Para que guardaste tu cabeça de burro?

Exactamente, é isso que estão a pensar. Eu, aquela que vos escreve, guardou uma garrafita desde 2004 dum vinho excelente e, com o passar do tempo, mais excelente ficava, para uma ocasião especial. Ela guardou, guardou, olhou, e, como não era ainda a ocasião especial guardou mais um ano, e mais um, até ontem.

Ontem foi a ocasião especial esperada há muito tempo. Quando esta rapariga que vos escreve estava a lavar o chão, qual princesa transformada em gata borralheira, eis que dá com a esfregona na tal garrafita e nem teve tempo de agarrar quando ela ia pelo ar para aterrar no chão em frente aos pés desta serva. E atão, esta que sou eu, só se lembrava que podia e devia aproveitar aquele néctar espalhado. Assim, num vaipe de momento, lembrou-se que a solução passaria por agachar-se e lamber o divino líquido.
Mas não. Com a esfregona limpou aquele vinho tinto de uma garrafa de 2004 guardada para uma ocasião especial que não seria de todo ontem e quanto mais limpava mais encharcado ficava o chão devido às lágrimas de uma princesa transformada em gata borralheira, cabeça de burro, apressada.




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