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Um porco vegetariano

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O meu vizinho tem um porco. Esse porco só come pimpinelas. Atrevo-me a dizer que é vegetariano, estou a pensar que posso afirmar sem sombra de dúvida que os vegetarianos podem comer à vontade esta carne, deste porco. Eu costumo dizer aos meus netos que sou vegetariana quando estou a traçar à dentada um belo bife do filet. Eles refutam logo "avó, mas tu estás a comer carne...." Respondo assim: "Eu sei meus lindos, mas esta vaca é da série vacas felizes dos Açores, e pastam todo o dia naqueles prados verdejantes e só comem erva. Logo se elas só comem erva se eu como a vaca logicamente estou a comer erva, se como erva sou vegetariana, é a cadeia alinentar"".Eles abanam a cabeça como que a dizer "não vale a pena contrariar! Não se aprende nada com esta avó". Isto tudo a proposito do porco do meu vizinho, salvo seja. Fotografia: Vacas felizes pastando num prado em São Miguel, Açores

Desapego

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Hoje foi dia de desapego. A minha Baixinha, a neta de 12 anos, de cabelo verde e vaidosa quanto basta, lembrou-se de limpar as gavetas da casa de banho. Primeiro começou com vernizes, depois as sombras de olhos, a seguir batons e perfumes, tudo levou "descaminho", como se diz por cá no meu rural.  A verdade é que já há alguns anos que passo bem sem maquilhagem, exceptuando baton, isso não, baton uso sempre e, os meus perfumes, como disse a baixinha "tens milhares de perfumes, avó", pois sim, gosto de andar cheirosa, portanto batons e perfumes não foram para o lixo, de resto foi tudo. São as únicas vaidades que tenho. Hoje foi o dia de limpezas, e como Moi-Même está de folga, arranjei uma faxineira assim a modos que à pressa para a substituir. Ficou um brinquinho. As gavetas estão espaçosas que até posso dormir dentro delas, apesar de não ser tão esbelta quanto o desejado. Mas a pequena tem jeito para a coisa, só que demora uma eternidade pois vai mirando, vendo, abr

Felicidade...

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A felicidade não é palpável. Sente-se. É um estado de alma. É ter a família reunida à volta da mesma mesa, é assistir às brincadeiras das minhas Pulgas - os meus netos - e poder sentir o amor em cada olhar. É uma manta de retalhos e, no fim, estendida vislumbrar cada retalho vivido. Felicidade é ter a casa desarrumada cheia de brinquedos espalhados porque uma busica de dois anos assim a colocou, é ouvir a palavra "avóóóó" vezes sem conta. É estar sentada de pernas esticadas porque doem de tanto andar e levantar-se assim que um neto pede uma maçã, outro bolachas outro iogurte e a busiquinha quer colo, cada um a seu tempo. "Quero ser feliz", quem nunca disse esta frase...mas cada pessoa sente de forma diferente a felicidade. Para uns viajar, comprar roupas, ter um bom carro, passear. Para outros, como eu, basta estar viva, sentir-me bem e acima de tudo dar valor ao que temos. Apreciar os momentos sem nunca esquecer a manta de retalhos. Fotografia: as minhas Pulgas

Hoje há buffet

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 A minha neta Maiveilha, de 14 anos - e aqui sai um longo suspiro de admiração e nem acredito que aquela pulguinha cresceu tanto! - telefona sempre antes do almoço para saber a ementa. Digo "hoje é buffet"... Fez-se um silêncio que até pensei que tinha desligado. - Siiiiiim? Lindinhaaa, alôôôô, estás aí? ...Não dizes nada... Siiiiim...? - Buffet....buffet....RESTOS... queres tu dizer. Respondeu.

Moganga, chila ou courgette vai dar tudo ao mesmo

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O mê Gugu, neto de onze anos acabados de fazer, adora sopa de moganga (como a chila  é conhecida na Madeira) e, por isso, pediu-me para fazer a sopa. Andei a percorrer supermercados, frutarias, barracas e afins e em nenhuma havia moganga, mas eu não queria entristecer o meu mainovo. De repente surgiu-me uma ideia e logo pu-la em prática. Comprei courgette. Sim, porque não? Courgette é abobora. Atão, descasquei três courgettes, adicionei duas pimpinelas, um bocado de abobora amarela, uma batata, cebola, azeite e sal e coloquei numa panela. Deixei cozer e depois triturei. Agarrei num pouco de esparguete, parti com as mãos muito miudinho e meti na panela. Cozi ovos para depois retirar a casca e acrescentar à panela. Quando chegou a pergunta vinha pronta a ser disparada: "avó, fizeste a sopa de moganga?". Custou-me a mentir e disse que sim. Comeu três pratos da deliciosa sopa de moganga sem moganga. Não digam nada é melhor que ele não saiba...para não julgar que a avó é uma aldra

Meus ricos netos!

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- Bem, meus netos lindos, quem vai ajudar no jantar? Perguntei eu na soleira da porta aos três que estavam sentados a ver televisão. Respostas à pergunta: - eu parto os ovos - eu corto as batatas - eu fico no sofá Cada um ajuda à sua maneira, às vezes, não atrapalhar também é bom. Fotografia: Foz da Ribeira do Faial, nordeste da Madeira

Se eu ainda for viva...

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Dizia eu à Maivelha das minhas netas já com14 anos, quase uma mulher que, quando ela for adulta, vai agradecer-me o facto de eu implicar com a sua postura, porque tem por hábito curvar-se como se estivesse com dores de barriga.  É que a minha avó também exigia que eu não estivesse curvada e até me dava palmadas  nas costas, não devagarinho, entenda-se, e eu, então com a mesma idade que ela, não gostava daquela implicância, muito menos das palmadas mas agora agradeço-lhe por isso."Vai acontecer contigo, vais agradecer-me mas só quando fores adulta", digo-lhe.  Diz o Mainovo, onze anos cheios de língua afiada. "Se ainda fores viva." Prontes, é a vida que levo na mão destas Pulgas. Fotografia: Casa típica de Santana, costa norte da ilha da Madeira  

A espuma dos meus dias

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O melhor é mesmo sentir a alegria que estas Pulgas facultam em cada dia. Uma benção. É a minha fortuna. Não há dinheiro no mundo que substitua a felicidade por ter três diabetes que me fazem sentir que vale a pena viver cada momento.

Ai domingo! Ai destino! Ai corpo partido!

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E a calmaria "estalou-se" (como diria um aluno meu se estivesse aqui a escrever) ... Hoje, avó e Pulgas jazem a lastro nos canapés da sala, em cima do tapete ou no chão extremo... Ontem foi noite grande. Começámos por ver Zambujo, sentado numa cadeira, soltando acordes que aprecio mas Pulgas não. Ao fim de cinco minutos se pudessem mandavam o Zambujo cantar o "bailhinho" ou a Mula da Cooperativa para poderem dar largas às canelas. Mas não, Zambujo continuou nas suas melodias independentemente se se gosta ou não, e já Pulgas pediam para ir ver o C4 Pedro que é, por assim dizer, mais a onda delas. Depois de escarreirarem pela Avenida do Mar e ementes Zambujo não cantava "o pica do sete" esta aqui foi entoando as canções, mas assim que "O pica" chegou trouxe a Maiveilha para cantar, e os outros continuavam nas carreiras. Rápido para o carro e C4 esperáva-nos em Câmara de Lobos. Só que não! Ele ainda estava no camarim a fazer as trancas

Férias

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As minhas Pulgas estão de férias e nem sabem o que fazer. Julgo que querem fazer tudo num só dia. Senão vejamos: o rapaz deita-se a lastro no sofá, vai à rua dá uns pontapés na bola, joga ténis, anda de bicicleta, sobe vai à cozinha trinca uma maçã, ouve um raspanete porque não tirou a casca nem lavou. As meninas dedicam-se aos trabalhos manuais. Baixinha vai à rede, abana-se num vai-vem a alta velocidade, sobe vai à cozinha come uma banana, ouve um raspanete porque acabara de trincar uma maçã, desce, dá umas pinceladas no trabalho, sai à rua, senta-se na rede, levanta-se, a outra briga com os irmãos, vai à cesta dos vernizes, escolhe o verniz  vermelho-vivo, ouve um raspanete, escolhe outro, pinta as unhas, senta-se no sofá que entretanto vagou que o mainovo foi apanhar pitangas. A Maiveilha pinta o frasco mas quer que seque rapidinho, vai à casa de banho traz o secador de cabelo, deixa as portas dos armários abertas, ouve um raspanete, sobe, fecha o armário, briga com os irmãos,

A bela, a poderosa, a fonte de vitamina, a pouco calórica, a saborosa da PITANGA

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As minhas Pulgas adoram apanhar, é assim a modos que uma apoteose o subir ao alto do terreno de taça vazia e trazê-la cheia de belas pitangas. Embora não a comam - só mesmo para quem gosta - é um delírio. Aqui nas fotos podemos ver desde a apanha até ao consumo numa bela poncha feita cá pela jovem que vos escreve. Bem queria poder mandar uma safatinha delas para quem nunca provou. Pena, pena tenho de não satisfazer o vosso desejo. Fica para uma próxima oportunidade, sim?

Esta é a Sueca

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Apareceu na minha casa vinda não sei de onde e por aqui ficou. Não sei se tem dono, nome...ela não diz nada...(e olhem que já lhe perguntei). Tem comida à descrição, um tecto para se abrigar e carinho das minhas Pulgas. Fez da minha casa o seu lar. Uma barriga monumental pois está prenha, demasiado prenha para procurar outro lugar. Já foi batizada de "Sueca" porque apareceu no dia do atentado, também por ser branca de olhos azuis. Linda, não é?

E tu, avogi, viste o busto do Cristiano Ronaldo?

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Como não ver se está ali à chegada! Como não ver se os meus olhos repararam numa multidão de gente de máquina fotográfica, telemóvel, tablet em punho e a sorrir agarrada a um busto? Como não ver se uma fila de pessoas esperava a sua vez para se colocar de cabeça encostada a um busto sorridente com paralisia facial, de olhos tortos e dentes de serrote, mas mesmo assim é o "Cristiano Ronaldo"? Como não ver se as minhas Pulgas quando do me foram buscar nem um "Olá avó, fizeste boa viagem?", mas vez disso passaram por mim a correr e ao mesmo tempo diziam: " vou ver o busto, espera, vou ver o busto" ainda pensei que a Pamela Andersson estivesse a chegar (este é o meu lado mal-intencionado e de pensamentos obscuros), mas acrescentaram enquanto corriam: "do Ronaldo" (ah, coloquei a mão no peito para descargo de consciência e afugentado os maus pensamentos, disse pra mim: "caramba, são crianças, avoGi, não ligam ainda a esses bustos"). Como

Agora é sempre a festejar

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Aqui há dias fez 11 anos a minha Pulga primogénita, hoje faz 9 a Baixinha - a Pulga do meio, a que é espevitada como uma cozinheira, ainda em Março o pai delas, em Abril, a mãe Pulga, depois há um tempo para descansar. Maio, Junho e Julho estágio...Em Agosto há o grande arraial - anos do Bisalho (meu filho), em Setembro o mê Gu-Gu, faz oito, três dias depois o avô entra nos 61. Em Outubro e Novembro há anos de primas e algum descanso. Em Dezembro cá a avoGi faz 62 anos.... Chiça, caneco, e novamente há um grande arraial  com comes e bebes (se quiseres, claro, ninguém t' obriga). E, como sempre, o lugar para a realização destas festas é nem mais nem menos que "o palácio" desta escriba. E usando as palavras do meu pequeno homem, o mê Gugu que é um verdadeiro gentleman no que toca a elogios: "avó, tu não és princesa tu és rainha". E depois encho-o de beijos...

Coitada de mim!

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Quando as Pulgas - os meus três lindos netos... Esperem, antes de continuar a desenvolver, vou limpar a baba, que já escorre, não quero que caia no écran da minha lambreta (nome carinhoso com o qual eu chamo o meu tablet) ...de 11, 8 e 7 anos, ficam na minha casa, gosto que, ao se levantarem da cama, se dirijam ao meu quarto "cumprimentar a avó", como diz o mê Gugu, mas é mais para saber que já estão de pé pois que cada um tem o seu ritmo e horas de sono. Hoje uma discussão... A Maiveilha disse que a Baixinha - a do meio - já estava a ver TV e não tinha ido ao quarto da avó cumprimentar. O Gugu, o Mainovo, mete-se ao baralho e diz que "quando se levantou ela - e aponta para a Baixinha - já não estava na cama". Para acabar, falo à Maiveilha para que a outra oiça. - Diz à Baixinha que vai escrever 50 vezes: "quando me levanto devo ir ao quarto cumprimentar​ a avó". Responde-lhe Baixinha, bem alto para que eu oiça, colocando as mãos em forma de conc

Se sou feliz com ele para quê me separar?

Não consigo, desculpem, porque sou bué teimosa, por mais que me obriguem, não me separo dele. Foi uma união para a vida. Estarei sempre em desacordo com acordo. De água e cal a deitar nas paredes, a fumegar pelas orelhas se fôr obrigada a escrever sem acentos... Que escrevam segundo o acordo não me importuna, mas eu não consigo. Mas há um problema é que, por vezes, ajudo as Minhas Pulgas nos trabalhos a efectuar em casa. Há dias dei por mim a ler teto (têto) em vez de teto (této). Ora a Maiveilha que tem onze anos desatou a rir com a pronúncia da palavra. E eu a dizer que estava escrito "têto" que para ser "této" teria de ter um c antes do t, para abrir a vogal. A rapariga do dêmo olhava fixamente para mim com aqueles olhos lindos cor de azeitona verde. Até que lembrei-me que neste momento não posso remar contra o acordo para não fazer confusão na cabeça da canalha, mas estarei sempre casada com o português sem acordo. E, se sou feliz com ele para quê me separa

Na minha cama com elas

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É motivo de festa estar na cama da avó (aqui é tudo da avó) nós as três. As Pulgas são mesmo pulgas. É saltos com as pernas, é rabos no ar, é conversas entre as duas. E eu a pedir para que sosseguem... É a historia que eu só conto se houver silêncio, bem eu diria que é um arraial assim como o da Nossa Senhora da Agonia. Agoniada fico eu de brigar com estes estrepelas. Mas hoje subiu-me uns calores pelo corpo e só se estivessem caladas e quietas é que ia sair a história. Mas a festa continuou, já que ninguém tinha nada a perder...a não ser eu. A páginas tantas digo, do alto do meu olhar sério: "Se continuam assim eu saio daqui da cama e já não volto. Vou contar até três" 1.... Continuou o reboliço. 2... E antes que eu dissesse 3, diz a Pulga toda arrebitada com a crista no ar. - Se sais daqui faço uma birra. Mas onde já se viu? E eu com medo da birra, fiquei. Brincadeira, fiquei porque adoro estas Pulgas e as suas tiradas de mandonas....

Mas tomar as dores alheias por suas é complicado

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Li algo que até me fez gargalhar. E a brotoeja saltar. Alguém trata os filhos, carinhosamente por "bichinhos" e recebeu uma mensagem de outro alguém a chamá-la de estúpida, que não tem cabimento chamar os filhos por bichinhos que é uma desaforo, que demonstra falta de ideias, que ofende os bichos... isto, que mais isto mais aquele outro.... Quer dizer, gente linda e bela, por este andar qualquer dia recebo uma mensagem da Comunidade Independente das Pulgas Anónimas ou da Associação Nacional Pulgarense a dizer que não posso usar este termo quando me refiro às minhas Pulgas, ou melhor dizendo - aos meus netos. Há cada uma!

Sonhos de menino

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Quando somos crianças sonhamos em demasia. Bem, em demasia não, somente sonhamos na medida do imaginário. Vejo isso nas minhas Pulgas. Elas sonham com o dia em que serão grandes, sonham com a profissão que vão ter, com marido, filhos e amigos. Uma - a Maivelha quer ser mãe, mãe a tempo inteiro, ou como diz ela "só mãe". A outra - a Baixinha sonha com cabelos e laços e por isso quer ser cabeleireira. O rapazinho quer ser igual ao tio quando tinha a mesma idade e só pensa em ser "o homem do carro do lixo". Que fascínio deve ter este carro! Eu que também já fui criança, embora as Minhas Pulgas julguem que já nasci avó, sonhava com um cavaleiro que me ia dar um castelo e montes de criados....Afinal deu-me mas foi uma carga de trabalhos. Também não tinha cavalo, só um Mini de segunda ou terceira mão.

Ainda há quem seja pior do que eu, espelho meu?

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No aeroporto entro no elevador, Pulgas à frente diante dos olhos, Bisalho atrás, para nos levar ao piso inferior (ao parque) onde tínhamos estacionado o carro. Estava já cheio, mas há sempre lugar para mais uns tantos, espremidos como sardinhas. Reparei que o botão piscava, sinal de que alguém já havia carregado e aguardei que ele deslizasse enquanto púnhamos a conversa em dia e olhávamos enternecidos para as Pulgas cujos olhos atravessavam a mala do tio, quiçá, imaginando as prendas que vinham dentro. De repente a porta do elevador abre e nós saímos. Novamente Pulgas à frente, tio a arrastar a mala e... Estamos no mesmo piso."Oh diacho!" Nem tinha descido nem subido. Ora, nós somos desenrascados, e como dizem os franceses: no hay que temer, hay otro  por supuesto, entrámos no outro que, desta vez, levou-nos até ao parque. O mê senhor que desceu pelas escadas por achar que o elevador estava a demorar muito, fez uma cara de espanto, arregalando os olhos, ao ver-nos sair