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Há Bancos e bancos

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Fui ao banco para fazer um levantamento, coisa que não fazia há anos...vai daí logo à entrada uma desinfecção, acho bem, depois sentada em frente à funcionaria pede-me o cartão de cidadão, cedi-lhe, mete os dados e começa a desenrolar a minha vida mesmo à minha frente. Casa, carro, crédito, seguros....e desata a falar falar e eu quase sem pachorra para a ouvir uma vez que ia com um propósito, fui deavalorizando o assunto de cada vez que falava. Seguro de vida, estou bem servida, crédito, idem, carro muito bem, casa ibidem e menina despache-me, faça a que lhe pedi que não tenho tempo para mudar nada, dê-me o dinheiro e pronto, caramba. Foi preciso mesmo dizer ao que vinha e deixar-se de vender produtos... No fim, escreveu... escreveu e eu sempre tola ali sentada à espera que partisse uma unha na tecla até que diz: "vou ler a acta." "A acta?" Perguntei, "mas fez uma acta porque razão?" Explicou que é politica do banco elaborar a acta da reunião com o cliente

Doença malvada

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Quando se pergunta à família se o seu parente está a recuperar e se ouve: "tem a vida presa por um fio" o céu desmorona, o chão abre-se e as palavras perdem o sentido. O meu amigo de há mais de cinquenta anos, amigo das tropelias de juventude, das loucuras sadias de jovens numa época em que as brincadeiras eram ao ar livre, subindo árvores para roubar ameixas, arrastar-se serra abaixo num cartão, está no hospital. Quando tudo parecia melhorar vem a doença, a tal malvada que não pede licença para entrar, entra e ao entrar é como se todo o corpo fosse seu...alastra, não dando hipótese de tratamento. Fotografia: Machico, ilha da Madeira

Farta disto tudo

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Julgo que a minha cabeça estava perdida, algures, no pólo norte sem saber o caminho de volta, quando aceitei a proposta de remodelar as casas de banho. É que como se diz "procurei sarna para me coçar" e ainda "quanto maior a nau maior a tormenta". Agora é o tecto. Ai o tecto! Esse deixa-me sem tecto quando olho para os 3 mestres enfiados numa casa de banho com 9 metros quadrados, não sei a fazer o quê, só sei onde porque riem à gargalhada e quando saem parece que estiveram enfiados em farinha de milho branco. Uns anjos... E, depois, olho o chão da sala, dos quartos, da cozinha e vejo que um manto branco cobre o soalho. Mas será que posso viver a reforma com tranquilidade? Quando digo " tranquilidade" refiro-me a perna cruzada ou estendida no canapé da sala, embuseirada no sofá. E, ainda estamos numa, falta a do meu quarto e a julgar pelo andamento desta, na véspera de natal vou estar ainda a ver azulejos a serem colados nas paredes. Onde é que eu tinha a c

Frente de ataque

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"Só te deixo passar se me deres comer. E pronto." A pessoa até tem medo e mesmo a pedir licença arrisca-se a levar com umas garras cravadas nas pernas, vai daí conversa com a família e explica que tem de entrar para ir à lata tirar a porção diária, mas não os convence. Logo, de joelho no chão, afastada uns vinte metros, voltei a explicar que a comida está dentro de casa e para isso tenho de passar, precisamente, por onde está a familia. A mãe, então, olhou para a prole e mandou-os afastar. Obedeceram como os bons filhos fazem. Ufa, estava a ver que hoje dormia na rua.

Não entendo as pessoas

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Se há bicho dificil de seguir regras, conselhos e até direcções esse bicho somos nós, refaço: alguns de nós, humanos, seres pensantes, académicos, alguns até doutorados e mestres. Numa altura em que a pandemia cresce como ervas daninhas é que se fazem espetáculos? Nada contra os artistas, nada contra quem vai a esses ditos, mas por favor, entendam: não estamos bem, nada é como antes, muita coisa mudou, muitos já cá não estão. Neste momento até sou a favor de reallity shows esses, pelo menos, estão fechados numa casa. Será necessario morrer mais gente para que se entenda a gravidade da pandemia? Eu digo e tenho dito a quem falo: "só quando a morte leva alguém que nos é querido, é que damos valor à vida". Eu, infelizmente, perdi o meu irmão, levado pela mão da covid19. Por favor, se estão a ler esta minha publicação fiquem em casa, porque a nossa casa é e será sempre o nosso porto seguro. Fotografia: Via rápida no Funchal

Um porco vegetariano

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O meu vizinho tem um porco. Esse porco só come pimpinelas. Atrevo-me a dizer que é vegetariano, estou a pensar que posso afirmar sem sombra de dúvida que os vegetarianos podem comer à vontade esta carne, deste porco. Eu costumo dizer aos meus netos que sou vegetariana quando estou a traçar à dentada um belo bife do filet. Eles refutam logo "avó, mas tu estás a comer carne...." Respondo assim: "Eu sei meus lindos, mas esta vaca é da série vacas felizes dos Açores, e pastam todo o dia naqueles prados verdejantes e só comem erva. Logo se elas só comem erva se eu como a vaca logicamente estou a comer erva, se como erva sou vegetariana, é a cadeia alinentar"".Eles abanam a cabeça como que a dizer "não vale a pena contrariar! Não se aprende nada com esta avó". Isto tudo a proposito do porco do meu vizinho, salvo seja. Fotografia: Vacas felizes pastando num prado em São Miguel, Açores

Asneirona

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 Diz-se de alguém que faz asneiras ou diz asneiras. Dizer eu digo, admito, e muitas, caramba, mas fazer é onde me sinto em plenitude. É, como se diz, a minha praia. Estas obras continuam para me tirar o sossego, é todo o dia de balde e esfregona em riste. Embora tenha o chão protegido com cartões e toalhas de banho já em desuso, a poeira multiplica-se e divide-se como se não soubesse subtrair. Andei a limpar com lixívia e, todos sabemos que a lixívia é uma arma poderosa que deixa a pessoa com falta de ar e, se tira nódoas difíceis, também tira a pele dos dedos, facilmente. Que o digam os meus dedos da mão esquerda - porque sou canhota -, que lutam diariamente com a falta da epiderme nas pontas. Sim, estou abrasada, a pele caiu, olho e vejo a derme nos buracos onde há falta da que nunca devia ter caído, e posso até afirmar que perdi a sensibilidade. Sei que neste momento alguém está a abanar a cabeça como que a dizer "bem-feito, para aprenderes a colocar umas luvas", eu sei is