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Este meu caco velho

Não tenho sido leitora assídua de blogues, não tenho retribuído as visitas que tenho tido, não tenho sido bem-educada por não visitar quem me visita e levar uma chávena de chá, tudo por causa deste computador, deste estapor, que achou de enrascar agora. O do mê senhor está virulento, ou seja, tem um vírus que duplica os acentos, o "piquininho" como eu o chamo, tem o disco encravado; este caco grande agora deu-lhe para não me deixar colocar uma foto (só peço uma foto) no ambiente de trabalho e de cada vez que ligo leva, para não mentir, duas horas para começar. Depois, quando vou atrás de linques, ele prende, e fica  a rolar..a rolar...a rolar... rás parta, aparelho dum raio! Dá-me uma vontade mórbida de jogar este caco pela janela fora, calha bem que as tenho fechadas não fosse a ira que sinto já ter intentado fazer o que a mente me manda. Por isso minhas darlingues e meus darlingues por aqui a coisa tá preta, ou seja, muito preta. Se alguém quiser oferecer-me um assim ma

E a verdade seja dita

- Avó - diz a minha neta do meio, a de cinco anos - não vale a pena estares a limpar isso - quando aí pelas 10 da manhã varria eu ao quintal para que pudessem andar de bicicleta. Com uma cara do género: "coitada da velha que trabalho inglório!" - Mas porquê? Achas que não devo varrer? - Ora, daqui a pouco tá sujo! E nem foi daqui a pouco, foi no preciso momento já saiu com a bicicleta debaixo do braço que deitou o conteúdo da tralha que levava para a brincadeira na rua. Mas que é uma boa filosofia, lá isso é ... Para quê limpar se vamos sujar?

Tão simples quanto isto!

Ao almoço, ouvindo as notícias sobre a Ria de Aveiro, aproveito, como sempre, para fazer uma breve lição de geografia à Pulga - a maiveilha. - Há rio e ria. Sabes qual é a diferença? - Pergunta mais idiota (digo agora depois de ouvir a resposta), para uma criança de sete anos que vive numa ilha sem rios nem rias e somente conhece Portugal Continental de breves férias. Sei - diz peremptória - o "o" e o "a" no fim. Toma para não fazeres perguntas parvas. Mas a resposta, essa, foi tão simples e certeira. Linda Pulga, coisa mailhinda de sua avó!

Mas onde guardei eu a excomungada?

Olhem lá, pipole, se souberem da minha máquina fotográfica, ou basicamente, do sitio onde a escondi antes de ir de mini-férias (escondia-a para que os ladrões não a roubassem), agradecia que me dissessem. É que já virei a casa do avesso e estive até agora a pô-la do direito, novamente, a ver se a descobria e nicles, ticles, laricles. Cabeça do filha da mãe que esconde tão bem que depois não se lembra mas digo: deve estar tão bem escondida nem ladroes a encontravam. Shite!

Atão eu ia ficar em casa?

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- Avó, tu vais com esses sapatos!? - perguntava-me a Pulga - a maiveilha, com o dedo esticado, apontando para os meus sapatos; quando, depois do almoço, entrava no carro para regressar à escola. Com os olhos tão abertos de surpresa por eu ter nos pés uns sapatos velhos de andar por casa que por sinal até eram da tia-velha. - Não servem? - E olho para os sapatos ao mesmo tempo que faço uns passos de bailarina e coloco um à frente outro atrás como se estivesse numa passerelle.   Ela ri-se. Digo-lhe que não vou sair do carro que regresso logo a casa por isso não há necessidade de levar os sapatos de ir à missa (por que antigamente os melhores sapatos eram os de levar à missa no domingo). - São sapatos de velhinha! - diz-me com cara de remédio, encolhendo os ombros como quem diz:  não há remédio com esta minha avó!,  e para terminar sem ofender, remata com - Mas ficam-te bem. Pudera, se continuasse a reclamar dos sapatos ia a pé... Fotografia: E ia eu mostrar os tais sapatos? Não,

Uma noite em Nova Iorque

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Não, não vou passar uma noite em Nova Iorque; não, também não é aquela cena do feicebuque em que se diz quantos dias vamos passar a um sítio em vez de se dizer o dia de anos. Não, também não é um sonho nem tão pouco um desejo até porque Nova Iorque não é um sitio que me interesse visitar, pois sairia de lá com uma dor no pescoço de tanto olhar para cima; sou mais rapariga de superfícies planas e onde se possa ver o horizonte. Falo do livro de Tiago Rebelo. Oferta da minha cunhada pelo meu dia de anos, e já lá vão uns mesinhos (fiz anos no ano passado), mas só agora tive oportunidade de começar. Está em modo de arranque. Sinopse "Uma Noite em Nova Iorque" é uma complexa história de encontros e desencontros, promessas e desilusões; mas também uma história de descoberta e de esperança, que reflecte o dilema dos protagonistas divididos entre duas forças poderosas: a obrigação de perpetuar uma união que já não lhes traz alegria e a urgência de correr atrás de uma eno