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A mostrar mensagens com a etiqueta Cenas da família

E é o fim

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Acabou, chega, sem pachorra para isto. A partir de hoje não há mais. Tudo tem um começo e tudo tem um fim, aliás, ao começarmos sabemos que mais dia menos dia acaba. E, para mim, hoje é o the end. Sabem aquela empreitada da renovação das casas de banho? Sabem, não sabem? Pois, acabou. Finitto.... Tenho eu de me convencer que aos 65 anos não tenho cabedal para andar a escolher mosaicos, azulejos, loiças, tintas e afins. Não tenho tempo a perder em lojas, de cabeça vazia e escolher de entre centenas de azulejos os que me satisfazem tanto no preço como na cor, tamanho, espessura, etc. Estou a ficar velha e só quero o meu sofá, a minha televisão e o meu sossego, nada de poeiras, martelos, mestres e limpezas a fundo, sim, que a poeira de obras penetra em todos os buracos que encontra. Fiquei farta de ver cartões no chão, marcas de sapatos, e esfregona, caramba a minha mão quase que não descolava da esfregona e do balde. Mas acabou e diga-se: valeu a pena. Agora quero é que amanhã venha a mu

Natal é em Dezembro

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Não sou das que pensam que Natal é quando um homem quiser. Natal não é quando o cantor quer e diz. Natal é em Dezembro mas, com este ano tão diferente até julgo que se pode fazer Natal no carnaval e a páscoa no pão por Deus e o verão no inverno. Nunca imaginei, nesta minha curta existência, passar por um período tão conturbado que me faz esquecer que há vida para além da pandemia.  Estou amorfa, sem paciência para festas não fosse ter netos em casa e este natal seria  uma época banal sem prendas, árvore, presépio.. em suma sem nada de decorações. Mas tenho netos e eles dão-me a impulsão que preciso para embarcar no natal. Daqui a dias monto a árvore, seria bom que ela se montasse sozinha. Daqui a dias faço a limpeza da casa, faço não, pago para fazerem, daqui a dias começo a hiperventilar porque Natal também é dia de anos, meus e da peste da pequena que achou ser um bom dia para nascer: o dia em que a avó fazanos, isto só para me tirar protagonismo do dia. Daqui a dias é natal e eu só

Presépio de Natal

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Um fim de semana intergeracional. Avós e neto de onze anos àcokta de materiais naturais para a confecção do presépio. Trabalho para a escola com a ajuda de familiares.

Idosos, caducos ou aluados

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A tomar banho, um daqueles demorados, desde a cabeça aos pés para tirar toda a poeira devido a obras deito shampoo no cabelo e massajo o couro cabeludo, com a espuma que escorre pelo corpo, lavo até aos pés, esfrego os calcanhares e saboreio o momento. Depois retiro toda a espuma do cabelo e vou buscar o amaciador. Deito na palma da mão e esfrego nas pontas do cabelo. Oh, diacho, este amaciador está a fazer espuma!? Que raio é isto!? Olho bem para o frasco e mesmo sem óculos com sabão nos olhos apercebo-me que me enganei. Afinal, em vez de shampoo dei gel banho em vez de amaciador deitei shampoo. Estou caduca, velha, cegueta e ...daltónica, sim, porque o gel de banho está numa embalagem azul, o shampoo numa amarela e o amaciador num preto. Fotografia: Castelo de Évora Monte

Espera um pouco, um pouquinho mais...

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Muito cantei este refrão da populíssima canção do Nilton César quando era adolescente, apaixonada à espera do cavaleiro andante montado num cavalo branco tal qual Napoleão, ainda continuo adolescente, apaixonada só ja não espero o cavaleiro andante nem o Napoleão... Isto para dizer que mesmo vendo as decorações de natal ainda não baixou em mim o espírito. E, depois, olhando à volta vejo o mestre a passar com baldes de cimento, areia e água para renovar a casa de banho. E esta empreitada tem pernas para andar, mas não anda, está encravada. E diz ele que acaba no próximo fim de semana mas acho que 31 de Dezembro é um bom dia para a conclusão é que, no dia 1 começa o ano novo e esse dia é um bom dia para as limpezas. Mas quando será que tomo juízo? Fotografia: Centro de Braga

Dois meses...

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Dois meses é muito tempo e foi, precisamente, o tempo em que estive sem telemóvel. Sem telemóvel não é bem isso, mas era tão jurássico que era o mesmo que não ter. O meu querido companheiro de há muito tempo foi deixado por mim a congelar, digo congelar que embora não fosse no congelador mas, para ele, foi quase isso. Esteve no frigorífico algum tempo, o tempo suficiente para que eu me lembrasse onde o tinha posto e o tempo suficiente para o estragar porque a minha cabeça já não é nova. Nem todos os afagos quentes nem todo o carinho que lhe dispensei, nem o calor que lhe dei se o fez voltar à vida quando num momento de lucidez me lembrei onde ele poderia eztar, pois tinha esgotado de procurar por todos os lados. Foi a reparar e esteve dois meses porque esta pandemia mais o facto de viver numa ilha e mais o facto de não haver materiais deu nesta espera. Queimou o ecran o diacho, devido ao tempo em que esteve no frio.  Mas já o tenho e agora só não me quero esquecer desta história e a ve

Há mães que não merecem os filhos que têm

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Custa-me tanto ver uma mãe que passa pela filha e não lhe liga nenhuma. É desmotivante. Eu até já lhe fiz a ver que ela é que a pariu, não há razão para não lhe fazer um carinho. Ainda ontem, numa conversa entre nós as duas e ela de olho arregalado para mim disse-lhe: "olha lá, porque razão não falas com a tua filha? Não vês que ela está ali a olhar para ti à espera de um carinho? Que foi que aconteceu de tão grave para a desprezares? Porquê que a desprezas? É por te fazer lembrar o passo mal dado que deste que resultou neste nascimento? Ainda mais não saberes quem é o pai da cria?" Não me deu resposta, abanou-se toda e saiu. A coitada da filha bem que me diga um afago, olha para a mãe, toda carente mas esta segue o seu caminho sem olhar para trás.  Não vale a pena a minha intervenção, esta gata selvagem jamais olhará para a gatinha que foi abandonada à nascença e que eu cuido. Daí ela andar sempre entre as minhas pernas, olhar para mim à espera de um carinho como se eu fosse

Esta pandemia...

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Chegou, entrou, fez-se de casa, tomou as rédeas das famílias e quando se pensava que estava de saída, de repente, rodou sobre os calcanhares e voltou a entrar. Quando ando na rua tenho receio, uso máscara e não me aproximo das pessoas e, se por acaso alguém se aproxima de mim afasto-me, mas sinto-me mal por este comportamento. Sou rapariga de abraços e beijos e custa-me encontrar alguém conhecido e ficar distante sem um toque sem um abraço. Podem-me criticar mas nunca deixei de beijar e abraçar a minha família, simplesmente não consigo estar ao lado deles e proceder como estranhos.  Fotografia: Moinhos da Apúlia, litoral norte

Subsídio de mobilidade

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  Eu até podia contar a saga do subsídio de mobilidade...eu até que tenho tempo, isso não me falta ...eu até podia dizer que fui quatro vezes ao correio para levantar o subsídio, até podia acrescentar que estive da segunda  vez um hora à espera e da terceira vez cheguei tinha fechado há quinze minutos e reabria daí a hora e meia ...também podia dizer que esperei na porta uma hora e quinze minutos armada de mascarilha..podia contar tudo que, graças a Deus, tempo não me falta...até posso só dizer mais um poucochinho....que fui a segunda a ser atendida e faltava um papel...e até posso dizer que para levantar o dito foram seis folhas impressas: o cartão de cidadão, o bilhete eletrónico, o cartão de embarque....mais o impresso a comprovar que a viagem foi alterada, mais o comprovativo da alteração de aeroporto e ....agora sim, toda a gente a abrir a boca de admiração com o que vou dizer que faltava... Mais um pouco para o suspense que, como disse, tenho tempo... Faltava a copia do email. Si

Há Bancos e bancos

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Fui ao banco para fazer um levantamento, coisa que não fazia há anos...vai daí logo à entrada uma desinfecção, acho bem, depois sentada em frente à funcionaria pede-me o cartão de cidadão, cedi-lhe, mete os dados e começa a desenrolar a minha vida mesmo à minha frente. Casa, carro, crédito, seguros....e desata a falar falar e eu quase sem pachorra para a ouvir uma vez que ia com um propósito, fui deavalorizando o assunto de cada vez que falava. Seguro de vida, estou bem servida, crédito, idem, carro muito bem, casa ibidem e menina despache-me, faça a que lhe pedi que não tenho tempo para mudar nada, dê-me o dinheiro e pronto, caramba. Foi preciso mesmo dizer ao que vinha e deixar-se de vender produtos... No fim, escreveu... escreveu e eu sempre tola ali sentada à espera que partisse uma unha na tecla até que diz: "vou ler a acta." "A acta?" Perguntei, "mas fez uma acta porque razão?" Explicou que é politica do banco elaborar a acta da reunião com o cliente

Farta disto tudo

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Julgo que a minha cabeça estava perdida, algures, no pólo norte sem saber o caminho de volta, quando aceitei a proposta de remodelar as casas de banho. É que como se diz "procurei sarna para me coçar" e ainda "quanto maior a nau maior a tormenta". Agora é o tecto. Ai o tecto! Esse deixa-me sem tecto quando olho para os 3 mestres enfiados numa casa de banho com 9 metros quadrados, não sei a fazer o quê, só sei onde porque riem à gargalhada e quando saem parece que estiveram enfiados em farinha de milho branco. Uns anjos... E, depois, olho o chão da sala, dos quartos, da cozinha e vejo que um manto branco cobre o soalho. Mas será que posso viver a reforma com tranquilidade? Quando digo " tranquilidade" refiro-me a perna cruzada ou estendida no canapé da sala, embuseirada no sofá. E, ainda estamos numa, falta a do meu quarto e a julgar pelo andamento desta, na véspera de natal vou estar ainda a ver azulejos a serem colados nas paredes. Onde é que eu tinha a c

Não entendo as pessoas

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Se há bicho dificil de seguir regras, conselhos e até direcções esse bicho somos nós, refaço: alguns de nós, humanos, seres pensantes, académicos, alguns até doutorados e mestres. Numa altura em que a pandemia cresce como ervas daninhas é que se fazem espetáculos? Nada contra os artistas, nada contra quem vai a esses ditos, mas por favor, entendam: não estamos bem, nada é como antes, muita coisa mudou, muitos já cá não estão. Neste momento até sou a favor de reallity shows esses, pelo menos, estão fechados numa casa. Será necessario morrer mais gente para que se entenda a gravidade da pandemia? Eu digo e tenho dito a quem falo: "só quando a morte leva alguém que nos é querido, é que damos valor à vida". Eu, infelizmente, perdi o meu irmão, levado pela mão da covid19. Por favor, se estão a ler esta minha publicação fiquem em casa, porque a nossa casa é e será sempre o nosso porto seguro. Fotografia: Via rápida no Funchal

Mulher enganada

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Às vezes penso que procuro "sarna" para me coçar. Atão não ando em remodelações cá em casa? Meti-me a mudar as casas de banho e agora levo com poeira até no couro cabeludo. Conseguem imaginar aquele pó de obras, que fica no ar e vai baixando lentamente? Se ainda baixasse tudo num dia até nem falava nem resmungava nem dizia uns quantos impropérios, mas não, ele leva dias a baixar e quando depois de escafiar todos os cantos e, de sorriso largo e feliz na cara, Moi-Même passa o dedo nos móveis a pensar "ah, ela agora limpou bem! Agora sim, está limpo" e, afinal, tem mais uma camada de pó? Chego a pensar que é familia da cebola, tem muitas camadas e faz chorar cada vez que se limpa. Na semana passada olhei para a obra e dei por mim a brigar com Moi-Même por me ter metido neste imbróglio. Trocámos acusações, ela dizia e eu não ficava atrás, depois veio de mansinho dizer-me ao ouvido "ah, rapariga, mas vai ficar lindo!" Ah, pois vai mas até lá vais ter de limpar

238 velas para soprar

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Amanhã vamos soprar 238 velas. Vai ser complicado acendê-las todas, acho que iremos necessitar de um maçarico. Desde Março que não se festeja anos tudo porque a pandemia não permitia ajuntamentos, visitas, viagens e festas, não quero com isto dizer que vai haver um aglomerado de pessoas, não, somente a família que a altura não é propícia a festanças. Uma neta - a Baixinha - fez 12 anos em Março, o genro também em Março fez 41, a minha filha fez 40 anos em Abril e estava tudo preparado para a entrada nos 'entas', mas foi tudo adiado, depois Agosto é a vez do mê bisalho e são 36, Setembro é o mês do mê senhor que fez 64, do neto Gugu ainda nos 11 e madame-nora com 34 feitos...portanto sem contar com anos de casamento que também houve, juntando são 238 velas.  Haja fôlego para tanta vela! Fotografia: O bolo dos anos do mê bisalho, em Agosto

Felicidade...

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A felicidade não é palpável. Sente-se. É um estado de alma. É ter a família reunida à volta da mesma mesa, é assistir às brincadeiras das minhas Pulgas - os meus netos - e poder sentir o amor em cada olhar. É uma manta de retalhos e, no fim, estendida vislumbrar cada retalho vivido. Felicidade é ter a casa desarrumada cheia de brinquedos espalhados porque uma busica de dois anos assim a colocou, é ouvir a palavra "avóóóó" vezes sem conta. É estar sentada de pernas esticadas porque doem de tanto andar e levantar-se assim que um neto pede uma maçã, outro bolachas outro iogurte e a busiquinha quer colo, cada um a seu tempo. "Quero ser feliz", quem nunca disse esta frase...mas cada pessoa sente de forma diferente a felicidade. Para uns viajar, comprar roupas, ter um bom carro, passear. Para outros, como eu, basta estar viva, sentir-me bem e acima de tudo dar valor ao que temos. Apreciar os momentos sem nunca esquecer a manta de retalhos. Fotografia: as minhas Pulgas

Dona de casa não faz nada

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É verdade, correcto e afirmativo mulher que não trabalha fora de casa, que não tem emprego passa o dia de braços cruzados, sentada no sofá a ver as novelas. Elas têm fadas que trabalham para elas, eu não tenho fada mas tenho Moi-Même - a empregada que adoptei e que faz tudo por mim - basta estalar os dedos e logo ela pula da cadeira e faz o que lhe mando. Eu e Moi-Même nem sempre nos entendemos. Ainda hoje eu pedi-lhe para me fazer um café, senhores, um simples café e ela fez ouvidos de mercador, olhou-me fixamente como se ela é que fosse a patroa e eu a empregada e encolheu os ombros. Irritei-me, passei por ela, pisei--lhe o dedo mindinho do pé esquerdo e fui fazer o tal café. Ela, aquela peste, desavergonhada como só ela sabe ser, ainda me disse: "olha como estás de pé faz também um para mim". Olhei para Moi-Même desde a soleira da porta e fiz-lhe um gesto de Zé Povinho. "Ora queres café, toma". Abanei a saia, rodei nos calcanhares e deixei Moi-Même esbabacada a o

Ponho a pedra... tiro a pedra..

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 O Quim Barreiros, cantor popular cá em Portugal, tem uma cantiga "ponho o carro, tiro o carro" mas, aqui, na minha casa é mais ponho a pedra, tiro a pedra... Ontem o pedreiro continuou a pôr azulejos, bem, não são azuis, são brancos por isso deveria chamar-se branquelejos  mas, enfim, quem os baptizou de azulejos devia gostar muito da cor azul ou eram azuis e generalizou. Bem, andemos...ontem o rapaz - estampa capa de revista - colocou um azulejo na parede, digo um porque ele trabalha lentamente e, por dia, coloca dois três porque: corta, acerta, mede, limpa, limpa novamente, afasta-se para ver ao longe, aproxima-se para ver de perto, passa o dedo, passa o pano....é um nunca despachar... Atão, hoje estava a limpar o azulejo que colocou ontem e reparou que estava lascado. Tirou e novamente: corta, dá cimento, cola, bate, esfrega, olha, mira, remira... julgo que lá para o natal estreio a casa de banho. Fotografia: A minha buganvilia cheia de flor

A saudade é perene

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As leis da vida não têm explicação, temos de as aceitar sem questionar. Por isso vou aceitar a realidade, procurar viver com a saudade, com a falta das tuas mensagens, das gargalhadas sem nexo. Vou tentar encher o vazio que há no coração com recordações, momentos e memórias tuas. Quem me vai oferecer gerberas nos meus anos? Quem vai brindar e tilintar os copos com o Tim-tam-tum pelo Natal?  Quem sabe, meu irmão, se um dia, lá na outra vida, não estás de copo na mão e com um grande ramo de gerberas à minha chegada. Até lá, estarás sempre no meu coração. Fotografia: o último ramo de gerberas oferecido pelo meu irmão.

Já cá está o outono

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À entrada da minha casa já se adivinha a estação que está para chegar. Essa mesmo o dourado outono. Gosto dos frutos, das cores das folhas das arvores quando caem ao chão mortas e cansadas de todo um verão a fazer sombra. Adoro o pôr do sol no mar, raiando de violeta as nuvens, tornando o céu numa bola de fogo que torna a ilha dourada. É este o outono que gosto, não o outro de dias frios, pequenos, cinzentos e chuvosos.

Hoje há buffet

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 A minha neta Maiveilha, de 14 anos - e aqui sai um longo suspiro de admiração e nem acredito que aquela pulguinha cresceu tanto! - telefona sempre antes do almoço para saber a ementa. Digo "hoje é buffet"... Fez-se um silêncio que até pensei que tinha desligado. - Siiiiiim? Lindinhaaa, alôôôô, estás aí? ...Não dizes nada... Siiiiim...? - Buffet....buffet....RESTOS... queres tu dizer. Respondeu.