Com a pulga atrás da orelha

Depois de chegarmos do hospital a minha tia (que veio para minha casa, embora só goste da sua), deitou-se um pouco. Estava cansada! (Imaginem, até parece que foi e veio a pé.) Fui acordá-la para o almoço.
- Porque é que eu vim pr´áqui hoje?
- Porque foi ao médico!
- Fui? Ou ainda vou?
- Foi. Já se esqueceu? (Claro. Dormiu, julga que é outro dia.)
De repente a pulga que eu tinha atrás da orelha mexeu-se.
Vou rápido ao cesto dos medicamentos dela e ... faço contas: última vez que foi ao médico (dia 30) vezes a quantidade de pastilhas que contem a caixa, (56) subtraio das que tem na cesta (13). Olho o calendário. Quantos dias já passaram desde o dia 30? (27) Pois... toma medicamentos a duplicar.
Só deve tomar ao pequeno almoço e ao jantar. Mas quando dorme de dia, ao acordar, mais uma toma.
(Mas continua a não querer domiciliárias).

Comentários

  1. Esta tia é o must, com as saídas normais da idade e próprias da senilidade, da qual faz parte os esquecimentos e as duplicações, é preciso uma enorme vigilância...
    Isso também chegou a acontecer com a minha mãe e mesmo assim nós vigiavamos, ou tomova a dobrar ou não tomava...
    Não sei se conhece ou têm, há umas caixinhas na farmácia onde se coloca a medicação por "tomas", dá para uma semana, e tornasse mais facíl o controle..
    Bjocas

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  2. Mina
    já experimentei, mas se ela dorme de dia quando acorda vai à caixinha e toma. Poruqe ao dormir,paraela é umnovo dia. Quando fomos a Londres, ela tb foi, e como anoitece cedon Inverno, (15:30 já é noite) se tomassemsos um cafezinho pelo lanche, em casa, ela ia logo buscar a caixa para a toma da noite (do jantar). E perguntava:"isto mão é o jantar?" E eu respondia que não :"mas tá de noite!"Por isso Mina as caixinhas não resultam. Ela dorme de dia e ao acordar bumba nova toma. Não é sempre, mas tem dias que faz isso.E sabe ela não vive comigo porque entende qque é auto-suficiente para estar só. Daí que a vigilância ainda torna-se pior .Não consigo controlá-la. Ainda há pouco (pelas 11h já me perguntou: "quando é que vou para casa"?)Tem sido uma luta para aceitar as domiciliárias e não quer "Eu sei fazer a minha vida". mas não faz. De qualquer forma aagradeço a dica. kisses Obrigada

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  3. É tão triste chegar a esse ponto de dependência e sorte para a tua tia ter uma sobrinha que olhe por ela, já que há tantos e tantos dependentes deles próprios.

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  4. Fatyly
    A minha tia não tev filhos, sempre cuidou dos sobrinhos porque a minha mãe trabalhava. Eu tenho 3 irmãos mas estão em Londres. E já cheguei a uma conclusão: se a minha tia fosse rica teria muuitos sobrinhos, mas como é pobre só me tem a mim. E a desculpa dos outros sobrinhos (também da parte do marido) é: "ela é que cuidou de ti". mas se houvesse bens muitos quereriam cuidar dela. kisses amiga.

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  5. Nicole
    Eu não acrecento um ponto nem tiro um ponto. É a realidade. Embora eu me ria destas cenas porque me rio, mas fico apreensiva por ela ser teimosa e julgar-se autosuficiente.kisses

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