Geração à rasca, à rasca mesmo.
Um chouriço, vulgo arrumador de carros, encravava um cigarro a um homem que passava. -Olha, tem mais gente ali dentro vai lá encravar a eles.- respondeu-lhe, apontando para dentro do café e não lhe deu o cigarro. Ele, o arrumador, zangado respondeu. - Nem sequer dão dinheiro para comprar cigarros! Ora bolas, malta ingrata esta gente que vê um arrumador a fazer o serviço, a trabalhar para todos nós, ali no duro, limpinho como todos, sem cheiro a álcool e nem uma moeda lhe dão? Ingratos que até um cigarro lhe recusam. O homem está ali ao sol, ao frio com um cigarrinho para lhe aquecer as beiças e de vez em quando vai a dentro do café tomar um sumo de uva fermentado e ninguém se compadece dele? É obrigatório contribuir com uma moeda para poder comprar uma carteira! Caramba, até é barato e na volta compra também uma garrafa de vinho do barato que a vida está cara. Cambada de tesos e forretas como chamou-me a mim e a a todos os que não contribuíam.