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Desapego

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Hoje foi dia de desapego. A minha Baixinha, a neta de 12 anos, de cabelo verde e vaidosa quanto basta, lembrou-se de limpar as gavetas da casa de banho. Primeiro começou com vernizes, depois as sombras de olhos, a seguir batons e perfumes, tudo levou "descaminho", como se diz por cá no meu rural.  A verdade é que já há alguns anos que passo bem sem maquilhagem, exceptuando baton, isso não, baton uso sempre e, os meus perfumes, como disse a baixinha "tens milhares de perfumes, avó", pois sim, gosto de andar cheirosa, portanto batons e perfumes não foram para o lixo, de resto foi tudo. São as únicas vaidades que tenho. Hoje foi o dia de limpezas, e como Moi-Même está de folga, arranjei uma faxineira assim a modos que à pressa para a substituir. Ficou um brinquinho. As gavetas estão espaçosas que até posso dormir dentro delas, apesar de não ser tão esbelta quanto o desejado. Mas a pequena tem jeito para a coisa, só que demora uma eternidade pois vai mirando, vendo, abr

Férias

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As minhas Pulgas estão de férias e nem sabem o que fazer. Julgo que querem fazer tudo num só dia. Senão vejamos: o rapaz deita-se a lastro no sofá, vai à rua dá uns pontapés na bola, joga ténis, anda de bicicleta, sobe vai à cozinha trinca uma maçã, ouve um raspanete porque não tirou a casca nem lavou. As meninas dedicam-se aos trabalhos manuais. Baixinha vai à rede, abana-se num vai-vem a alta velocidade, sobe vai à cozinha come uma banana, ouve um raspanete porque acabara de trincar uma maçã, desce, dá umas pinceladas no trabalho, sai à rua, senta-se na rede, levanta-se, a outra briga com os irmãos, vai à cesta dos vernizes, escolhe o verniz  vermelho-vivo, ouve um raspanete, escolhe outro, pinta as unhas, senta-se no sofá que entretanto vagou que o mainovo foi apanhar pitangas. A Maiveilha pinta o frasco mas quer que seque rapidinho, vai à casa de banho traz o secador de cabelo, deixa as portas dos armários abertas, ouve um raspanete, sobe, fecha o armário, briga com os irmãos,

Mas diz-me, tu vais a Braga a um almoço?

Perguntava-me a minha neta Baixinha, de nove anos franzindo o sobrolho, olhos arregalados​ e mãos nas ancas a modos que peixeira do Bolhão (sem ofensa), quando lhes disse que na próxima quinta feira vou viajar para me encontrar com amigos que não conheço pessoalmente. - Não conheces pessoalmente? Nunca os viste? - parou para pensar e remata depois de refazer as ideias. - Espera....Vais encontrar-te com pessoas que não conheces?  Respondo que sim. - Não é perigoso? - e aqui está a demonstrar preocupação. E repetia "vais sozinha a um almoço com pessoas que não conheces". E abanava a cabeça como a dizer: "eles recomendam para não falarmos com estranhos e depois vão almoçar com estranhos! Não entendo os adultos".

A melhor coisa do mundo é...

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Numa conversa muito séria entre avós e netos Pulgas (a saber são três: uma de onze, uma de nove e um rapazinho de quase oito, todos irmãos), a do meio - a Baixinha, (porque está no percentil baixo) disse que não queria ter filhos. Ora, eu, avó estremosa que teve dois filhos continuei a rebater que "os filhos é o que melhor se pode ter", que "é a continuação da família e que "filhos é a melhor coisa do mundo". Continuava ela que não queria ter filhos quando crescesse e ripostou: - Ó, avó, deixa-te disso "a melhor coisa do mundo" é comer batatas fritas. Pronto, desta não ter bisnetos. Mas vou ter montes de batatas fritas.

Parabéns, que sejas feliz

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Faz nove anos que nasceu uma das minhas Pulgas. Baixinha é a filha do meio e, como todas as filhas do meio é atrevida, desenrascada, refilona quanto basta, sempre com resposta na ponta da língua, com uma piada genuína. Sem medos de assumir. Dizem ser parecida comigo e isso dá-me um prazer enorme. O que poderei dizer mais àcerca desta gasguita? Somente que lhe desejo uma vida repleta de saúde, que se mantenha íntegra nas suas atitudes. Por isso, parabéns Baixinha que a vida te sorria da mesma forma que tu sorris para a vida.

Coitada de mim!

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Quando as Pulgas - os meus três lindos netos... Esperem, antes de continuar a desenvolver, vou limpar a baba, que já escorre, não quero que caia no écran da minha lambreta (nome carinhoso com o qual eu chamo o meu tablet) ...de 11, 8 e 7 anos, ficam na minha casa, gosto que, ao se levantarem da cama, se dirijam ao meu quarto "cumprimentar a avó", como diz o mê Gugu, mas é mais para saber que já estão de pé pois que cada um tem o seu ritmo e horas de sono. Hoje uma discussão... A Maiveilha disse que a Baixinha - a do meio - já estava a ver TV e não tinha ido ao quarto da avó cumprimentar. O Gugu, o Mainovo, mete-se ao baralho e diz que "quando se levantou ela - e aponta para a Baixinha - já não estava na cama". Para acabar, falo à Maiveilha para que a outra oiça. - Diz à Baixinha que vai escrever 50 vezes: "quando me levanto devo ir ao quarto cumprimentar​ a avó". Responde-lhe Baixinha, bem alto para que eu oiça, colocando as mãos em forma de conc

Pergunta do dia, esta para queijinho...

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Imaginem esta cena: avô no sótão da casa; Baixinha - a neta de oito anos - no quintal, por baixo, ele joga o atilho...prontes, o barbante com um gancho na ponta, ela mete o gancho na asa do garrafão, ele puxa um de cada vez os cinco garrafões para guardar no sótão. Ela coloca a mão na anca assim a modos que peixeira do Bolhão quando termina o trabalho com o avô, e pergunta: - Avô, para que queres tu essa tralha toda guardada no sótão?! A bem dizer, só os homens e mulheres do meu tempo é que são gardadeiros (que guardam tudo, como se diz em Câmara de Lobos, zona piscatória da Madeira). E digo: até um ferro de engomar que já faleceu há três anos está "gardado", não sei se à espera do dia do Juízo Final... Mas, digam-me, vocês também guardam em vez de deitar no lixo?

Touca, toupa, touba

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A minha Baixinha, a Pulguinha de oito anos, repetia uma palavra que eu não entendia. Perguntou-lhe onde a ouviu e responde que foi na televisão, e que a tinha acabado de ouvir. Mas acentua que eu também a digo muitas vezes. Ponho-me  a pensar que palavra será pois parecia-me toupa, touca, poupa, louca... De repente vira-se para mim e... - Tens os aparelhos? - referindo-se aos aparelhos auditivos que uso, ao mesmo tempo que com os dedos indicadores apontava os ouvidos. Como não percebia, continuou. - quer dizer que tens os aparelhos e não percebes nada do que digo? Tá visto que mesmo com aparelhos não oiço bem. Afinal a palavra era: tola. E sim uso-a algumas vezes. A idade, senhores, não perdoa.

Vai dar quase ao mesmo...

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Baixinha, a minha neta de oito anos esperta que nem um alho (não sei a razão deste dito, mas também pouco importa para o caso), perguntou-me se tenho o "Cheróme" na lambreta (nome carinhoso com que trato o meu tablet). "Cheróme"? Não sei quekogo é esse. Jogo? Qual jogo avó! É para pesquisar... Pesquisar....cheróme...ah, pois. Era o Chrome.

Há oito anos que sou bis avó

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Parabéns, Baixinha linda, minha segunda Pulga, que ao nascer tornou-me  "bisavó". Na "bisavó" mais feliz do universo.

Divisão de bens

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Na rua, enquanto passeávamos, as Pulgas - os meus três lindos netos, decidiam o que queriam ter, a modos que uma divisão de bens em vida, mesmo antes daqui da avó bater as botas ou seja, fechar os olhos para o mundo. O mê Gugu dizia que o jipe era para ele. A Baixinha escolheu a casa, esta é esperta, a Maiveilha estava indecisa... Eu, a um determinado momento disse que ainda estava viva e queria saber quem vai cuidar de mim quando fôr velhinha, de fralda, a precisar de ajuda para comer, alguém para me levar a passear na cadeira de rodas... Nem acabei, Baixinha interrompe e disse logo: - A mana- e apontava, de dedo bem espetado quase a tocar na irmã, para não haver dúvidas.

Duas gibas é tipo "Areias, o camelo"*

A minha Baixinha, a busica de sete anos, vivaça como só ela, depois de ouvir a mana mais velha pedir uma pen ao avô, para um trabalho de pesquisa, e depois de terem visto várias de vários tamanhos e falado sobre os megas e os baites, diz-me. -Avó, o avô vai emprestar à mana uma pen grande - e aqui faz com o polegar e indicador o tamanho da dita - mas é de duas "gibas". * porque em madeirense "giba" é corcunda.

Mas interessa?!

Estávamos na cama, eu entre as duas Pulgas mais velhas: eu a contar a história elas atentas ao romance e começo como todas as histórias começam... "Era uma vez um princesa que vivia num palácio tão grande e com umas torres tão altas que ela demorava um ano a subir até elas." Sou interrompida pela Baixinha, a de sete anos, espevitada como uma bimbi à moda antiga, que me diz que falta uma "coisinha". O quê?, pergunto eu já à procura do detalhe que faltava. "Não disseste se o ano era comum ou bissexto".

Não é bem mas é quase

Hoje, no carro, eu e mê senhor nos bancos da frente e logo atrás três Pulgas irrequietas além de atentas ao desenrolar da conversa de adultos. A Baixinha, a mais mexida, a que mais se parece comigo no humor repentino, nas aluações, mete carta ao baralho dando continuidade ao assunto de adultos. Digo-lhe para imahinar que tem um reposteiro, ou cortina a separar a parte da frente da de trás. E com a mão esquerda imagino que corro o cortinado. "Mas, ó avó, achas que isto é uma limusine, achas!? E segue-se a explicação pormenorizada... Palavra de honra, às vezes, não sei onde vai buscar estas ideias.

Na Repartição de Finanças

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Uma bela pança

"Tens aqui uma bela pança", diz Baixinha segurando no meu rolo, vulgo pneu abdominal, entre os dedos e a apertar subindo e descendo. É caso para uma pessoa que se preparava para ingerir a refeição do dia perder o apetite. Mas eu não o perdi! Com esta frase senti os remorsos a bailar o "Bailhinho da Madeira", sentei-me à mesa com a mão na testa e pensei: "se já o tenho, nada feito, vou mazé contribuir para que se mantenha".

Abre a porta que eu dou-te um beijo

As minhas Pulgas fêmeas brincavam na porta, uma por dentro a outra por fora, numa porta de vidro transparente. - Mana, abre a porta, deixa-me entrar - pedia Baixinha que estava na rua. A Maiveilha, que estava dentro ria e não abria. -Mana, abre a porta, não estou a brincar e quero entrar. - já de narinas abertas e cara de poucos-amigos. - Abre. Durante um tempo só se ouvia: "abre a porta"; "abre a porta, mana", e a porta mantinha-se fechada. Uma ria a bandeiras despregadas outra deitava línguas de fogo. Até que... -Só abro a porta se me deres um beijo - disse a Maiveilha, com o indicador a indicar na face o lugar onde a outra tinha de dar "o beijo". - Oquei, Mana. Atão, abre a porta! - isto já de sorriso aberto e palmas das mãos para cima e encolher de ombros. Levou a sua avante. A porta abriu-se e juro estava esperando ver o beijo. Não o vi.

Não te metas com ela. Eu avisei-te

Depois de um pequeno-almoço cheio de cereais, leite, café para os adultos, fruta e, assim que a oportunidade surgiu, vestimo-nos para um leve passeio até à padaria do costume a fim de comprar pão, beber uma bica bem forte e ler as notícias. À saída de casa a Baixinha alertou que, assim que chegasse à padaria ia comer um pãozinho. O avô fez-lhe ver que já tinha tomado o pequeno-almoço. "Ora, avô, tu também já tomaste café ao pequeno-almoço e vai tomar mais um." Por isso, meu-zamigos, com esta há que medir as palavras antes de falar.

Vai dar ao mesmo

Diz a minha Baixinha, a busica de sete anos, espevitada (não sei a quem sai, mas enfim!), que sabe da existência de uma cidade chamada frango. - "Frango" mana? - pergunta, incrédula, a Maiveilha, com aquele olho verde e sorriso matreiro de quem acha que a outra está a dizer uma barbaridade. -Sim, mana. Frango. Há uma cidade chamada Frango. - Reforça com convicção. - Manaaaaaaa, não será Peru?! - diz a outra a ver se por associação... - Ah, pois mana. É isso mesmo. - abana a saia com as mãos na anca e - Opsss, enganei-me - remata para acabar...

Pede desculpa à menina (ainda a propósito da palavra: desculpe)

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"Aquintrodia" no parque estava eu com as Minhas Pulgas e chega um pai com a sua cria, coisa mailhindinha do mundo mas coisa mais estupidazinha da terra, um inção com quatro anos que faz as delícias do seu dadi. A minha Baixinha queria andar no escorrega lá estava o tampão perdão, a criança coisa linda a obstruir a descida. "Tu és feia" disse ela. Baixinha não estimou a afronta até porque não é feia e veio fazer queixinha à sua avó. Avó diz à Pulga para não fazer caso até porque " quem chama é que é". Vai o GuGu andar de baloiço vai a peste a correr e tira-lhe o lugar. A coisa ferve cá no corpo da AvoGi e uma brotoeja começa a saltar. A dita continua a chamar feia a torto e direito. Caramba, já chateia e vai avó das Pulgas perguntar ao dadi da criança se pode dar uma palavrinha à sua cria. Abana a cabeça que sim e digo à estuporada pequena, coisa mailindinna do universo se acha a Baixinha feia? E depois faço a lição de moral enquanto o dadi continua a re