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Geração à rasca, à rasca mesmo.

Um chouriço, vulgo arrumador de carros, encravava um cigarro a um homem que passava. -Olha, tem mais gente ali dentro vai lá encravar a eles.- respondeu-lhe, apontando para dentro do café e não lhe deu o cigarro. Ele, o arrumador, zangado respondeu. - Nem sequer dão dinheiro para comprar cigarros! Ora bolas, malta ingrata esta gente que vê um arrumador a fazer o serviço, a trabalhar para todos nós, ali no duro, limpinho como todos, sem cheiro a álcool e nem uma moeda lhe dão? Ingratos que até um cigarro lhe recusam. O homem está ali ao sol, ao frio com um cigarrinho para lhe aquecer as beiças e de vez em quando vai a dentro do café tomar um sumo de uva fermentado e ninguém se compadece dele? É obrigatório contribuir com uma moeda para poder comprar uma carteira! Caramba, até é barato e na volta compra também uma garrafa de vinho do barato que a vida está cara. Cambada de tesos e forretas como chamou-me a mim e a a todos os que não contribuíam.

Tens de prometer que não me fazes chorar mais

Chorei muito. Ah sim, muito mesmo. Mas juro que foi a última vez. Já fiz uma cruz no peito e cruzei os dedos das mãos. Até amarrei um "atilho" no dedo para me lembrar da promessa. Juro. Juro. Não voltarei a chorar. Há muito tempo que não acontecia! Talvez...desde a última vez. Caramba, será que não há volta a dar? Fazes sempre a "rebendita" e eu não me "escramento." Estou arrependida de ter voltado a acreditar em ti e nas promessas que me fizeste... Jurei que seria a última e hoje ao fim de tanto tempo as lágrimas vieram e caíram por tua culpa. Não voltas a gozar comigo. Eu, a olhar para ti com a cara inchada, óculos embaciados, fungando e sem conseguir te ver e tu a fazeres-me chorar ainda mais? Foi o fim...desiludiste-me! Não te compadeceram as lágrimas nem as  palavras mal-ditas. Eu prometo...tu prometes...e nenhum cumpre! E depois...volta tudo ao mesmo. Sou fraca por acreditar que um dia vou deixar de chorar. E parva por voltar a acreditar que

Tal filha tal pai ou tal filho tal mãe

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a filha da avogi  - Vou até lá acima... - disse o mê senhor - ver o que o trabalhador já fez. - Referindo-se ao homem que está a tratar a terra para a sementeira e lá acima é o terreno onde tenho a horta.- Aaaah, e levo o Gu-Gu. Respondo eu - Vai depressa...antes que ele faça merdinha! Gu-Gu rapazinho tento à conversa diz...- Cocó. Boa, mê Gu-Gu pelo menos já sabes o significado de merdinha. E quem sai aos seus... E fez-me lembrar a sua mãezinha, minha filha, que disse certa vez em que estávamos presos no transito e o mê senhor bufava e sai-lhe pelo boca fora: Esta merda não anda!  E eu, mãe consciente e educada com uma filha que tinha  sempre as antenas no ar disse: Olha a pequena! E ela a bater-me nas costas suavemente em jeito de "tá-descansada-mamã-que-eu-não-ouvi-nada" ou então "não-te-preocupes-que-não-sou-mal educada-como-o-papá" disse: "Agora que xou piquinina digo pucaria max quando for grande vou dizê merda como o papá"  Os exemplos

Obrigada

Pelos vossos desejos sinceros de Parabéns ao pai das Pulgas - meu genro. Já os entreguei e em nome dele e da família agradeço. Aproveito para rectificar o dia da Festa, não é Sábado, mas Sexta-feira. O convite está feito resta esperar pela comitiva. Ah, o lugar...esqueci-me de dizer... é aqui no meu rural.

É dia de festa na quinta ...e no Sábado

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Por que hoje o pai das Pulgas faz anos, (somente 32 anos) é dia de jantar na casa da família Pulguedo. Sábado é aqui no meu rural. Sim, que o rapaz não queria nada (é sempre assim), mas vai ter, "uora" se vai. No ano passado foi surpresa e ele ficou assim como que...sem palavras...sem jeito e: caramba rapaz, não é sempre que se faz um 31 ! Mas este rapazinho (como às vezes o chamo) faz mais do que um 31 à vida dele para ajudar a minha vida e nunca me diz que não a nada...nada. Ele trata da tia-velha quando vou de férias. E que grande responsabilidade! Vem cá buscá-la para a levar a jantar a casa das Pulgas volta para pô-la. Ajuda-a...mais do que...eu possa sequer imaginar! Isto sem falar da paciência para a aturar. E ele é sobrinho-neto por afinidade. Esta é... uma forma singela de lhe dizer: Obrigada. "Atão"  sábado a festa é por minha conta. E venham todos que há lugar. E já sabem: "Barriga cheia e oferta debaixo do braço."  Não, não é hoje..É S

Se tu visse u qu´eu vi ó...i...ó...ai

Bem, vou tomar fôlego para relatar...(aqui na minha terra relatar é dizer mal ou falar mal dos outros, mas não é nesse sentido)..."dinfiada" o que eu vi na padaria. "Aquintrodia" fui comprar pão à noite. Fui com o "mê chôfer" (uma espécie de dois em um: motorista e marido) tal era o apetite de pão fresco. ("Nã  tou pranha" caramba, não se pode ter um desejo?) Lá na padaria e, enquanto se espera que o padeiro venha perguntar " o que vai ser... " vejo e o mê senhor também (pois ele olha para onde eu olho) um murganho passar do compartimento de atendimento ao público para o sítio onde se faz o pão. (Prontes, ele também gosta de pão fresco à noite e não espera para ser servido, serve-se.) Quando o padeiro veio e antes que esquecesse o mê senhor (que é o cabeça de casal por isso é quem fala; a mulher não abre a boca...) disse-lhe que um ratinho tinha saído das paletes e entrado. O homem sorriu com tamanha naturalidade como se diss