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A mostrar mensagens com a etiqueta ai que coisa boa é comer

Um porco vegetariano

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O meu vizinho tem um porco. Esse porco só come pimpinelas. Atrevo-me a dizer que é vegetariano, estou a pensar que posso afirmar sem sombra de dúvida que os vegetarianos podem comer à vontade esta carne, deste porco. Eu costumo dizer aos meus netos que sou vegetariana quando estou a traçar à dentada um belo bife do filet. Eles refutam logo "avó, mas tu estás a comer carne...." Respondo assim: "Eu sei meus lindos, mas esta vaca é da série vacas felizes dos Açores, e pastam todo o dia naqueles prados verdejantes e só comem erva. Logo se elas só comem erva se eu como a vaca logicamente estou a comer erva, se como erva sou vegetariana, é a cadeia alinentar"".Eles abanam a cabeça como que a dizer "não vale a pena contrariar! Não se aprende nada com esta avó". Isto tudo a proposito do porco do meu vizinho, salvo seja. Fotografia: Vacas felizes pastando num prado em São Miguel, Açores

238 velas para soprar

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Amanhã vamos soprar 238 velas. Vai ser complicado acendê-las todas, acho que iremos necessitar de um maçarico. Desde Março que não se festeja anos tudo porque a pandemia não permitia ajuntamentos, visitas, viagens e festas, não quero com isto dizer que vai haver um aglomerado de pessoas, não, somente a família que a altura não é propícia a festanças. Uma neta - a Baixinha - fez 12 anos em Março, o genro também em Março fez 41, a minha filha fez 40 anos em Abril e estava tudo preparado para a entrada nos 'entas', mas foi tudo adiado, depois Agosto é a vez do mê bisalho e são 36, Setembro é o mês do mê senhor que fez 64, do neto Gugu ainda nos 11 e madame-nora com 34 feitos...portanto sem contar com anos de casamento que também houve, juntando são 238 velas.  Haja fôlego para tanta vela! Fotografia: O bolo dos anos do mê bisalho, em Agosto

Senhor que me conheces...

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Senhor que estás a olhar para mim de olhos arregalados, com as mãos para o céu e com aquele abanar de cabeça de quem sabe que não preciso disto. Senhor sempre que eu meter a mão na embalagem manda-me um calhau bem no centro do dedo mindinho porque eu, Senhor, quando começo não consigo parar esta compulsividade de meter-agarrar-tirar-e levar à boca-mastigar-engolir-e apreciar. E se ainda fosse um de cada vez, o pior é que vão aos pares. Sou tão fraca e esta fraqueza dá cabo das ancas...

Trabalho vai-te embora...

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Tenho cá em casa dois mestres: um pintor outro pedreiro. O pintor é um homem baixo, quiçá com pouco mais de metro e meio, muito moreno, magro, com 40 anos, disse ele, penso que se der uma ventania ele voa sem destino, o outro, alto, careca, com mais de metro e oitenta, uma figura de cartaz que, por sinal, faz hoje 39 anos.  Fiz uma sandes para cada um e uma cerveja bem fresca porque o calor faz transpirar e não há como abater a transpiração. Dei a sandes ao pintor que disse logo: "ah, pão não me apetece -massajando a barriga em movimentos circulares a indicar que estava cheio -, mas a cervejinha vai", o outro que benzaudeus come como gente grande, avançou logo em duas dentadas a sandes e a cerveja foi de um único golo. Portanto chego à conclusão que o trabalho de pedreiro é duro, cansativo e dá fome. O de pintor, além de ficar todo branco que até na brincadeira lhe disse " é pra pintar a parede não é para se pintar", é leve e não dá fome. (Malvadas obras de Santa E

Certas pessoas, certas atitudes

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Há aquele tipo de pessoa que aproveita a ida a casa de amigos para tirar a barriga de misérias, basicamente comer o que não come em casa, e são camarões e figos pingo de mel aliás tudo o que aqui, na região, é caro mas que se gosta de presentear os amigos e familia em dia de festa. Estas pessoas vão a todas, como o José Malhoa, mas incapazes de retribuir o gesto convidando os amigos para ir à sua casa. Questionados sobre o assunto arranjam pretextos: a mulher está doente, o filho trabalha, tem de ficar com os netos. A melhor foi que tinha tábua de passar a ferro a meio da sala por isso não convidava ninguém. Adoro estes comportamentos (estou a ser sarcástica).  Fotografia:  Phissalis, tomate cereja, pimentos amarelos e azeitonas

Moganga, chila ou courgette vai dar tudo ao mesmo

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O mê Gugu, neto de onze anos acabados de fazer, adora sopa de moganga (como a chila  é conhecida na Madeira) e, por isso, pediu-me para fazer a sopa. Andei a percorrer supermercados, frutarias, barracas e afins e em nenhuma havia moganga, mas eu não queria entristecer o meu mainovo. De repente surgiu-me uma ideia e logo pu-la em prática. Comprei courgette. Sim, porque não? Courgette é abobora. Atão, descasquei três courgettes, adicionei duas pimpinelas, um bocado de abobora amarela, uma batata, cebola, azeite e sal e coloquei numa panela. Deixei cozer e depois triturei. Agarrei num pouco de esparguete, parti com as mãos muito miudinho e meti na panela. Cozi ovos para depois retirar a casca e acrescentar à panela. Quando chegou a pergunta vinha pronta a ser disparada: "avó, fizeste a sopa de moganga?". Custou-me a mentir e disse que sim. Comeu três pratos da deliciosa sopa de moganga sem moganga. Não digam nada é melhor que ele não saiba...para não julgar que a avó é uma aldra

Acordem-me suavemente com café e torradas

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Há que agradecer cada dia por um novo despertar. E há despertares... - de bandeja: com café, sumo, bolos, torradas e uns "craçāes" com doce e - ...despertares. O meu de hoje insere-se na segunda categoria. Estava eu ainda no calor das minhas penas quando, ao de leve, sinto uma mão no meu corpo, abri um olho a pensar que era sonho pois se fosse continuaria no que estava a fazer porque não tinha acabado. Mas não. Era mesmo o segundo despertar. E agora estou desperta porque o mestre está de brocadora a furar os meus ouvidos, perdão, enganei-me, a partir pedra bem ao meu lado. E eu a imaginar o primeiro despertar! Povo enganado! Fotografia: Bolas de Berlim em Braga, mês passado.

Há dias perguntaram-me...

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                                    ...qual a parte de Portugal Continental que gosto mais. E eu respondi sem medo: Gosto do norte.  Ai o norte! Eu fico desnorteada quando perco o norte. Gosto dos castelos, das citânias, das praias fluviais. Gosto do interior tão esquecido. Mas também sou cosmopolita. Adoro cidades - e aqui um suspiro ao Porto - os rios, as pontes, a bela arquitetura, os centros históricos, e esta paixão que tenho pelo meu Portugal faz-me sentir abençoada. Gosto do norte (com isto não quero dizer que não goste do centro ou sul). Mas... O clima... o clima, essse malvado, aqui solto um longo suspiro. Seja outono, inverno ou primavera saio da minha ilha - ilha da Madeira, com o seu clima ameno todo o ano - deixo vinte graus para trás e vou ao encontro de oito, sete, seis ou até menos... Não há maneira de aquecer o corpo. Falemos de comidas... bem, aqui sou 'biqueira', faço bico a algumas tradicionais e, a bem dizer não sou nada apreciadora. Não gosto de frances

A verdadeira banana madeirense

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Há quem diga que "banana é banana e ponto final". Errado. Há bananas e há bananas. Há grande e há pequena há grossas e finas, com muitos fiapos e com poucos com muitas num cacho e cachos com poucas. Por cá, no meu rural, a tradicional é a banana-prata. E perguntam vocês que tipo de banana é? Eu digo, afinal estou aqui para vos ensinar a distinguir bananas. Banana-prata é pequena - mede entre dez a quinze centímetros, pouco calórica e os cachos são pequenos. Se adoram bananas mas não querem deitar corpo ou seja engordar comam banana prata, desta podem comer até um cacho inteiro. Entenderam a diferença entre banana e banana? Fotografia: banana-prata acabada de ser colhida pelo mê senhor.

Pois então, bom fim de semana, amor electro e frango podre

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Feriado mal-injusto aqui na Madeira. Hoje é o Dia da Região Autónoma da Madeira, mas também é sábado, fim de semana e como tal para muitos o feriadinho passa ao lado. Mas não importa daqui a dois anos será uma segunda-feira e aí sim vamos gozá-lo na sua plenitude. Ora bem, falemos de ontem. Sexta-feira, dia de concentração de amigos e familiares para em romaria rumármos ao concerto dos Amor Eletro. Tudo topi , tudo legau , uma boa onda, com muitas enerrrrgias positxivas como dizem os nossos irmãos portugueses do Brasil. Falemos do jantar! Ai esse malvado! Como sabem é tradição nos arraiais madeirenses comermos espetada com bolo do caco e beber vinho com laranjada. Mas, muitas vezes, a carne é tão rija tipo sola de sapato que optamos pelo frango assado. Ora bem, pedimos três frangos para alimentar doze bocas, para começar... De três comemos um dois foram devolvidos. Veio outro.. Foi devolvido...outro, devolvido... Enfim... Mas quem é que comia frango podre? Que  cheiro, que sabo

Vim de cesta cheia

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Fui à horta (àquela que anda esquecida e que tenho descuidado a sua limpeza, rega e tratamento), e vim de coração cheio. Na cesta onde coloquei salsa, couve, pimpinela, tomate cacho, além dos que a foto reproduz: tomate cereja e tomate lagartixa, trouxe também uma certeza: mesmo que eu não cuide a natureza segue o seu ritmo. E eu agradeço...

Tenho de falar com ela mais vezes. Ela levanta-me o ego

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As avós de agora são as raparigas do meu tempo de menina e de escola. Não nos encontrámos como mães mas reencontramo-nos como avós. Olho para as minhas amigas e vejo o quanto estamos fofinhas, redondas, rugosas, esbranquiçadas ou com tinta castanha, preta e as mais extravagantes de vermelho, mas felizes claro, a correr atrás dos netos. Ora estava eu a "meter na jaca" (o mesmo que enfardar/comer) e olho para uma - a mais redonda de todas - comendo do mesmo...não do mesmo mas igual ao que eu estava a comer e, em jeito de brincadeira, digo-lhe: "Hoje ninguém se pesa. Proibido. E não há-de fazer mal, não achas? É por eles." - Ah, pois tu queixas-te! ? Tu podes comer de tudo que não engordas, estás magra; sempre te conheci assim, eu é que sou uma bola, sempre fui gorda. - Ó rapariga tens falta de vista! Eu engordei 10 quilos.- digo-lhe. - Engordaste o quê, onde é que está "essa gordura". E mirava-me de cima abaixo com ar de de que diz: "parva, dep

Para que não duvidem do que digo

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Caros figos.... vocês estão caríssimos... Eu disse que não comprei a oito, E acham que comprei a 9,98€? No uei (inglês, silvu plé).

Por falar em roubar...

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Não sou rapariga de ver e não mexer no que toca a fruta, não sei, deve ser um trauma de pequena e não consigo me  curar. Já fui ao Brasil, Praia e Bissau, Angola, Moçambique, Goa e Macau já fui até Timor e em nenhum sítio houve alguém capaz de curar este vício de roubar figos também diospiros também cerejas entre outras que estejam na estrada. Conhecem o Santuário de Nossa Senhora da Abadia e o Mosteiro de Santa Maria ambos em Amares? Já passaram por Tarouca por esta altura em que as cerejas estão vermelhas, apetitosas e caras? "Vaiam" por lá em Junho e por Amares em Outubro e depois contem-me se resistem a tanto diospiro caída no chão e outros mais nas árvores, arreganhados, e em Tarouca tanta cerejeira em fila indiana com elas tristezinhas, de olhinhos cheios de ramelas de tanto chorarem de tristeza a pedir: " poramordedeus c ome-me, leva-me numa viagem da boca até ao estômago, quero conhecer o teu interior porque dizem que o interior da pessoa é que é o genuíno, q

Não roubei só surrupiei....oh diacho... gamei, prontus

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Adoro figos (e bêberas e tabaibos e goliabas e pitangas...) E por gostar tanto de figos ( e bêberas e voiabas e tabaibos) e por serem caros (8 euros), não resisti a roubar. Dizem que a ocasião faz o ladrão. Nada mais verdadeiro.                                              Passava eu debaixo de uma figueira quando olhei e vi aqueles malvados cheios de mel no bico. A escorrer. Pensei: "Ai se era de noite!" Mas eu sou uma mulher que quando se lhe mete algo na cabeça é o inferno. Deixei anoitecer e... Voltei à figueira. Mas o que me sobrava em coragem para roubar, faltava-me em estatura. Estavam altos, demasiados altos para o meu comprimento, por mais que me esticasse. E como me estiquei!! Pus-me em ponta de pés, fazendo inveja à Margot Fonteyn. Nem ela conseguiu tanto!!                                            Apanhei um. Apenas um. Vim triste com um figo na mão! Um?! Não dá nem pá cova d´um dente. Mas isto não fica assim... Não, que eu não deixo que es

Poncha de tangerina e torresmos coisa maiboa

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Eu não sou o Quim Barreiros nem sou um mestre de culinária mas se há coisinhas fofas que eu sei fazer é a bela da poncha. Uma poncha por dia nem sabem a gripe para onde ia. Ia e não voltava. Este belo exemplar não foi feito por mim. Eu simplesmente emborquei goela abaixo é que parece que vou ter gripe e como diz o outro "mais vale prevenir" e "mulher prevenida vele por duas", bebi, portanto, duas. E soube-me tão bem, é que estive a queimar gordura na serra - uns chouriços, umas tiras de bacons, umas salsichas, porque a minha médica de família diz: "queimar gordura e beber muitos líquidos". Atão, depois de queimar a gordura, passei aos líquidos: Pera Doce, Capote Velho, Mula Velha, Piteira...e por fim a bela da poncha de tangerina. Estou satisfeita a dar saltinhos: cumpri na íntegra o conselho da médica de família.

Esta sou eu a dar ideias

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Uma pêra-abacate por dia nem sabem o bem que faria. Acalmem-se, por favor, podem comer "quilhos" que não alargam as ancas. O mito de que a pêra-abacate engorda está fora de moda. Até li que ajuda a emagrecer. Ora, logo eu que dou um olho míope e um estrábico em substituição de um quilo ou dois. A banana, essa malvada, é que nos faz praguejar. Esqueçam a banana porque pior do que ela se alojar durante um século nas ancas é que nem na próxima reencarnação desaparece. Palavra de quem vive a informar os benefícios e malefícios da fruta cá do burgo. Ah, e parem de olhar para a fotografia porque esta está aqui (e faço círculos no estômago proeminente devido à ingestão desta coisa boa).

Tenho cá uma sorte!

No supermercado cá do burgo pergunto à linda menina de cabelos aos caracóis e de óculos de tartaruga em cima do nariz que peixe era aquele que eu estava a apontar, pois que alabote - era esse o seu nome - não o conhecia. Queria eu saber a nível de sabor, textura, mas a linda menina de caracóis e óculos de tartaruga em cima do nariz pega na embalagem vira e revira e vira depois de revirar, e diz-me do alto da sua sabedoria uma coisa que eu não sabia: "Olhe, é peixe". E sorri. Sorri com aqueles dentes lindos em fila e puxa para cima do nariz os oculinhos de tartaruga que teimavam em descer. Eu olhei para ela com o meu sorriso 25 - o enigmático, tão enigmático que deixou de sorri ao mesmo tempo que passava a mão no cabelo​. Este meu sorriso é realmente difícil de decifrar. Eu  mantive-me a olhar fixamente para a menina linda de caracóis e óculos de tartaruga em cima do nariz e com um sorriso lindo que me fascinava. Fascinava-me ainda mais a sua desentura e abanar de ombros ao

Porque eu tenho tomates

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São pequenos mas são meus. Plantados, regados, cuidados e ainda há pouco comidos. Eu também acho, e respondo aos vossos pensamentos, pois sei que em boca pequena estão a dizer: "Caramba, ela merecia ter uns tomates maiorzinhos que estes." Mas prontes e como se costuma dizer: "cada um tem aquilo que merece" e este deve ser o tamanho próprio para mim, mas sei que há quem os tenha grandes, carnudos e pesados, mas os meus são assim: enfezados, pequenos e murchos mas pelo menos tenho tomates, e depois?

Fiquei possessa! E foram só quatro dias...

Ontem foi dia de peso. De me pesar quero dizer. Atão, como eu sei que a balança marca sempre um pouco mais (é defeito dela), eu coloco o ponteiro antes do zero. Mas hoje ela irritou-me. Andou muito mais do que eu pensava. Só me apetecia pegar num malho que o mê senhor tem na oficina e dar até o ponteiro desaparecer como o sol no horizonte. Ora, uma p'ssoa vai de minimini-férias, a p'ssoa fica na casa da comadre e para não fazer a desfeita diz que sim a tudo: "gosta de arroz de pato? Gosta de favas guisadas com carne de porco, vaca e galinha? E coelho, gosta? E para sobremesa quer leite-creme? E quer provar um vinho cá da casa? Verde ou tinto? Para digestivo vai uma cachaça? Ah, o jantar ainda não está pronto mas vai sair uns queijinhos com presunto e uns rissóis. Prefere chouriço ou paio? O depois é que está a pôr-me possessa. Dois quilos?! Mas como!? Se andei a pé pela margem do Lima, se andei por Braga de mala na mão, se pus as pernas numa roda-viva sem descanso!