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Coisas para as quais a pachorra é nula

Passar a ferro. Irra, esta roupa cresce como erva daninha. Céus, como detesto! Inventem um sistema em que a roupa se engome sozinha e eu serei a da frente na porta da loja nem que para isso monte a barraca.

A idade, essa perversa!

Com a idade as doenças crescem como cogumelos no inverno. É a artrite, a tensão alta, a osteosporose, a perda de audição, da visão, as faculdades mentais e outras que tais. O que nunca pensei adquirir com o avançar da idade é...um conjunto de moscas. Sim, moscas nos olhos e que me vão acompanhar desde a quinta feira passada, até estes belos olhos azuis, tipo Liz Taylor (mentira, são castanhos- terra) serem comidos pelos bichinhos. Bem queria que fossem incomodar outra velha como eu, mas não. Estas são minhas. O que não vem em pacote "terceira idade" é o dinheiro. Esse malandro escasseia e é tão necessário para, com dignidade, gerir os cuidados de saúde que merecemos. Os idosos assemelham-se a um condor. Com dor aqui, com dor ali...

Tudo hoje

Consulta de oftalmologia, mê Gu-Gu adoentado, e uma tarde de chuva. Tantos dias para chover e foi logo hoje, tantos dias para o neto adoecer e precisar de ficar na "azavó" e foi logo hoje, tantos dias para marcar a consulta e foi logo hoje. Mas se isto não tem a mão do demo não sei o que diga.

Uma boa dilatação de dez em dez minutos

Ah, está a fazer uma boa dilatação, diz a enfermeira a olhar para mim. Eu agradeço, pois que nos partos anteriores o meu problema foi mesmo a falta de dilatação. Sinal que este parto será rápido. Seria se eu estivesse de esperanças, mas não. Refiro-me à menina do olho que dilatou-se bem. E uma dúvida atroz me assolou. É que se eu soubesse, há anos atrás, que a menina dilatava-se bem teria sido uma oportunidade de ter tido os filhos pelos olhos. Um por cada olho. E não teria sofrido tanto. Incertezas esta minha vida, só incertezas.

Um rapaz tão generoso e vai preso?

É mal-injusto, a sério. Um rapz daqui do rural, trabalhador, rapaz dado em ajudar a família, por vezes mais do que a si próprio, ofereceu durante o mês de Janeiro (já que na Festa ele não pode, certamente), electrodomésticos desde fogões, frigoríficos, arcas ongeladoras, passando pelos telemóveis, LCD,s, tablets, mais uns jogos de porcelana para almoços e jantares, uns atoalhados a fazer conjunto, e ainda uns edredões, caramba, tá frio no meu rural e o rapaz não quer que a sua família viva com frio e sem ter diversão. Preso por isto mesmo, por ser generoso, oferendo tudo isto à sua família sem esquecer que ele também precisava de uns equipamentos e depois uma máquina de secar roupa, de lavar, e tudo o que é necessário a uma vida folgada. E a família ficou tão feliz! Bem sei que isto tudo era roubado da loja onde trabalhava e, agora, a sua família feliz vai ter de viver como vivia antes destas ofertas, pois tudo vai ser devolvido. É mal-injusto! E eu pergunto, a família feliz nem per

Uma sala cheia...

...de mulheres e homens. Os homens de pescoço esticado olhavam para cima, as mulheres, ao invés, olhavam para baixo. Eles esperavam o golo, no ecran gigante colocado na parede, elas cuscavam no telemóvel, as tendências para a Primavera. É assim quando se juntam, homens e mulheres numa sala, a ver futebol.

Como pode ser um bom domingo...

...se chove lá fora? Pouco, mas chove. Domingo é sinónimo de sol, céu azul e crianças a brincar alegremente. Domingo é alegria, gargalhadas, passeios... Mas com chuva embora pouca corta por completo toda e qualquer ideia de ver brincadeiras ao ar livre, no parque. Portanto, por aqui pode-se sempre montar a barraca na sala. E dizem que aos domingos o céu é mais azul? Hoje não.

Eu estou bem, obrigada por perguntarem...

...o olho direito é que não. Mas segunda feira, certamente, ficará em tratamento, vou ter de deixá-lo no oftalmologista para limpeza. Somente uma infestação de moscas e pontos negros e cometas a alta velocidade, além de estrelas cadentes, portantos, darlingues, está assim o meu olho.

Cancro ou salvo-seja

A minha mãe, que Deus a tenha no seu eterno descanso, dizia que, quanto mais se dizia a palavra "cancro" mais aumentava. Creio que ela tinha razão. Da sua boca nunca ouvi a palavra, sempre, em sua substituição, dizia quando falava de alguém que fulana tal tinha um " salvo-seja". Infelizmente, minha mãe morreu com "um salvo seja". O meu tio, a minha irmã, cunhado, sobrinho...sem falar dos amigos que já partiram. Novamente "o salvo seja" voltou à minha família. E, hoje, dei a pensar que a minha mãe tinha razão. Banalizou-se a palavra. Usa-se, até, na brincadeira. E ele propaga-se e avança sem dó.

Pensamento meu: atitudes de crianças em adultos

Aquela atitude muito própria das crianças no que respeita à amizade. É como se fosse uma pertença, "a minha amiga é minha não é de mais ninguém". Detestam partilhar amigos. E quando se zangam tendem a fazer "ciganas", como se diz por cá, correndo a arranjar outra para ocupar o espaço deixado pela anterior. O puor é quando deixam de se falar. E quando estão no mesmo espaço começa o espectáculo numa de fazer inveja à amiga numa forma de dizer: "ah, já não preciso de ti". Uma exibição de carinhos, gargalhadas altas, o olhar de esguelha, tudo com um propósito: fazer ciganas à amiga. Exibir-se. Em crianças é um comportamento próprio da idade, próprio do crescer, mas em adultos de sessenta anos é deveras surreal, absurdo.

Estive em França...

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...quando fui a Bragança. Sou viageira.

É quando mais se precisa que menos temos

Refiro-me a papel higiénico. Ontem deu-me uma vontade de fazer uma necessidade, fora de casa, coisa que abomino nesta vida pois a coisa não me sabe bem...e estou em sobressalto se batem no preciso momento em que... se abrem a porta...se ouvem... Enfim, um desassossego, mê dês, um desasossego. Ontem deu-me aquela vontade mórbida e toca a acelerar o passo para...enfim, percebem. Estou no sítio e não há PH. Mai góde, que cena. Calha que eu ando sempre com um pacote de lenços. Pois, lenços, mas eu mudei de carteira! Refundeei e lá no fundo, bem no fundo, tinha um lenço meio usado e que deu. Foi aqui que me apercebi a quantidade de PH que gasto em casa para fazer o mesmo serviço que acabara por fazer com um mísero lenço de papel usado! Em casa é só puxar pelo rolo e quando pára, corta, embrulha na mão e....já está. Desculpem este poste, mas vai a modos que reflexão.

Uma novidade

Tenho frio. Está frio no meu rural, a temperatura ronda uns míseros dezassete graus o que para nós é sinal de vestir um sobre-tudo, as luvas oferecidas no natal, mais as botas de esquimó e enrolar no pescoço um cachecol e, quiçá, as meias de lã. (Credo, parece que enrolamos as meias ao pescoço. Não senhora, as meias nos pés.)

Tenho tanto medo...

...e cada vez mais de andar de avião. Mas porque razão numa península tão grande fui nascer aqui numa ilha? Se não tivesse mar em toda a roda seria o ideal.

Detesto saber isto!

Detesto saber que há malta nova (não acredito que raparigas da minha idade o façam) que usa o pijama para andar todo o dia em casa como se de um fato de treino se tratasse. Só imagino, fazer as tarefas domésticas assim vestidas e depois, à noite, meter-se na cama. Dormir e andar todo o dia com a mesma roupa ou melhor, andar todo o dia e dormir com a mesma roupa? Credo! Jamé. Fotografia: E, hoje, deu-me saudades do Douro, aqui, encondido por detrás de uma acácia, como se diz por cá, ou mimosa como se diz por lá.