Moi-Même, aquela velha biteche

Se vos disser que ainda mantenho o saco da praia exactamente como o usava no verão, cheio, a transbordar de tralhas, são capazes de dizer: "credo, já arrumavas isso!", e quem melhor que ninguém sabe disso senão a minha empregada, Moi-Même? Mas a biteche (inglês) até revirou os olhos quando a interroguei a razão da sacola estar ali em cima de uma cadeira.
Eu própria olho para ele daqui de onde escrevo e apetece-me, sim, só me apetece... ir arrumá-lo e num momento assola-me o desejo. Vou? Não vou?
Pronto, não vou. Mas aquela voz de culpada atormenta-me: devia eu arrumar? Devia eu levantar o rabo daqui agora mesmo, guardar as tralhas e desfazer o saco?

Mas não, recuso-me a fazer o trabalho dela. Digo, em boa verdade digo, acredito no que aquela safada disse para mim quando exigi, sim, leram bem "exigi" que guardasse. Passo a escrever na íntegra: "vai continuar assim mais um tempo é que daqui a dias é verão outra vez".
E eu - a patroa, acredito que é tempo, mas se ela não arruma eu também não. E bico calado.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Tabaibos ou figos da Índia

Usar óculos é um adereço e não uma necessidade