Numa saída à noite o que fazer?

Ora bem, o que não fazer sei eu.
Duas amigas já entradotes ou quarentonas melhor dizendo, combinam uma saída nocturna, num sábado quente, quiçá numa esperança de caça ao homem. Boca pintada de vermelho escalarte, risco delineador dos lábios, preto, assim a modos que teatral para aumentar o pouco lábio existente, saia curta (há panos de pó maiores), blusa decotada preta, também, transparente vislumbrando-se o interior, com reuzidas alças para slientar o colar de prata com corações e berloques, cabelo oxigenado com poupa alta uma e a outra com uma franja de meter medo aos olhos. Sentam-se numa esplanada à beira-mar, ouvindo as ondas a bater nas rochas. Copo de vinho tinto meio cheio ou meio vazio, depenende da perspectiva, telemóvel entre os dedos com unhas grandes de fazer inveja às águias e....
Sentadas lado a lado cada qual agarrada ao telemóvel, quiçá, colocando as fotos do momento e cada uma metida consigo mesma à janela o mundo sem ligar à amiga ao lado.
E, assim, estiveram durante todo o tempo em que eu, mê senhor, cunhado, cunhadas e sobrinhas estivemos no mesmo bar...a falar de tudo sem olhar ao estapilha do telemóvel que jazia dentro da bolsa.
Que rica saída à noite...com o telemóvel porque a amiga foi somente porque os pais não a deixam sair sozinha.

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