Hoje bateu-me uma saudade

Às vezes fico assim, não que eu queira, mas fico. A saudade bate no coração e relembro momentos passados com aqueles cuja presença física não se faz notar.
Hoje é um desses dias, quiça, porque se aproxima o Natal, época em que se reune família e amigos e, esses que partiram deixaram um lugar vago que nunca será ocupado.
A minha tia-velha, a minha comadre...esta então tem-me feito deitar rios de lágrimas e, a pergunta sem resposta mantém-se. Como? Como deixaste a doença te levar? Nem um mês viveste com ela! Como não percebi, neste mês, há um ano atrás quando nos encontrávamos para o café que estavas tão doente?
Saudade, essa palavra que só existe na língua portuguesa mas que nos acompanha como o fado.

Comentários

  1. Próximo do Natal ainda custa mais :( Beijinhos

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    1. Porque por esta altura a minha tia-velha fazia as limpezas da Festa, a minha comadre fazia as cebolas e isso batre numa saudade
      Kis :=(

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  2. AvóGi esta tua saudade também me traz saudades dos meus familiares e amigos que nos meus 56 vi passar por mim. Triste, muito triste esta vida, mas façamos por recordar os bons momentos passados com todos eles. A parte onde te referes nem te aperceberes que a pessoa próxima estava tão doente é a parte mais difícil de encarar. Falo por mim, sem qualquer queixa, sem qualquer sinal ou sintoma de doença, sem perda de peso, sem perda de forças mesmo a efectuar cinco dias por semana uma caminhada de 7 quilómetros, ao efectuar um exame de rotina caíu o carmo e a trindade...aparentemente parece estar tudo a entrar lentamente nos eixos, mas é assim, mais um passo em falso ou um deslize de tempo e os danos tornam-se irreparáveis...vamos encarar a vida com saudade mas com um sorriso nos lábios!

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    1. Maria, fizexte-me novamente ficar apreensiva. É deveras traumatizante privarmos com uma pessoa que está a morrer sem nos apercebermos da devastação que vai por dentro. E, digo muitas vezes, que si to-me culpada de não me aperceber, mas ela erz enfermeira, caramba, lidava com adoença todos os dias, com o cancro com si tomas e nada a fez aperceber-se que tinha cancro? Descobriu-se a 29 de janeiro faleceu a 24 de fevereiro.

      Kis =
      :=(

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    2. Pois eu também sou...enfª...que me dizes agora?!

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    3. Então explica-me por que ela encolheu os ombros quando lhe perguuntei.
      Estão imunizados à dor, aos sintomas? E pensam "não é nada" , e dizem baixinho "deixa-te de baboseiras nao sejas como os doentes que tenho no hospital" é isso? Ela tinha uma tosse que a imposibilitava de falar, falava as soluços, uma dor no ombro dores no estomagos e associava tudo ao Natal. Tinha arrastado móveis para jstificar a dor no ombro, tinha comidos "merdas" como dizia ela para justificar o estómago, a tosse dizi que era alergia.
      Porra, e agora sai-me palavreado, porra até eu me quedei com estas desculpas. Nem um mês foi sempre a definhar...
      Kis :=(

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    4. Nunca se pensa "não é nada", porque se conhece o sofrimento dos outros e se conhece o fim, somos tentados a dizer a nós próprios "desistimos", é isso, desiste-se de lutar e de viver quando no dia a dia passamos o tempo a encorajar os outros...na perspectiva que tudo o que for possível aprender pode vir a ser útil para outros e quem sabe ainda para nós...se tivermos tempo de o por em prática!...quandoo se desiste enganamos os outros enganando-nos a nós mesmos!

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