Só visto! E de bico fechado obedeci!
Hoje tirei o dia para fazer umas renovações cá ao pêlo. Há muito que ninguém metia as mãozinhas no meu couro cabeludo. Olho para o espelho e pergunto-lhe o que modificar, ele responde: pinta pinta pinta. Eu revolto-me e dou-lhe um soco, mas pensando que se calhar ele tem razão. Pego em mim e saio para ir ao cabeleireiro com a palavra "pinta" no miolo. Entro no espaço e digo que vou pintar o cabelo. De branco. "Ai não dona Gi, isso não." Vá lá, dona Ana - disse à cabeleireira há muito do meu cabelo. -perguntei ao espelho e ele mandou-me pintar. Não não não. O seu cabelo tem uma cor magnífica. Os brancos misturam-se com os mais escuros e parece madeixas. Atão corte - ordenei. Isso sim, dona Gi, isso faço, agora pintar não. E de tesoura em punho zuca zuca zuca cortou-me o pêlo pelo carrolo. Mas pintar, jamé.