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Era só o que faltava!

Estava eu e mê senhor a preparar a terra para plantar alfaces quando o gato Ruca, que é um preguiçoso que só quer sol e taça cheia de comer (e se fôr do lume ainda melhor, a fumegar se possível) passa entre as minhas pernas, a correr (e eu a pensar que era para fugir antes de levar uma sapatada, mas não). O peste do gato mais preguiçoso que se houvesse prémio para "gato mais preguiçoso não há" ele era o detentor do título, aproveita o buraquinho já preparado para um pé de alface e...ali mesmo agacha-se a fazer a sua necessidade, sem se importar com os presentes, bem, "presente" foi o que ele deixou, não sem antes tapar e bem. Só depois é que pensou que, por via disto, estava sujeito a um pontapé no traseiro e foge à frente do meu sapato. Mas eu fiz uma boa acção, não o interrompi no acto, deixei- o saborear o momento e depois é que ia levar a trolitada se não tivesse pedido patas ao demo. Gato esperto.

E depois ainda me criticam...

...deitam-me abaixo e pior negam-me com frases do género: "ah, idiotices tuas", "só mesmo tu para pensares isso", quando digo que, ultimamente, tem caído do céu não chuva nem cagadelas de pombas mas aviões. E cada vez mais tenho medo...não é bem medo é pavor daquele que me faz ficar sem pinga de sangue que mais parece chupada por um vampiro e com dores de parto. Sabem aquelas dores que parece chumbo na barriga a precisar de sair por um buraco de agulha? São essas que sinto quando tenho de entrar naquele canudo com uma espécie de asas de águia e faz que voa como um falcão. E, de cada vez que entro num penso que poderá ser a última vez. Digo "última vez" porque juro que da próxima vou a remos e depois abano a cabeça e digo: "ah, sua tonta, atão não vives numa ilha onde viajar de barco é mais caro e mais tenebroso; lembraste dos marinheiros que descobriram esta coisa, lembraste?" Pronto, e só vinha cá dizer que do céu caiu mais um avião.

Por muito que me custe lá terá que ser

Hoje é dia de festa por aqui, o pai das Minhas Pulgas faz nada mais nada menos que trinta e seis anos (poça, e eu a pensar que era trinta e cinco!). Reza a lenda que aquele rapazinho que nasceu numa aldeia da serra da Estrela, mais perto de Espanha que da capital, tão cheio de cabelo e tão louro, iria se transformar num homem barbudo e careca. Reza ainda a lenda que quando nasceu uma fada leu-lhe a mão e disse que num futuro próximo ele iria ser cambiado para uma ilha paradisíaca no meio do oceano, e aqui toda a gente olhou admirada para a fada pois desconheciam essa ilha que ficava lá nos confins do sul, para estudar e por lá ficaria, para desgosto dos seus familiares mas, encontraria uma princesa linda de cabelo escuro com ondas como as da sua ilha e seria o pai de três lindas Pulgas que tornariam a vida de uma triste rapariga já entradota na idade e seria estimado como um filho. Ora, a lenda não fala se este lindo rapazinho de cabelos loiros nascido numa aldeia da Beira viverá feli

Por vezes tenho a sensação...

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...que sou fotografada pelas costas.

Vem dar quase ao mesmo

Estava Pulga - a Baixinha, de sete anos, espevitada mais que uma cozinheira, no colo do avô a olhar o monitor do computador, no  google earth,  a ver o mundo a rodar e, ao sintonizar a zona da Covilhã, pergunto-lhe se sabe quem vive ali naquele ponto. Ignora-me e continua atenta ao monitor. É que nem olha para mim, a peste! Não me ouviu? Ó diacho! Volto à carga e, mais alto, lanço a pergunta ao ar, novamente. ' 'Sabes quem vive ali naquele ponto? " Nada. Não me liga nenhuma, quiçá a processar a pergunta. Então, o avô, baixinho ao ouvido ajuda-a dizendo: " a minha avó. " E, assim que ouviu a resposta, diz em voz alta, desta feita, olhando para mim. - A avó do avô.

É que falam e não se calam

"Bem-vinda, Primavera", é o que leio por todo o lado, mas esclareçam-me, se faz favor, que esta cabeça de melancia oca ainda não entendeu bem: primavera não é, supostamente, dias alegres de sol mesmo que pouco quentes? Pimavera não é dias de chão seco, sem folhas deitadas ao chão pelo vento? Primavera não é idas à praia e cervejas ao fim da tarde juntamente com doses de lapas e camarões? Atão como é que ainda ontem as Pulgas foram à neve e, deixem que vos desabafe, também adorava ter ido, chove, está frio que só apetece chocolate quente e botijas de água nos pés e ando de casaco, expliquem-me. É que eu estou baralhada ou vocês estão mortos de saudades da primavera e já a vêem por todo o sítio.