Mensagens

Meu querido Pai Natal

Como todos os anos, lá vou eu escrever a minha lista de desejos para estas cristemas (inglês). Sabes, amigo, posso tratar-te como se fôssemos velhos amigos, eh pah, conheço-te praí há 58 anos, por isso, este tratamento de tu-pra-cá-tu-pra-lá. Este ano eu até estou em contenções, como o governo... Prontes, bastou mencionar esta palavra - governo - pa me dar aquela brotoeja plo corpo acima... Mas, adiante.Só vou pedir uma coisa... O que queria, desejava até, é que neste natal e para o ano novo, meu ilustre pai natal, tu conseguisses que eu não levasse tanto tau-tau no cuzinho, como tenho levado. Era só um descanso, é que já tenho as nalgas a arder de tanta pancada. Sabes, meu velho rabujo de barbas brancas, não sei tu, mazé, cus os aposentados têm levado tanto no rabo que não há cachadas que aguentem. Se também estás nesta equipa até tenho pena de ti, nãn sei como vais poder vir sentado no trenó, se o teu tá como o meu, tens deveras dificuldades de aguentar "a viage".

E perguntam-me vocês como se sinto com mais um...

...ano em cima do lombo? Eu respondo, que não sou rapariga de ficar de bico calado, e respondo à altura da pergunta. Sinto-me bem. Nada pesada, nada velha, nada rabuja. Em suma: nada. Nada. Igual ao dia de antes de ontem. Ou seja, já era pesada, velha e rabuja.

Ajudem-me a soprar as velas

Imagem
Nem queria acreditar quando, dia após dia, sentia um peso nas pernas. Será cansaço? perguntava-me, quando, sentada comigo mesma no cadeirão reservado aos idosos sentia aquele peso... Não, respondia a mim própria sentada nesse mesmo cadeirão, pois que, ainda não tinha dado as carreiras do dia a dia. Atão o que seria? Fome? Sono? Mal do dono? Cá nada! Descobri aos poucos... Era o peso da idade! Senhores e senhoras, meninas e meninos hoje faço, nada mais nada menos que... 58 anos. Batam palmas, digam "heieeeeee" , elevem o copo de champanhe ao ar e em coro cantemos Parabéns a você... nesta data querida...muitas felicidades muitos anos de vida... Pelo menos até aos... 105 anos. É pouco? Sessão fotográfica em Lorvão, Penacova. Modelo: AvoGi; fotografada por Pulgas - a maivelha e a Baixinha.

Vouzela

Imagem
Antiga ponte  ferroviária  de Vouzela. Hoje, esta bela ponte, desactivada nos anos 90, está convertida em travessia pedonal constituindo um miradouro fabuloso.

Não é que eu seja de intrigas, mas Moi-Même...

...mas ela - Moi-même - é mesmo tonta. Atão não é que ela, a tal que vos escreve - Moi-Même,  pôs grão de bico a cozer sem antes deitar de molho? E cozia, e cozia, e continuava rijo que nem cornos. Até que, o mê senhor, homem entendido em artes manuais e não em culinária me perguntou com aquela vozinha de macho sabedor: "puseste de molho antes de cozer?" Aí sim, assegurei-me que o homem, afinal, percebe de cozinha. Agora, jazem ali, dentro de uma panela, a inchar depois de terem sido cozidos. Despedimento com justa causa para Moi-Même.

Deixai vir a mim o espírito natalício...

...e levai este espírito preguicício, esta sorna que se instalou no meu ser...este desejo de nada fazer...este "deixa assim que tá bom"...e como dizia a minha tia-velha (que muita falta me faz) "para quem é bacalhau basta". Portantes, por aqui só lanzeira a tapar os poros a modos que carneiro pronto a ser tosquiado.