessores. Ou íamos aos livros... Fotografia: Chegada ao aeroporto do Porto.

Hoje há buffet

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 A minha neta Maiveilha, de 14 anos - e aqui sai um longo suspiro de admiração e nem acredito que aquela pulguinha cresceu tanto! - telefona sempre antes do almoço para saber a ementa. Digo "hoje é buffet"... Fez-se um silêncio que até pensei que tinha desligado. - Siiiiiim? Lindinhaaa, alôôôô, estás aí? ...Não dizes nada... Siiiiim...? - Buffet....buffet....RESTOS... queres tu dizer. Respondeu.

Moganga, chila ou courgette vai dar tudo ao mesmo

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O mê Gugu, neto de onze anos acabados de fazer, adora sopa de moganga (como a chila  é conhecida na Madeira) e, por isso, pediu-me para fazer a sopa. Andei a percorrer supermercados, frutarias, barracas e afins e em nenhuma havia moganga, mas eu não queria entristecer o meu mainovo. De repente surgiu-me uma ideia e logo pu-la em prática. Comprei courgette. Sim, porque não? Courgette é abobora. Atão, descasquei três courgettes, adicionei duas pimpinelas, um bocado de abobora amarela, uma batata, cebola, azeite e sal e coloquei numa panela. Deixei cozer e depois triturei. Agarrei num pouco de esparguete, parti com as mãos muito miudinho e meti na panela. Cozi ovos para depois retirar a casca e acrescentar à panela. Quando chegou a pergunta vinha pronta a ser disparada: "avó, fizeste a sopa de moganga?". Custou-me a mentir e disse que sim. Comeu três pratos da deliciosa sopa de moganga sem moganga. Não digam nada é melhor que ele não saiba...para não julgar que a avó é uma aldra

O cachorro do meu vizinho

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Esta seria a redacção que iria entregar à professora no início do ano lectivo como prova de que tinha feito os trabalhos de casa, nestes meses de pandemia e férias... se eu tivesse ainda 8 anos e fosse para a segunda classe.                           O cachorro do meu vizinho O cachorro do meu vizinho é um estapilha d'um grade que salta o muro da casa dele para vir fazer xixi na minha casa. Ele é preto e feio e acho que é hiperactivo pois não sossega um instante e anda sempre às voltas à procura do rabo. O cachorro do meu vizinho gosta de vir para a minha casa e, quando não salta o muro, entra pela porta se ela estiver aberta. Já aconteceu estar cá dentro, quando eu cheguei a casa, altas horas da noite. Se não houvesse aquele partido dos animais já lhe tinha mandado um pau 'à zarcas' para aprender a respeitar o espaço. Ele acha que a minha casa é urinol e vai marcando todo o território. O que mais me aborrece é ter de limpar as mijadelas que dá à roda da casa, e a minha cas

Meus ricos netos!

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- Bem, meus netos lindos, quem vai ajudar no jantar? Perguntei eu na soleira da porta aos três que estavam sentados a ver televisão. Respostas à pergunta: - eu parto os ovos - eu corto as batatas - eu fico no sofá Cada um ajuda à sua maneira, às vezes, não atrapalhar também é bom. Fotografia: Foz da Ribeira do Faial, nordeste da Madeira

Se eu ainda for viva...

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Dizia eu à Maivelha das minhas netas já com14 anos, quase uma mulher que, quando ela for adulta, vai agradecer-me o facto de eu implicar com a sua postura, porque tem por hábito curvar-se como se estivesse com dores de barriga.  É que a minha avó também exigia que eu não estivesse curvada e até me dava palmadas  nas costas, não devagarinho, entenda-se, e eu, então com a mesma idade que ela, não gostava daquela implicância, muito menos das palmadas mas agora agradeço-lhe por isso."Vai acontecer contigo, vais agradecer-me mas só quando fores adulta", digo-lhe.  Diz o Mainovo, onze anos cheios de língua afiada. "Se ainda fores viva." Prontes, é a vida que levo na mão destas Pulgas. Fotografia: Casa típica de Santana, costa norte da ilha da Madeira  

O que será que acontece lá dentro?

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Coloco as meias casadas, ou seja aos pares na máquina de lavar e ao tirar coloco no estendal, quando estão secas faço o que se faz: juntá-las ou casá-las duas a duas. Mas vida ingrata esta que me faz dar voltas ao miolo e procurar o que não existe? Procuro meias. Há sempre meias a menos... ou a mais depende da perspectiva. Isto leva-me a pensar que entram de mão dada e lá dentro da máquina, zangam-se e assim que saem à rua, separam-se. Divorciam-se. Só pode ser por esta razão que ao dobrá-las há sempre meias solteiras. Ou divorciadas. Ou viúvas. Sim se calhar as que não estão no estendal, morreram afogadas, coitadas! Mas que sobram ou faltam lá isso é verdade! E eu juro: meto-as aos pares, com toda a certeza. O que será que acontece lá no tambor? Responda quem souber, mas não me façam perder mais meias. Nem a cabeça. Fotografia: Centro histórico de Guimarães, Agosto, 2020