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Esta coisa dos sensores...

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Ora eu sou rapariga que nasceu ainda Salazar era vivo e por conseguinte estas modernices bolem-me com os nervos e o sistema nervoso central entra em erupção. Estava eu numa casa de banho de um café quando os sensores apagam, sim, eu demoro muito na casa de banho mas sabem sou "dureira" como dizia a minha santa abuelita que era reles com'um touro. Atão a p'ssoa tá sentada concentrada na obra (por aqui dizemos obrar), e tem de fazer sinagogas e abanar os braços como que a pedir socorro quando está no sítio que merece descanso e sossego? E depois apaga e tem de fazer o serviço todo às escuras (e como estava negro mê dês!), e por mais que mexa os braços, as pernas, e faz que dança a Lambada não dá luz. E o papel? Onde raio está o papel? Só depois quando abre a porta para sair é que descobre que os sensores estão fora da casa de banho na zona do lava-mãos. Mas isto tem cabimento?! Uma p'ssoa tem de ir com as calças na mão à rua para ter luz na casa de banho?!

Festa da Flor 2017. A Madeira está em festa

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Não preciso dizer nada. A beleza das flores sobrepõem-se às minhas palavras. Desfrutem da beleza ímpar de cada flor. Só digo que ao  vivo é um sopro no coração.

Há momentos em que preciso de cinco litros de café

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Hoje é um desses momentos. Mulheres e homens da minha vida e do meu coração, vocês sabem lá o medo que tenho de viajar de avião. Vocês nem sabem quantas vezes vou ao WC tal é a sensação de desconforto e o nervosismo que se instala nas tripas​! Vocês meus amigos não acham que tenho razão quando digo que num mundo tão grande com tanta terra eu, rapariga dada a medos de avionar, nasce num pedaço que quase não figura no planisfério de tão pequeno que é, e ainda para piorar rodeado de mar todos os lados que é como dizer que para qualquer lado que me vire é sempre mar? Vocês meus amigos e amigas a sorte que têm de poder meter as unhas no guiador do carro e comer alcatrão, que é como quem diz: andar sem parar, por essa estrada fora, porque eu se quiser sair da minha zona só de avião, de barco ou a nado mas já experimentei - a nado - e só avancei um bocadinho como daqui ali...e olhem, estou a apontar com o indicador de onde até onde... Fotografia: Santa Cruz, vendo-se, ao fundo, o ori

Anda ver o mar e esfoliar as costas e os calcanhares nas pedras

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Ohhhhhh , é de areia preta! Devem estar a dizer baixinho com ar de decepção! Pois é, não estamos nas Caraibas! Atão não sabem que a nossa pedra é basáltica? Nunca poderia dar areia amarela. Mas é linda! Ohhhhhhh , mas tem pedras! Ah, pois tem. Atão não gostam de esfoliar os calcanhares e o corpo? Não pagam por uma sessão de massagens com pedras quentes nas costas? Aqui é de borla! Vamilhá correr na praia...Se conseguirem! Fotografia: Praia Formosa, Funchal, Madeira

Ai, povo enganado! "Vaiam" mas é vestir a gabardina e calçar as botas d' água!

Julgavam vocês que o sol vinha para ficar? Julgavam que iam colocar a bela da tamanca no pé e caminhar porta fora até à babuginha do calhau e espalhar-se ao comprido num metro quadrado de cimento, ai era? Desenganem-se meus e minhas, hoje aqui chove facas e canivetes do céu e o Pedrocas anda a fazer churrasco e a deitar o fumo cá para baixo. E que belo churrasco! A julgar pelo fumo a lenha estava molhada. Pudera, se chove e volta a chover... Mas adiante. Atão, as minhas lindas mulheres cá do burgo até arranjaram as unhinhas dos pés para poder arejar os dedinhos? Vão mazé ao baú buscar o sobretudo, as luvas, cachecol e as meias tricotada pelas mãos da avó que isto ainda vem muito frio. Sabem o adágio popular: "Abril águas mil" que em madeirense se diz: " abrilhe águas milhe ?" A água ainda vai cair antes do fim deste mês, palavra de quem nunca mente. Ui, que frio aqui, no meu rural, deixa-me fazer um chá de limão com sumo, deitar mel de cana e um cálice de aguar

Uma comichãozinha...

Tenho comichão na garganta, o que faço? Não é por fora, se assim fosse, ora bem, era só meter as unhas acabadas de pintar com vermelho vivo e coçar até arranhar. Mas não, senhores, mas não. É por dentro! Coçar está fora de questão pois não meto os dedos (com as unhas acabadas de pintar com vermelho vivo), nem a mão pela goela abaixo; depois, a minha garganta é funda, e, de certeza que me dará "engulhos", pois sempre que o senhor doutor - aquele que tem um nome comprido - me punha o pau de gelado lambido na língua dava-me umas ganas de "rabiçar". Vou ter de esfregar a língua no céu da boca e dar estalinhos a ver se passa a comichão, esquisito, não é? Que raio de sítio para dar comichão! Com tanto corpo onde posso pôr as unhas (acabadas de pintar com vermelho vivo), calhou-me logo este: dentro do corpo!

Pergunta do dia, esta para queijinho...

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Imaginem esta cena: avô no sótão da casa; Baixinha - a neta de oito anos - no quintal, por baixo, ele joga o atilho...prontes, o barbante com um gancho na ponta, ela mete o gancho na asa do garrafão, ele puxa um de cada vez os cinco garrafões para guardar no sótão. Ela coloca a mão na anca assim a modos que peixeira do Bolhão quando termina o trabalho com o avô, e pergunta: - Avô, para que queres tu essa tralha toda guardada no sótão?! A bem dizer, só os homens e mulheres do meu tempo é que são gardadeiros (que guardam tudo, como se diz em Câmara de Lobos, zona piscatória da Madeira). E digo: até um ferro de engomar que já faleceu há três anos está "gardado", não sei se à espera do dia do Juízo Final... Mas, digam-me, vocês também guardam em vez de deitar no lixo?

Se fôr galinha ainda vá-que-não-vá,...

Costumo me aliviar, ou melhor dizendo aliviar o porta-moedas num mini-mercado cá da zona que é propriedade de um venezuelano. Sempre que passo em frente ao dito ele chama-me para me alertar dos frescos. " Vezeinha , hoje os grelos estão em promoção, vezeinha as nonas baratearam". Vezeinha, os tomates ca vezeinha gosta tão mai baratos  . São realmente um espanto. São do melhor que há. Frescos, sumarentos, vermelhos... Mas hoje reparei que cocheava, tinha o pé a apontar para fora em vez de ser para a frente. "O que lhe aconteceu, senhor José?" Pergunto colocando o meu ar de pena pela situação. "É a gota, vezeinha , e sempre que como frango duei vezes num dia fico pior". Mas sabe, continua ele, se fôr galinha não me faz nada." Como?! Pergunto admirada. Verdade, vezeinha,  se fôr galinha velha não me faz mal. Agora se for frango fico assim. Bem, eu vim para casa rir...A imaginar o senhor José - o Venezuelano a trincar uma galinha velha e a dar umas

Não acreditem...

Li, nas voltas que dou na minha lambreta pela internet, que colocar uma colher de pau em cima da panela, assim atravessada, quando está ao lume a água não verte. Ai não?! Atão porque tenho tanta água na placa de indução!? Olhem eu deixei a colher e fui à vida, mas sempre renitente nestas dicas, de vez em quando ia deitar o olho à panela. Meus queridos e minhas queridas...."Aquilho à que era! Era água... era sopa... era um dilúvio maior que o do Noé. Nunca mais acredito!

Por falar em piolhos...

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Diz que vão à escola todos os dias. E só por isso crescem fortes e saudáveis além de inteligentes. Quiçá mais inteligentes que algumas cabeças... "Aquintrodia" apanhei uns mafiosos... Há "canos" não via estes "estapores" a passear numa cabeça! Há canos não me coçava só de pensar neles... Diz que houve epidemia...

A Polícia também faz milagres

Lá nas terras das américas do sul a polícia opera milagres que nem Deus nem os Santos conseguem. Um amputado consegue andar. Um mudo falar... Vejam o vídeo,  (aqui)  do cambado (como se diz em madeirense), a andar. Que milagre, Mê Dês!

Saí de casa

Meus e minhas...saí de casa hoje para ver a neve, coisa rara aqui no meu rural (e, por isso, vai toda a gente até aos píncaros da serra para ver a branca mais branca não há). Cheguei lá ela não estava aliás estava mas não se podia ver. A bófia não permitia. Olha, de raiva tomei uma poncha de frutos vermelhos, uma canja, e um picado de carne acompanhado por um Dom Ermelinda divinal. Ah, e pão com manteiga d' alho, "quilhos" empastados nele. Não houve remédio. Fui de balde e vim de ceira ou seja neve cad' ela? Vocês viram? É que eu também não. Aquela coisiquita no lado da estrada, não conta, pois não?!

Há quem não resista a um molhe de grelos

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E se vier acompanhado de pimpinelas, vaginha e alface ainda melhor. Comendo o que a terra dá. Frescos de hoje.

Eis aqui a fotografia daquele amor

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E perguntam vocês, meus aqueles e aquelas que me visitam: ainda falas nisso? Mas eu prometi, lembrai-vos? Eu prometi que assim que o galo m'acordasse ia eu a caminho do céu tirar a fotografia do dito. E como se diz em madeirense: "eilhos", em cima, a encabeçar o poste. Os tais amores de Burro planta daninha que se prega à roupa.

Que belo castigo! Olh' agora comes quarenta bananas p' aprenderes!

Não me perguntem onde foi, quem foi e a que horas foi que a minha cabeça não fixa tudo, sim?, só digo que ouvi de raspão e ri-me a bom rir enquanto imaginava a situação. Ora bem, um ladrão rouba uns míseros anéis, colares e pulseiras de pedras preciosas, nada de muito valioso, coisa pouca portantus, mas foi descoberto quando estava c' a boca na botija, ou seja a desviar... Assim que se viu descoberto teve a brilhante ideia de meter na boca e engolir. Rapaz esperto, ladrão brilhante no quadro de honra da Escola Profissional de Ladroagem. Foi logo metido no calabouço, obrigaram-no a comer de seguida 40 bananas, e não era banana madeirense que é pequena mas boa, era tipo plátano. Quarenta bananocas de enfiada e esperaram que lhe desse da chorrica, diarreia para os não são madeirenses, para que no produto líquido viesse o sólido. E veio. Recuperaram o roubo. Agora não me perguntem quem esteve de plantão à obra, quem separou o líquido do sólido e se lavaram de seguida que eu não sei,

Estou em retiro

Incontactável. Estou em preparação para a grande Picanha na casa de amigos e em repouso absoluto. Até almocei "mal e porcamente" como se diz no meu rural a guardar o estômago para o jantar. E se há coisas que gosto é isso mesmo: picanha. Aquieta-te estômago, pára de resmungar, daqui a pouco já te alimentas. Ca roeza, mê dês! E segue-se, daqui a dias, uma sopa de trigo feita pelas mãos habilidosas de uma jovem com oitenta anos. Ainda são Festas, não são?

Quando alguém rabiça...

...dentro da piscina toca a tirar a canalha toda de lá de dentro, mandar-eles pá outra, pá grande, pa limpar o rabiçado. E foi assim c' aconteceu, depois de meia hora a nadar há uma buzica que se lembra de abrir a boca e aqui vai disto... É ver-eles todos a tremer ca água da piscina "dos grandes" é fria pa déu-déu. Taditas das Minhas Pulgas!

Cansada! E com um camadão (de olhado)!

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 É como me sinto hoje. Ando com dor no estômago, quiçá, da variedade e mistura de comidas da Festa ou então é "um camadão de olhado"* que tenho. Sabem a que me refiro, não? Conhecem a sensação de ter um olho mau a nos perseguir que nos deseja mal? É isso. Vou mazé fazer uma cura e como se faz?, perguntam vocês. Ora bem, eu nasci para vos ensinar... Deitam cascas de alho e ramos de alecrim seco num tacho, pegam lume mas, cuidado para não ir a casa pelos ares, deixam queimar e inspiram o odor a perfume de alecrim. Limpa o olhado, perfuma e purifica a casa. Poças, mais parece que tenho uma nuvem negra de inveja em cima de mim. E me persegue! Rásparta! *É recorrente usarmos esta expressão, principalmente quando alguém boceja constantemente.

E depois há os otários

Ontem um dia lindo de sol e, como as Pulgas tinham os capacetes para estrear, foi-se em modo "carro de ciganos a caminho da feira" sem ofensa, para Santa Cruz e, se não sabem onde é digo que é onde se encontra o "orioporto". Atão três Pulgas, três bicicletas, três capacetes, três casacos, três pares de olhos e dois pares a cuidar, sim, que Pulgas não são carneiros por isso não andam atrás uma das outras e por isso tenho de pôr olhos tipo radar... Parou-se o bólide no parque, pagou-se o "ero" para uma hora e beira-mar passear. Ai que coisa boa é passear à beira-mar ouvindo o barulho dos aviões com o sol a bater na cara e as Pulgas a tirarem o casaco e a avó a carregar! Parecia um bengaleiro! Sentados na esplanada nem demos pelo tempo a passar e passou tão rápido que ao chegar ao carro ementes mê senhor fazia o inverso de quando parou, ou seja mete bicicletas, mete capacetes...eu, rapariga dada a observar o redor vejo um papel na montra do carro. Ai, que

Há cada um! Louco, só pode!

Um homem veio do Canadá para a Madeira no mês passado. Vive no Caniçal, ponta leste da ilha. Na sexta feira passada disse à mulher que ia ao centro - a Machico - comprar material para o barco, para poder voltar a pescar. Segunda feira ainda não tinha regressado a casa, foi dado como desaparecido e encetaram buscas para encontrá-lo. Ontem um amigo residente no Canadá telefona à mulher a dizer que o marido tinha ido tomar um copo com ele. Ela ficou admirada, pois que só tinha ido do Caniçal a Machico comprar peças para o barco. Ele, finalmente telefona a uma irmã a dizer que estava no Canadá. Resumindo: ele sai de casa e em vez de comprar peças para o barco, compra mazé uma passagem para Lisboa e, em chegando à capital compra passagem para o Canadá sem dar cavaco a ninguém. E toda a gente: polícia, bombeiros, PJ a procurar o gajo. E ele no bem-bom sem se preocupar... Gente louca!