Muito boa vizinhança...

A minha empregada, não Moi-Même, mas a que vem cá a casa passar a roupa a ferro, enquanto ela passa eu também passo...umas brasas...e, como que a dizer: ela estava a engomar e eu a descansar, mas compadecida por estar há algum tempo de pé a surfar na tábua, fiz um café e levei-o. Ela interrompeu o serviço e mesmo em pé bebeu o seu cafezinho ementes falava dos vizinhos que, embora sejamos vizinhas, eu não conheço os outros que ela conhece pois que vivem num bairro. "Aquele que passava aqui - e, de braço esticado, apontava para a rua - sempre bêbedo, morreu. Olhe foi uma caridade que Deus fez. Nem imagina o que a mulher disse. Coitado do pobre do homem, mesmo morto ela continuou a fazer das suas, das delas, credo, o que se diz do pobre do homem mesmo depois de morto!". Nem quis saber o que " se diz" depois de morto embora acivinho o que seja. E continuou... "Sabe aquela que anda sempre atrás do marido?" Eu respondi que não sabia, "não sabe? A pêca, essa também é boa, é da ponta da orelha", e aperttava a orelha, olhe não é boa daqui é dali e levou a mão à outra orelha.

Bem, eu que não conheço ninguém, de repente, passei a conhecer gracas à minha empregada. E, para terminar, olhou para o jarro com o qual deita a água no ferro e reparou que estava vazio. Olha para mim e "já agora pode fazer o favor de encher?". E eu, patroa, rodei nos calcanhares e fui encher o jarro, enquanto ela suspirava.

Fotografia: Frutas da Madeira: anona, fruto proibido e pera abacate.

Comentários

  1. Olha traz-me um cafézinho
    E depois enche-me o jarro d´agua
    Não, não estou a passar a ferro
    Mas lá que preciso, preciso

    Não rima?
    Olha não!

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  2. Nem se pode ser gentil uma vez na vida...

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