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A mostrar mensagens com a etiqueta o que eu vejo

Notícias

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Vou deixar de ver e ouvir notícias. Não há uma vez em que não seja: homicídio, suicídio... Anseio o dia em que se abra um telejornal e a notícia seja: "Hoje, nada de mau aconteceu no mundo. Hoje só houve nascimentos, pessoas felizes e alegres a passear na rua. Hoje é um dia feliz porque a felicidade anda no ar. Boa noite e...por hoje é tudo. Continuem felizes". Um dia só peço um dia...farta de ouvir tristezas, violências, mortes hediondas, vírus, confinamentos.... Fotografia: Porto do Moniz, costa norte da Madeira.

Muito boa vizinhança...

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A minha empregada, não Moi-Même, mas a que vem cá a casa passar a roupa a ferro, enquanto ela passa eu também passo...umas brasas...e, como que a dizer: ela estava a engomar e eu a descansar, mas compadecida por estar há algum tempo de pé a surfar na tábua, fiz um café e levei-o. Ela interrompeu o serviço e mesmo em pé bebeu o seu cafezinho ementes falava dos vizinhos que, embora sejamos vizinhas, eu não conheço os outros que ela conhece pois que vivem num bairro. "Aquele que passava aqui - e, de braço esticado, apontava para a rua - sempre bêbedo, morreu. Olhe foi uma caridade que Deus fez. Nem imagina o que a mulher disse. Coitado do pobre do homem, mesmo morto ela continuou a fazer das suas, das delas, credo, o que se diz do pobre do homem mesmo depois de morto!". Nem quis saber o que " se diz" depois de morto embora acivinho o que seja. E continuou... "Sabe aquela que anda sempre atrás do marido?" Eu respondi que não sabia, "não sabe? A pêca, essa

Quando morre um filho...

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...morre uma parte de nós. Não há palavras que se escrevam para relatar esta perda. Perder um filho é uma dor que perdura toda a vida, pode haver esquecimentos, perdas de memória, mas nunca haverá lugar para colmatar o sentir que perdeu um filho. Por muito idosos que sejamos e mesmo com as falhas de memória inerentes à idade é impossível ficar indiferente a esta dor. Sempre dizemos que pais não deviam passar por presenciar a partida de um filho, estes assistiram a três partidas com pouca diferença de tempo, um partiu domingo, quando fez, precisamente, um ano de saudade. Como passar por isto, não sei e quando se pensava que estes pais, o pai de 91 anos, a mãe de 88, não resistiriam à partida do segundo filho, no ano passado, assiste-se agora a mais um falecimento. Este filho era o amparo, o filho que ficou a cuidar dos "velhinhos" como ele dizia... Onde vão buscar as forças para continuar a viver com a ausência de três filhos? Fotografia: Parque Florestal das Queimadas, Madeir

Trabalho vai-te embora...

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Tenho cá em casa dois mestres: um pintor outro pedreiro. O pintor é um homem baixo, quiçá com pouco mais de metro e meio, muito moreno, magro, com 40 anos, disse ele, penso que se der uma ventania ele voa sem destino, o outro, alto, careca, com mais de metro e oitenta, uma figura de cartaz que, por sinal, faz hoje 39 anos.  Fiz uma sandes para cada um e uma cerveja bem fresca porque o calor faz transpirar e não há como abater a transpiração. Dei a sandes ao pintor que disse logo: "ah, pão não me apetece -massajando a barriga em movimentos circulares a indicar que estava cheio -, mas a cervejinha vai", o outro que benzaudeus come como gente grande, avançou logo em duas dentadas a sandes e a cerveja foi de um único golo. Portanto chego à conclusão que o trabalho de pedreiro é duro, cansativo e dá fome. O de pintor, além de ficar todo branco que até na brincadeira lhe disse " é pra pintar a parede não é para se pintar", é leve e não dá fome. (Malvadas obras de Santa E

Afastamento obrigatório

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Tenho uma colecção de pessoas para mandar assistir à aula de unidades de comprimento pois que não sabem medir um metro linear e, como não sabem um metro dificilmente sabem medir dois metros de afastamento. A p'ssoa respeita, a p'ssoa tem medo, cuidado e pavor  e, por isso, afasta-se como se tivesse uma doença contagiosa e na fila para entrar na frutaria a p'ssoa mantém o distanciamento qual não é o espanto quando vem uma que cola bem ao meu corpo quase a roçar. E o pior é que se a p'ssoa olhar e manifestar afastamento está sujeita a ouvir uns impropérios, porque a otária sou eu. Na próxima vez que eu for à frutaria levo a fita métrica de mestre e coloco-a no chão para evitar que respirem para o meu pescoço. Fotografia: Machico, desde a Levada dos Maroços

Pessoas....pessoas...

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Aprecio aquelas pessoas que se sentam na primeira cadeira que encontram quando entram no café sem perguntar se está ocupada.  E, depois, quando se diz: "desculpe, está ocupada", olham p'ra nós com cara de bolo-rei e, como se tivessem uma mola presa ao rabo, levantam-se, jogando a cadeira com um revirar de olhos, mandando-nos para aqueles sítios que ninguém gosta. E ficamos assim, a olhar para aquela pessoa que demonstra sinal de educação elevada. Fotografia: Caniço com o seu casario e o oceano Atlântico a seus pés.

Pessoas que não mudam

 Pode o mundo dar a sua volta ao sol, pode o sol brilhar a cada dia e, por mais que haja evolução nas espécies há uma espécie de pessoas que se mantêm fiéis a si próprias na sua individualidade. E com isto continuam com os mesmos defeitos. Detesto pessoas que não dão espaço para que outros intervenham numa conversa. Só elas é que falam. Só elas têm o dom da palavra sobrepondo aos outros a hipótese de também darem a sua opinião. Irrita-me solenemente este comportamento, pois que fico ali como se estivesse numa acção de formação a ouvir um orador que quanto mais fala menos eu ouço. Desligo e pronto.

Ver a sombra

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É tradição aqui, no meu rural, na noite de São João ir ver a nossa sombra na água. Reza o mito que se não a virmos não chegaremos ao próximo São João. Sei que é superstição, mas o hábito fica enraizado nas pessoas e é vê-las na ponta do cais a fazer brincadeiras para a água na esperança de ver a sua sombra sem dúvidas. Os mais antigos fazem solenemente esta tradição e até contam que fulano, filho de beltrano, irmão do sicrano não viu a sua sombra e morreu antes do são João seguinte. Não sou de superstições mas antes prevenir que remediar e ontem pelas cinco e meia da manhã, estava a dormir...de repente acordo a me lembrar que não tinha visto a sombra. Corro à cozinha, encho uma panela com água e ponho a cabeça em cima dela, abano para um lado, abano para o outro, levanto baixo para ter a certeza que aquela sombra era a minha mesmo estando sozinha. Até para o ano... Fotografia: Caniçal, ponta este da ilha da Madeira

Para que não duvidem do que digo

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Caros figos.... vocês estão caríssimos... Eu disse que não comprei a oito, E acham que comprei a 9,98€? No uei (inglês, silvu plé).

Amor de mãe

A minha gata embora não aproveite as promoções do Pingo Doce nem do Continente não faz com que as suas crias se privem do melhor manjar. E ontem houve um belo dum repasto. Caçou um murganho e trouxe para o sítio onde estão as crias no intuito de lhes mostrar - já que estão em crescimento e em aprendizagem - a arte da caça e da confecção da comida. E estavam todas satisfeitas de boca fechada e olhos abertos à volta da sua vetusta mãe a observá-la na preparação do jantar. E ai delas se se mexessem, ouviam logo uns rosnares entre dentes. Quietas e caladas. Temos muito a aprender com os animais!

Mas é assim tão boa?!

Confesso: ainda não ouvi a tal canção linda, romântica, carismática que o tal Salvador Sobral interpretou ontem na tal semi-final da Eurovisão da Canção. Confesso: geralmente não aprecio as canções que levamos ao festival, mas parece que esta vai ser a salvação. Atão, se o intérprete se chama Salvador está tudo a dirigir-se ao pódio. Confesso: não me causa interesse sentar-me a ver um rol de cantigas que, a saber, já uma está predestinada a vencer. Confesso: não entendo a razão de a Austrália estar representada (mesmo sendo convidada) que até poderá ser a vencedora. Nem está perto da Europa... Confesso que este concurso é um cambalacho.

Ouvido de passagem entre dois que nada fazem

Dois vizinhos cá do burgo, ambos rapazes com mais de quarenta anos que adoram polir a esquina da rua como o seu rabo sempre encostado à parede e ainda vivem com os pais que trabalham até à exaustão para alimentar estes dois solteirões e restantes membros, dizia um para o outro: - O melhor lugar para se trabalhar é aqui na Madeira. Ora bem, meus senhores, aqui eu cocei-me toda desde a ponta do pé até ao couro cabeludo por achar que estão cobertos de razão. Aqui é o melhor sítio para os "pais deles" trabalharem porque se um dia os pais emigram à procura de melhor trabalho eles vão avergar a giba porque a mama vai secar. E o leitinho quente e papinhas de bolacha Maria com banana esmagada vai faltar.

Carta aberta aos papás dos seus lindos filhos que frequentam o colégio onde também estão as mnhas Pulgas

(Carta aberta...sim, ainda não a meti no envelope nem passei a língua na cola para fechar...) Aos papás e mamãs e pais dos papás e mamãs que vão buscar as suas lindas meninas de laço grande na cabeça e mochila violeta e meninos de colete e calção pelo joelho ao colégio e interrompem o trânsito porque param a bomba assim a modos que mal parada e ficam ali a criar raízes até que os seus meninos lindos de cabelo engomado e meninas lindas de laço virado para Belém cheguem à porta. Papás e mamas e papás e mamas dos papás e mamas, saibam que a campainha da escola toca às quatro horas e só a essa hora é que os lindos filhos e filhas e netos e netas saem da sala. Saibam que ainda a porta da sala não é paralela ao portão e não fica ao virar para norte. Saibam que as professoras...e aqui deixo o meu longo cumprimento a elas, não estão, como pensam que elas estão, atrás da porta à espera que dê o badalo para mandar os alunos sairem a correr qual galinheiro de porta aberta a deixar bisalhos ao

Juro que vi mas ela não viu que eu vi

Sentada dentro do carro à espera da hora em que começa a ginástica e, como o carro estava virado para o passeio em frente da farmácia que fica ao lado do ginásio, presenciei este episódio. Sem nada para fazer olhava para dentro da farmácia onde somente umas moscas voavam pois que doentes não havia nenhum e ainda bem. Nisto a doutora, já de bolsa a tiracolo para sair, sem bata, vai à prateleira tira uma embalagem de creme, desenrosca a tampa, espreme a quantidade equivalente a uma ervilha, das grandes, de creme na costa da mão, enrosca a tampa e vualá , coloca na prateleira para ser vendida e sai a massajar as mãos. E eu a ver a cena, mas ela não me viu.  Amanhã vou à farmácia e peço uma embalagem do dito creme e digo logo: "senhora doutora, não quero aquele que ontem tirou uma ervilha, das grandes, e deitou nas mãos".  É muita lata! Daqui para a frente levo a balança para pesar tudo o que comprar na dita farmácia!

Mulheres, sabem o que fazem os homens!?

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Cheguem-se aqui à minha beira, aproveitem os banquinhos ainda livres e virados para o sol que vamos dar início ao uorquechope  sobre o tema: "o que fazem os homens quando as mulheres se juntam para uma saída só de mulheres que inclui jantar". Não sabem, pois não? Atão eu digo, afinal nasci para vos ensinar o caminho da luz. Os homens também se juntam numa galhofada sem mulheres por perto a travar as brincadeiras e vão jantar fora. Pensam que eles ficam em casa a remoer o abandono? Pensam que ficam a encharcar lenços de papel com lágrimas, suor e moncos por serem preteridos? Povo enganado! Eles partem numa aventura em grupo, quiçá, melhor e mais recheada que o programa das suas mulheres. E a felicidade estampada na cara deles é notória, digna de registo. Olhem que eu vi com estes lindos olhos cor de alface, mentira, são de beringela. Mas vi tantos grupos de homens felizes, no dia em que as mulheres se juntaram para uma saída....

Se tu visse o que eu vi o-i-o-ai

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Como já referi, ontem, foi um dia "pra lá de Bagdade" de bom tanto a nível da comida como o passeio. Alias, passear à beira-mar tem o seu quê de romantismo. Não é para onde vão os casais namorar? Oras, estava eu a passear pela marginal do Paul do Mar, quando a fazer uma panorâmica de 180 graus, olho para o hotel sobranceiro à dita marginal e que vejo. Vejo.... Vejo um turista na varanda do seu quarto de hotel completamente nu a assistir ao belíssimo pôr-do-sol, de pé, com as mãos pousadas no varandim, com total desembaraço, nada acanhado, sem se preocupar com quem estava a passear na marginal. Uma descontracção que deixa com contracção quem por lá passava. Haja decoro.

No Brasil é verão por conseguinte calor

Isto vem a propósito do carnaval em Portugal - seja continental, insular ou ultramarino - onde assiste-se a uma leva de rabos ao léu com as "cachadas" (ide lá saber o que significa) à mostra. Até a minha Pulga - a Maivelha, de onze anos, perguntou-me se era "obrigatório" ir com as cuecas metidas dentro da cesta. Uma coisa que constatei é que, este ano, no Brasil, iam tapadas com fatos estilo baianas e, mais comedidas na roupa. Como se sabe, e se ainda o Brasil está no mesmo sítio, lá é verão. Ora, aqui, neste pedaço que é Portugal é inverno, ainda, e as trupes optaram por irem ao relento. É uma imitação barata do carnaval do Rio de épocas passadas, acho até que caiu em desuso por lá enquanto que aqui é o apogeu. A mim dá-me uma brotoeja no céu na boca e dou estalinhos com a língua, e pergunto-me se será mesmo necessário despir-se tanto? E vão ali semi-nuas a bater válvulas devido à corrente de ar fria que vem do mar. Mas isto sou eu que participei nos cortejos d

Porque é que as mulheres andam com o telemóvel no bolso de trás?

Se uma mulher tem uma bolsa a tira-colo por que tem o telemóvel no bolso de trás? Assim meio dentro meio fora. É para ser roubado, sentir a vibração ou por que sim? A mim lembra-me um empreiteiro! Eu jamé...Mas isto sou eu que sou antiquada.

Tesos e forretas

Estava um bêbedo à porta da padaria com uma moeda de cinquenta cêntimos na mão. Falava mas ninguém lhe dava ouvidos. Mas que aspecto ele tinha! Sem dentes e com um cheiro que demonstrava que a água tinha passado ao lado. Também não choveu... Esticava a mão a cada pessoa que passava. Ninguém lhe dava ouvidos! Eu não percebi nada do que ele dizia quiçá por causa dos dentes ou da falta deles. - Forretas. Não têm dinheiro. Andam todos tesos. Forretas. Vão....E continuava a frase com impropérios. De repente irrompe pela padaria dentro a aborrecer quem lá estava. Mas sempre com a mão esticada mostrando os cinquenta cêntimos. Veio uma funcionária, nada meiga, agarra pelo bracinho dele e porta fora, mas com tanta força que o pobre do coitado do bêbedo tropeçava a cada passo. Afinal o hôme só queria trocar os 50 cêntimos. As aparências iludem...

Por favor chame-me doutora

"Aquintrodia" (o mesmo que: aqui há dias, em madeirense), falei no meu vizinho venezuelano, proprietário do mini-mercado onde avio os legumes frescos e que trata os clientes por "vezeinha". Ora, há dias estava ele meio encabrunhado e perguntei-lhe a razão. -Vezeinha, a vezeinha fica chateada por eu a tratar por "vezeinha"? Respondi-lhe que não e perguntei porquê. Ah, sabe, vem cá um senhora e tratei-a por "vezeinha" e ela pediu-me para "tratar-ela" por "sinhora doutora", mas nunca por vezeinha. Peneirices.