A próxima que me faças ponho-te no olho da rua

Atão não é que ele arranhou-me toda?
Chamei-o para comer, fingiu que não ouviu. Insisti. Voltei a chamar e novamente fez orelhas de mercador. Colocou-se à minha frente em riste, eriçado, como que a pedir justificações. Com calma, como se quer, aproximei-me com receio dos seus maus humores matinais, sim, ele detesta falar logo de manhã (e eu tenho que aturar isto tenho?)
Ora, com calma mais que a que tinha, cheguei-me ao pé dele, apontando para o prato, fazendo-o ver que não valia a pena estar irritado a mostrar-me os dentes e....
Com um golpe certeiro agarrei-o pelo pescoço. Maldita a hora em que tive a ideia!
Num ápice volta-se para trás e crava-me a cremalheira, toda, na minha mão, mais as garras das quatro patas que ainda não haviam sido cortadas. Quiçá, julgando ser um bom bife não largava. E rosnava. Esperneou, rodopiou e voou. Sim, que a dor era tanta que o deitei a voar.
Rás parta este gato tigrado com apenas dois meses mas burro que nem um camelo. E arisco!

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