Trabalho vai-te embora...
Tenho cá em casa dois mestres: um pintor outro pedreiro. O pintor é um homem baixo, quiçá com pouco mais de metro e meio, muito moreno, magro, com 40 anos, disse ele, penso que se der uma ventania ele voa sem destino, o outro, alto, careca, com mais de metro e oitenta, uma figura de cartaz que, por sinal, faz hoje 39 anos. Fiz uma sandes para cada um e uma cerveja bem fresca porque o calor faz transpirar e não há como abater a transpiração. Dei a sandes ao pintor que disse logo: "ah, pão não me apetece -massajando a barriga em movimentos circulares a indicar que estava cheio -, mas a cervejinha vai", o outro que benzaudeus come como gente grande, avançou logo em duas dentadas a sandes e a cerveja foi de um único golo. Portanto chego à conclusão que o trabalho de pedreiro é duro, cansativo e dá fome. O de pintor, além de ficar todo branco que até na brincadeira lhe disse " é pra pintar a parede não é para se pintar", é leve e não dá fome. (Malvadas obras de Santa E