É cá uma vergonha!
De cada vez que vou ao banco falar com a minha gestora de conta venho de lá com um sentimento de culpa do tamanho da vergonha. Sabem, ela tem as unhas sempre tão bem arranjadas e grandes, que me dá uma vontade de lhe pedir emprestadas. Atão, sento-me no carro e em vez de chorar pelas minhas desajeitadas pinto-as. E chego a casa com elas lindas de morrer e assim que meto mãos na cozinha vai-se o verniz. Caramba, verniz foleiro e barato que cai logo à primeira passagem de água. E sabem? Ainda não parei de olhar para as minhas e de resondar estas estapores por não serem grandes, bonitas e envernizadas, em suma, bem arranjadas como as da minha gestora. Até já ameacei cortar rente e roê-las de rebendita! Mas porque não arranjo uma mulher para tratar da lida casa? Ah, já sei: porque não tenho tempo para isso, sabendo que tempo é dinheiro.