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E eu digo: já não há homens como os de antigamente

Sou surda, sim senhora, é um facto e já toda a gente sabe e depois este estatuto deixa-me constrangida e inferior aos demais mortais, por uma simples razão quero ouvir tudo e não posso! Quero ouvir o que de mim dizem; quero ouvir os meus pensamentos; quero ouvir...tudo, e os ouvidos não deixam. Ainda há pouco, a Pulga - a maiveilha, estava sentada no trono, a destronar e, por mais que me chamasse eu não ouvia. E chamava.. e chamava...e eu aqui, sem saber de nada. E o cocó esfriava e o rabinho da rapariga desesperava. Até que, mê senhor que ouve bem, bem de mais, aliás, ouve o que quer e o que não quer, tem dias... é que levantou aquele corpo já cansado de tanto vai-e-vem para me dizer que a rapariga estava a chamar para lhe limpar o sítio. E eu pergunto: ó senhor, mê senhor, em vez de me chamar (para fazer isso), porque não agarrou num metro e meio de papel higiénico e fez o serviço? Tinha de ser eu? Por isso a minha reflexão: Já não há homens como os de antigamente. E ainda bem!

Bicho-vaca

Com a vinda da chuva... Chuva!? Eu disse "chuva"? Deveria antes dizer dilúvio, mas eu, rapariga surda que nem ouve o sino da igreja...também não toca, é verdade, não ouvi a tempestade durante a noite. Só dei de conta quando de manhã acordei com os pés molhados... Deixem-me dizer um segredo bem guardado: assim que me deito eu apago. E pode até cair um raio ao lado da cama que eu, rapariga surda e ferrada no sono, não me acorda. Mas eu vinha cá para falar de outra coisa. Dos bichos-vaca. Sim, aqueles  bichos pequenos e pretos que se enrolam quando lhe tocamos e que estalam quando se põem o pé em cima deles. É que com a chuva fico com as paredes coroadas deles. E a minha Baixinha que tem medo de tudo o que mexe, faz cada cena ao ver um desses. Cena do tipo "ver um elefante"

Ai que corpo!

Diz a minha Baixinha, a Pulga de seis anos a frequentar o primeiro ano do primeiro ciclo, que está desejando de, na escola falar do "corpo do mano". Eu disse que esssa matéria era lá para o terceiro ano, mas ela recarga a dizer que, no ano passado, ainda na pré, ja dei a matéria do corpo do mano. Há quem diga que "errar é o mano"...

"Estou derreada!"

Esta frase era muito aplicada há uns tempos atrás pelas mulheres de Câmara de Lobos, a justificar o trabalho que tinham quando o marido vinha da pesca. Eu, "professora-ruça-quixinhas-dócles" novata no serviço (de leccionar) não entendia a razão de estarem derreadas, só porque o marido tinha regressado da pesca. Foi preciso me fazerem um desenho e explicarem através de gestos o que significava. Hoje, estou derreada! E não, mê senhor não é pescador, mas pesca sim senhora. Refiro-me a bodiões, que é como quem diz cabecear com sono, assim que se senta. Mas, estou como as mulheres de Câmara de Lobos. Derreada!

Passa para cá o atarraxador

O mê Gu-gu, e porque o pai é do retângulo, não sabe o que isto é. Sim, amigos é que por cá, no meu rural, chamamos atarraxador à chave de fenda. O pequêno fala "à política" como se dizia antigamente àqueles que puxavam pela via para falar à continental.

Avô com engenho e arte tal qual Camões

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Quando temos um avô engenhocas e que trata os trabalhos manuais por tu o resultado é este. O mê Gu-gu há tempos que pedia uma caixa como a das manas para colocar na baique , e poder meter lá dentro as luvas, o telemóvel, os óculos de sol, e outras coisas lá dele, tais como o martelo, a chave de fendas...enquanto que as manas colocam as bonecas, os vestidos, as escovas o batom, o verniz... E, o rapaz está tão feliz com a sua caixa que nem uma de ouro incrustada a diamantes o faria substituir por esta. Ah, e a tampa abre e fecha, por isso melhor ca das manas que...não tem tampa. E ninguém lhe tira o sorriso de superioridade da cara.

A um passo do céu

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Isto de ter netas, tem muito que se lhe diga. Não só o facto de as netas mas sim por elas adorarem música, dança e tudo o que inclua motricidade. Esta canção : "A um passo do céu" passa no canal infantil, é portuguesa e, na hora em que estão relaxadas a ver televisão é um momento digno de se ver. As duas a cantar e dançar e o buzico do rapazinho a tentar o mesmo. E eu, parto-me a rir. Queria saber o nome da canção. Elas não sabiam. Mas cantam toda. E diz-me a Baixinha, quando eu, de lambreta em punho, tentava procurar a cantiga. - Procura: "A um passo do céu" é capaz de ser. Bingo, acertou. Ah, e tal, é que ele diz a um passo do céu e joga-se...

Primeiro os juízes. Depois os outros, ou não?

Li que serão os senhores doutores juízes os primeiros a ter aumento de vencimento na era pós troika? Que bom, maravilhoso, mas dá-me uma volta nos intestinos, saber que é logo uma subida de escalão e um aumento, coisa pouca, assim de uns mil euros, tornando-se nos primeiros funcionários públicos a serem premiados. Eu cá não sei não....mas que apetece "mardar-eles" ver se está a chover e aconselhá-los a meter a língua dentro de um saco para pararem de se lamentar, bem me apetecia dizer-lhes também que tenho levado no rabinho tanto tau-tau devido a estapilha da troika que já dói e saber que os magistrados são os primeiros funcionários a levarem com um aumentozinho, pergunto: os outros são filhos da....?

Há sempre um emplastro nas fotografias

Há pessoas que acham muita graça se fazerem engraçados e colocar-se nas fotografias, sem serem chamados, deliberadamente a meio, quando somos dois, atrás ou ao lado da pessoa que vai ser retratada. Oras, hoje foi o dia escolhido para cortar essses emplastros das fotografias. É que pretendia colocar no perfil e sempre que gostava de alguma, tungas, havia alguéim infiltrado. Cortei-as de tesoura virtual, sim, que hoje em dia fazemos tudo no computador. Tudo tudo não, ainda há situações que o estapilha não substitui o homem. Ou a mulher, se é que me faço entender.

Perdi o meu Ipod

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Mas não deixo de ouvir o relato do meu clube. Isso é que era bom! Em falta do pequeno vou ao Ipod de grandes dimensões, este não perco.

É que já não há pachorra!

É que é necessário uma boa dose de pachorra,com grãos de paciência e litros, litradas de boa educação para aturar certas pessoas. E, infelizmente, ela escasseia cá por casa. A pachorra, não a boa educação. Avisem-me quando houver a granel à venda no chinês.

Será de propósito?

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Ou antes, pressa, daltonia, taralhice ou moda? Quer dizer: esta gente compra dois pares de sapatos, mesmo modelo, para depois fazerem estes conjuntos. Assim do género: "hoje vai direito verde esquerdo vermelho.....não, ah, já foi o de ontem, hummmm, deixa cá ver se não é, pela fotografia que coloquei no facebook e instagram. Ah, pois, atão hoje vai esquerdo verde direito vermelho". Há cada moda! A minha avó é que já em 1960, andava à moda, pois várias vezes calçava um sapato castanho outro preto. Acontecer acontece, mas....propositadamente... E lá vai a senhora do Clooney toda satisfeita com um sapato de cada cor, a caminho do escritório. E não há ninguém que lhe diga que se enganou no par?

Se há noras que dão cabo da cabeça da sogra...

...Há encarregados de educação que mais valia terem tempo de educar os seus filhos em vez de chatearem os docentes por causa de ....desculpem...merdinhas sem importância; há professores que tendem a implicar com o uniforme dos alunos como se as crianças tenham a culpa e, como diria uma pessoa amiga "paneleirices" de quem tem na mão o papel de educar e não o de vistoriar; e há alunos que põem a cabeça do professor a cem à hora devido à neglicência dos pais ou simplesmente porque os pais estão-se maribando para a escola e delegam a educação aos filhos. Hoje passei por todas estas situações. Irra, mais valia ser taxista. E chamar-me Maria José.

Pensamento meu: Esta nora é um diabo!

É uma realidade: não se conhece as pessoas. E descobrir que aquela que tem o nosso filho não é a pessoa que aparentava ser quando nos foi apresentada é um desgosto. As pessoas mudam, bem sei, mas há mudanças tão radicais que nos deixa a pensar se a pessoa mudou ou se estará a jogar com os sentimentos dos outros. Descobrir ao fim de algum tempo a víbora que tem manipulado o filho, que tem criado confusões, que joga ditos, que envergonha a sogra é deveras frustrante. E depois, nada há a fazer. O filho está casado. E diz que gosta dela assim. A mãe é que é ultrapassada, a mãe é que não a entende, a mãe precisa de acompanhar o progresso. A mãe, sempre a mãe. Até parece que foi a mãe que o empurrou igreja adentro para o entregar a ela. Noras, sempre as noras. Sogras, sempre as sogras. Noras que põem a cabeça das sogras a andar à nora há muitas espalhadas pelo mundo. E sogras também.

Mas quem pode ter confiança?

A minha admiração ao ouvir a notícia de que um instrumento cirúrgico ficou, quiçá, esquecido dentro do corpo de um doente; digo esquecido, pois não acredito que fosse deliberado. Nós vamos ao médico na esperança de cura, entramos no consultório doentes, esperando sair de lá curado. Afinal, não é bem assim. Lembro-me, também, da minha tia-velha que entrou com uma doença e saiu com várias. Bem, sair não saiu por que eu, rapariga ciente da situação, não a trouxe para casa. Mas deixar um instrumento dentro do corpo é algo impensável para quem procura ajuda. E perde-se a confiança nos profissionais de saúde. E duvida-se, pondo em causa a ida de uma próxima vez ao médico. Onde raio está a deontologia inerente à profissão?

Olhem-me esta novidade!

Um honroso quarto lugar para Portugal. "Um estudo afirma que Portugal é um dos países com mais corrupção no Governo." Até me ia caindo os óculos de tanta admiração e a boca ainda não me fechou. Será que ainda há quem não saiba? Tudo para ler, entrando aqui .

Por três décimos não entrou em Medicina...

...Décimo...Décimo Primeiro... e Décimo Segundo. Mal-injusto.

E eu quero morrer com vida

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E, como sou distraída e, por vezes, na pressa do dia a dia, não sei onde guardo as coisas e perco-as, detestaria perder a vida. Prefiro morrer com ela debaixo do braço, com a certeza porém, que se a perder sei onde a encontrar.

Mau feitio aumenta esperança de vida

Um estudo alemão revela que expressar os sentimentos negativos aumenta, em pelo menos, dois anos de vida. Quem diz o que pensa, e é conhecido por ter mau feitio, corre menos riscos, de acordo com os investigadores. Portanto, o ingrediente, a formula secreta para viver mais é...ter mau feitio, dizer o que pensa e exteriorizar a raiva.  Era só para avisar que vão aturar-me mais dois anos do que o previsto. Vou ser isto mesmo: reles.

Fico admirada comigo mesma

Sento-me aqui com a minha lambreta no colo, quero dizer tanta coisa, quero transcrever o que as minhas Pulgas me dizem durante o dia, tantas coisas com graça. Sento-me aqui, com um desejo enorme de escrever, registar, comunicar e depois é o que se vê. As ideias fervilham na cabeça, os dedos prontos para teclar, as pernas estendidas na baquete, almofada atrás das costas e... Abro as mensagens...clico numa nova mensagem...e olho. Vazio. Um vazio. Sinto-me vazia. Foi como se o vento passasse e tudo desaparece. As ideias, as frases...resta um torpor E nada há pra dizer! Fico admirada. Há un dias a esta parte acontece com frequência.