A tia-velha tinha razão

Nestes dias em que não dou uso à língua, para falar entenda-se, lembro-me da minha tia-velha.
E porquê, perguntam as minhas darlingues? Eu respondo já de seguida.

Falo sozinha. É isso. Falo com Moi-Même a todo o momento. Assim como a tia-velha (que Deus a tenha em descanso) falava com os seus alfinetes.
"Agora vou fazer um café", "vou só estender a roupa e depois vou ali abaixo", "se calhar é melhor sentar-me um pouco", "tenho de engomar, mas não tenho pachorra", "ai, tou tão cansada!", "tanta coisa pa fazer!..."

A coisa agrava-se se estou a ver algum programa na televisão; dou por mim a  fazer carrancas, modilhos. "O quê?", "tás tonto, tu!", "vai levar no pacote", "vais ter, vais", "pega lá seu..." (e faço aquele gesto português) coisa que eu não fazia pois mantinha-me serena, atenta ao desenrolar da história.
Prontes, é isto e não passa disto. Estou entrando na meia-idade. Estou indo peidosa, perdão, pa idosa!

Comentários

  1. Faz parte Avogi, faz parte. O importante é se ter tal consciência. ;)

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  2. Qual idosa qual quê!
    Estás é uma mulheraça de fazer inveja a muita menininha de 20 anos, essa é que é essa!

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  3. Lembranças da tia velha que passamos conhecer, tão refletida agora na sobrinha:)
    Quem de novo não vai para velho fica:)
    Beijocas

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  4. Grande coisa, menina, falar consigo mesma. Eu até falo com os meus sonhos.

    Beijoca.

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  5. PA IDOSA !!!

    És brilhante, GISELDA !

    Toma lá o meu beijo !

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