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É difícil de acreditar...

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Lembram-se da publicação que fiz àcerca do meu amigo que faleceu dia 18 deste mês, cujo irmão tinha falecido um ano antes? Lembram-se de dizer que tinha os pais ainda vivos a sofrer com as perdas dos filhos? E que a mãe esteve hospitalizada na mesma altura do filho? Pois venho cá dizer que, passados quinze dias da partida do filho a mãe partiu. Ela foi--se abaixo e não recuperou. Agora fica o pai, com 91 anos, sozinho a sofrer por todas estas partidas da vida. Será que o filho a chamou? Ele era o suporte dos pais, o seu amparo. Sabia que eles ficavam a sofrer, será que lá dos céus ele a chamou? Fotografia: Ponta Delgada, São Miguel, Açores

Muito boa vizinhança...

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A minha empregada, não Moi-Même, mas a que vem cá a casa passar a roupa a ferro, enquanto ela passa eu também passo...umas brasas...e, como que a dizer: ela estava a engomar e eu a descansar, mas compadecida por estar há algum tempo de pé a surfar na tábua, fiz um café e levei-o. Ela interrompeu o serviço e mesmo em pé bebeu o seu cafezinho ementes falava dos vizinhos que, embora sejamos vizinhas, eu não conheço os outros que ela conhece pois que vivem num bairro. "Aquele que passava aqui - e, de braço esticado, apontava para a rua - sempre bêbedo, morreu. Olhe foi uma caridade que Deus fez. Nem imagina o que a mulher disse. Coitado do pobre do homem, mesmo morto ela continuou a fazer das suas, das delas, credo, o que se diz do pobre do homem mesmo depois de morto!". Nem quis saber o que " se diz" depois de morto embora acivinho o que seja. E continuou... "Sabe aquela que anda sempre atrás do marido?" Eu respondi que não sabia, "não sabe? A pêca, essa

The show must go on

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Onde está a coerência? Faço esta pergunta, pode ser que alguém saiba onde ela vive, quiçá em confinamento, é que não se a vê...e preciso de quilos dela para entregar a quem nos governa. Quer dizer, ouve-se que vamos repensar o natal em família, se vai haver proibições e depois sabemos que não repensaram no espetáculo da formula 1 no Algarve. O mal está nos ajuntamentos, daí a proibição de se deslocar entre concelhos, mas se tiver um bilhete para um espectaculo, que segundo se sabe junta pessoas, pode passar, é por isso que fico com a dúvida se 25 mil pessoas não são um ajuntamento. Segundo os nossos governantes ajuntamento é estar os familiares a colocar flores e a rezar aos defuntos na campa do cemitério. Assistir a espetáculos e desportos não junta pessoas, daí não serem considerados ajuntamentos, ironia pura...Só me apetece cantar: "The show must go on". Fotografia: Porto da Cruz, costa nordeste da ilha da Madeira

Se é para usar que se use

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 Tanta tinta a correr nas redes sociais, tanta gente a morrer e ainda há quem faça ondas e sejam renitentes ao uso da máscara. Se em cada família houver um óbito por esta pandemia, aí sim, sente-se a pele a rasgar, a lágrima a correr, quer chorar e não as ter e o coração dilatado de tanta dor. Só assim, a pessoa reflete na situação e nem põe em dúvida o uso da máscara. Eu uso desde há muito, pois que, na região já é obrigatório desde o verão. Se incomoda? Sim, e, para mim, com problemas auditivos e um nariz cheio de cicatrizes, ainda piora a situação, mas uso, porque a vida é preciosa. Fotografia: Via rápida no Funchal.

Subsídio de mobilidade

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  Eu até podia contar a saga do subsídio de mobilidade...eu até que tenho tempo, isso não me falta ...eu até podia dizer que fui quatro vezes ao correio para levantar o subsídio, até podia acrescentar que estive da segunda  vez um hora à espera e da terceira vez cheguei tinha fechado há quinze minutos e reabria daí a hora e meia ...também podia dizer que esperei na porta uma hora e quinze minutos armada de mascarilha..podia contar tudo que, graças a Deus, tempo não me falta...até posso só dizer mais um poucochinho....que fui a segunda a ser atendida e faltava um papel...e até posso dizer que para levantar o dito foram seis folhas impressas: o cartão de cidadão, o bilhete eletrónico, o cartão de embarque....mais o impresso a comprovar que a viagem foi alterada, mais o comprovativo da alteração de aeroporto e ....agora sim, toda a gente a abrir a boca de admiração com o que vou dizer que faltava... Mais um pouco para o suspense que, como disse, tenho tempo... Faltava a copia do email. Si

Quando morre um filho...

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...morre uma parte de nós. Não há palavras que se escrevam para relatar esta perda. Perder um filho é uma dor que perdura toda a vida, pode haver esquecimentos, perdas de memória, mas nunca haverá lugar para colmatar o sentir que perdeu um filho. Por muito idosos que sejamos e mesmo com as falhas de memória inerentes à idade é impossível ficar indiferente a esta dor. Sempre dizemos que pais não deviam passar por presenciar a partida de um filho, estes assistiram a três partidas com pouca diferença de tempo, um partiu domingo, quando fez, precisamente, um ano de saudade. Como passar por isto, não sei e quando se pensava que estes pais, o pai de 91 anos, a mãe de 88, não resistiriam à partida do segundo filho, no ano passado, assiste-se agora a mais um falecimento. Este filho era o amparo, o filho que ficou a cuidar dos "velhinhos" como ele dizia... Onde vão buscar as forças para continuar a viver com a ausência de três filhos? Fotografia: Parque Florestal das Queimadas, Madeir

Esta pandemia

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Este virus dá-nos a volta à cabeça e faz duvidar de tudo e de todos.  Muitos de nós, pessoas de boa fé, e que acreditam na evolução da humanidade, acreditaram que estar em casa, confinados, em isolamento iria trazer o melhor das pessoas, íamos ser mais tolerantes, amigos do próximo e outras virtudes que tinham caído no passado. Enganados, todos nos enganámos, o confinamento não fez nem faz milagres, isso só santo António e outros santos é que faziam, mas noutra época. No tempo presente não há espaço para a amizade, "amar o próximo como a nós mesmos" esse chavão da reza foi ultrapassado pelo amar-me a mim e só a mim. Assisto, incrédula, ao desenrolar do dia a dia das notícias. E posso afirmar que perdi a confiança na humanidade. Ou eu é que sou a visionária de um país em falência de virtudes? Fotografia: Arredores no santuário da Senhora da Abadia, em Amares.