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Presépio de Natal

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Um fim de semana intergeracional. Avós e neto de onze anos àcokta de materiais naturais para a confecção do presépio. Trabalho para a escola com a ajuda de familiares.

Desapego

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Hoje foi dia de desapego. A minha Baixinha, a neta de 12 anos, de cabelo verde e vaidosa quanto basta, lembrou-se de limpar as gavetas da casa de banho. Primeiro começou com vernizes, depois as sombras de olhos, a seguir batons e perfumes, tudo levou "descaminho", como se diz por cá no meu rural.  A verdade é que já há alguns anos que passo bem sem maquilhagem, exceptuando baton, isso não, baton uso sempre e, os meus perfumes, como disse a baixinha "tens milhares de perfumes, avó", pois sim, gosto de andar cheirosa, portanto batons e perfumes não foram para o lixo, de resto foi tudo. São as únicas vaidades que tenho. Hoje foi o dia de limpezas, e como Moi-Même está de folga, arranjei uma faxineira assim a modos que à pressa para a substituir. Ficou um brinquinho. As gavetas estão espaçosas que até posso dormir dentro delas, apesar de não ser tão esbelta quanto o desejado. Mas a pequena tem jeito para a coisa, só que demora uma eternidade pois vai mirando, vendo, abr

Moganga, chila ou courgette vai dar tudo ao mesmo

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O mê Gugu, neto de onze anos acabados de fazer, adora sopa de moganga (como a chila  é conhecida na Madeira) e, por isso, pediu-me para fazer a sopa. Andei a percorrer supermercados, frutarias, barracas e afins e em nenhuma havia moganga, mas eu não queria entristecer o meu mainovo. De repente surgiu-me uma ideia e logo pu-la em prática. Comprei courgette. Sim, porque não? Courgette é abobora. Atão, descasquei três courgettes, adicionei duas pimpinelas, um bocado de abobora amarela, uma batata, cebola, azeite e sal e coloquei numa panela. Deixei cozer e depois triturei. Agarrei num pouco de esparguete, parti com as mãos muito miudinho e meti na panela. Cozi ovos para depois retirar a casca e acrescentar à panela. Quando chegou a pergunta vinha pronta a ser disparada: "avó, fizeste a sopa de moganga?". Custou-me a mentir e disse que sim. Comeu três pratos da deliciosa sopa de moganga sem moganga. Não digam nada é melhor que ele não saiba...para não julgar que a avó é uma aldra

Férias

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As minhas Pulgas estão de férias e nem sabem o que fazer. Julgo que querem fazer tudo num só dia. Senão vejamos: o rapaz deita-se a lastro no sofá, vai à rua dá uns pontapés na bola, joga ténis, anda de bicicleta, sobe vai à cozinha trinca uma maçã, ouve um raspanete porque não tirou a casca nem lavou. As meninas dedicam-se aos trabalhos manuais. Baixinha vai à rede, abana-se num vai-vem a alta velocidade, sobe vai à cozinha come uma banana, ouve um raspanete porque acabara de trincar uma maçã, desce, dá umas pinceladas no trabalho, sai à rua, senta-se na rede, levanta-se, a outra briga com os irmãos, vai à cesta dos vernizes, escolhe o verniz  vermelho-vivo, ouve um raspanete, escolhe outro, pinta as unhas, senta-se no sofá que entretanto vagou que o mainovo foi apanhar pitangas. A Maiveilha pinta o frasco mas quer que seque rapidinho, vai à casa de banho traz o secador de cabelo, deixa as portas dos armários abertas, ouve um raspanete, sobe, fecha o armário, briga com os irmãos,

Não vai dar tudo ao mesmo?

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Estava eu a andar a quatro patas, punhos fechados no chão, braços esticados e cara de má a aproximar do mê Gu-Gu, o neto de sete anos e, distraído como estava, digo-lhe na mira de olhar para mim. - Olha, Gu-Gu, sou um macaco. Ele olha e deixa de olhar, sem se rir (e queria eu que ele achasse piada às minhas asneiras!), ao mesmo que diz: "não és nada um macaco!" - Não sou? - pergunto eu e continuo a andar a quatro patas - mas estou a andar como os macacos, não? Abana a cabeça em negação, como que a dizer: "esta nunca mais aprende, por mais que lhe ensine" - Gorila, avó, os gorilas é que andam assim. Aprende. - e continua a olhar para a televisão. Ora toma e vê se aprendes. E tristezinha, levantei-me, deixando somente os pés no chão a pensar se realmente macacos, gorilas, orangotangos e chimpanzés não andam todos de igual forma. Dúvidas, só dúvidas... Fotografia: O mê Gugu em modo desporto radical

Pensionista e penso muito

-Avóóóóó  (e este óó parece que não tem fim) , pensionista quer dizer que a pessoa pensa muito, não é ? - pergunta o mê Gugu, de sete anos, ao ouvir falar sobre os pensionistas. Podia eu dizer que os pensionistas são os escolhidos, que são como um saco onde o governo vai roubar, perdão, retirar dinheiro sempre que precisa. E que sim, que quando se recebe a pensão pensa-se nos descontos feitos e até demasiado quando se vê os euros a escorrer por entre os dedos.

Quando se parte a cabeça...

...vamos para o hospital, não é, avó? - respondo que sim. - E lá tem cabeças suplentes? - pergunta o mê Gu-Gu.

Tal qual eu

O mê Gugu, neto de seis anos, esperto que nem um alho (não percebo a lógica desta frase, mas adiante), disse-me que tinha um cromo do Cristiano Ronaldo, contente que estava (afinal este craque move corações), e que ia escondê-lo "bem escondido para ninguém roubar, tão bem escondido que passados dez dias nem eu vou saber onde o escondi, avó". Ri-me porque, afinal isto toca a todos: novos e velhos, está mania de esconder e passados "dez dias", como diz o meu Gugu, não saber onde se escondeu o dito.

Eu ponho-me a jeito para isso...

Adoro fazer-me de inculta e, por vezes, tonta para atinar e brincar com as minhas Pulgas quando me fazem perguntas. Para constatar se elas sabem a resposta, digo que não sei, muitas vezes são assuntos de escola, por exemplo: contas de somar, sons de letras, reis, rios, metade dobro e por aí adiante... Há dias o mê Gugu, na mesa, ao almoço, dizia ao avô ao mesmo templo que saboreava o lombo de porco com nozes que: "a avó é boa a fazer comidas não não é boa da inteligência" e com o dedo indicador fazia círculos na têmpora. Burra sim, mas com mãozinhas de fada para as tarefas domésticas. Ao ponto que cheguei! Mas pronto, pus-me a jeito de ouvir...

Enquanto não chega...

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...à idade de trabalhar e fazer escolhas vai esfolando joelhos e cotovelos a fazer aquilo que mais gosta: brincar.

E vai mudar o nome para Cristiano Ronaldo

Diz o mê Gugu que quando for grande vai ser jogador de futebol e homem do lixo. "Vou ter duas profissões, avó". Este meu neto sabe que a vida é dura! O dilema é que não sabe se vai ser jogador durante a semana e trabalhar com o lixo aos fins de semana se ao contrário: homem do lixo na semana e jogador aos sábados e domimgos que, vendo bem, é isso que acontece. Mas, como diz ele: "ainda é cedo para decidir". Tão responsável e inteligente este busico! E acrescento que trabalhar no carro do lixo está na massa do sangue. Já o tio Bisalho, e o padrinho/primo tinham esta pretensão.

Vá lá respondam

O mê Gugu, o busico de seis anos, perguntou-me, e juro não sei responder, porque razão o país Peru tem este nome. Se era por os habitantes comerem demasiado  - segundo ele, perú ou se o país tem a forma de um perú? Por isso deixo aqui no ar a pergunta. Responda quem souber. (Juro que já fui ao mapa ver a configuração do dito só numa de confirmar que não tem a forma de um perú).

Dia de erguer a voz bem alto...

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...e cantar os "parabéns a você". O mê Gu-gu faz, hoje, seis anos. E vai encetar a caminhada da escolaridade obrigatória. "Vais ser político", digo-lhe eu. " Não, avó, vou ser o homem do lixo". E digo-lhe que todos os trabalhos são importantes e dignos do nosso respeito. Mas..."no carro do lixo?" digo eu sem que ele me oiça. Até lá que mergulhe na vida sempre de cabeça, que faça as escolhas correctas, que nos dê muitas alegrias. E nunca perca o sorriso de boca aberta, franco, estridente e sincero. Parabéns.

É um erudito

O meu neto de cinco anos -  o mê Gu-gu - é um rapazinho que fala bem, usando as palavras finas - as do domingo e feriado. Ora, o meu Gu-gu não diz "morreu", "azougou", "finou"... Ele diz somente "faleceu". E aplica-a em todas as situações em que algo deixou de existir. E eu rio-me sempre que diz que uma planta "faleceu" em vez de murchou. Vai ser padre ou na pior das hipóteses, político. Tem queda.

As histórias infantis têm muita influência na vida das crianças

O mê Gu-Gu vê um rapaz portador de nanismo e chama por mim que, ao longe, olhava para ele. -Avó, avóóó, é um duende. - e apontava para o rapaz. Palavra de honra, fingi que não conhecia a criança que, alto, chamava pela avó. Certamente não era eu, pois se tivesse um buraquinho metia-me.

Bucho virado

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O mê Gu-Gu - o rapazinho que a foto apresenta, andava semenos, emantado, melhor dizendo. Assim que vi aquele estrepela que não pára um instante sossegado, ali jogado num canto de cabeça deitada percebi que algo estava mal. Ontem esteve num insuflável, deve ter dado tantas cambalhotas e trambolhões que virou o bucho. Atão, não há como munir-me de creme, antes era com azeite, mas está caro para isto, deitar o buzico na minha cama, de barriga para o ar e dar-lhe uma massagem a fim de endireitar o bucho. E não é que, agora, o estapilha do pequeno já corre e salta como nunca? E já se baloiça na rede? Daqui a pouco tem, novamente o bucho virado. Mãos milagrosas, as minhas! E as minhas manias de endireitar o que está torto.

Uma sombra

Mê senhor está a lavar o quintal e constacto que há uma sombra que o persegue. Mas ao reparar bem a sombra não se assemelha, em nada, a ele: mais pequena, mais estreita, mais nova (como se pudéssemos identificar a idade numa sombra, mas enfim!); e depois tanto está atrás como ao lado como à frente. Uma sombra movediça. Um sombrinha que atropela o avô.

É quase a mesma coisa

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-São biológicas? - pergunta o mê Gu-Gu, o neto de cinco anos, ao homem que à porta bateu para vender as ameixas que havia colhido. - Não, são de damasco - responde o homem.

Eu vou ser uma estrela

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Diz o mê Gu-Gu, o neto de cinco anos, uma delícia de rapaz no que toca aos galanteios que, quando eu morrer, ele vai tatuar uma estrela no pulso, e assim, sempre que olhar para ela lembrar-se-á de mim. Não apetece espremer as bochechas dele? Eu até fico arrepiada só de tentar visualizar a estrela no pulso e ele a olhar, embevecido, para ela. Um querido este peste, é o que ele é, e assim, tem-me presa pelo beicinho!

A falar é que nos entendemos

-Avô, se tiver pão de leite podes comprar um para mim? - pede o mê Gu-Gu, olhos vivos, à porta da padaria. O avô, diz baixinho,  olhando para mim, assim a modos que a perguntar: "não sei se vai ter". O gasguito que, está sempre atento, remata: - Eu disse "se tiver"... Eu disse: "se tiver" repete silabando por via de dúvidas, com aquele dedo indicador, pronto a apontar para o céu, a modos que professor.