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Médico de família

Já aqui falei e muito sobre o serviço público de medicina familiar. E falarei até que a voz me doa (como dizia a Amália). Dia de consulta no médico da Caixa é igual a dia de stress e irritabilidade. Levei a tia-velha. Não demora nada, parece que o senhor doutor tem uma mola no rabo que salta de doente em doente. Mal entro já saio. É só passar a receita. E é aí que me irrito: A receita. Ora bem, sempre ouvi dizer que para cursar medicina a matemática é importante. Mas será realmente esta disciplina importante? Acompanhem-me no raciocínio. Um determinado medicamento contém 60 cápsulas. É tomado duas vezes ao dia. Portanto (2x30=60) dá para um mês de 30 dias que se for de 31 já não dá.. Matemática da vida diária não é preciso curso para fazer estas contas! A consulta é de 2 em 2 meses. Falta uma? Pois ...falta uma caixa!!! Porque é que o senhor doutor passa uma caixa do medicamento, sabendo que marca a consulta para daí a 2 meses? Não sabe fazer contas? Distracção? Excesso de t

Quando tiver a cabeça boa, avise

- Em que mês tamos? - Perguntava-me a tia-velha com um calendário na mão. -Pense! - peço-lhe Olhou, mirou e ... - 6 de Abril. Dia em que fui ao médico.(Não sei onde foi buscar esta data, pois hoje é que foi ao médico. Alguma facto guardado na gaveta da memória) - Errado. - Agosto não é. O Bruno faz anos. E nã tamos em Agosto! (Deve ter visto o tempo carrancudo!!!) E continuava com o calendário na mão. E termina com a frase feita, usada sempre que não sabe responder ou engana-se: -"Eu hoje mesmo nã tenho a cabeça boa!" Mas ...quando é que tem?

As duas e porque não?

Hoje de manhã digo para a minha tia. - Vamos tomar banho. - As duas? Havia de ser bonito as duas dentro do poliban ... Mas uma coisa é certa. Sempre que lhe dou banho, ela fica dentro do poliban e eu fora, mas apanho com água também.

Gavetas abertas = mau presságio?

Mas que coisa, dizem e é verdade: "Mania é pior que louco." A minha tia não pode ver gavetas abertas ou entreabertas. Mas também não levanta o "rabichol" ou rabo ou cuzinho para as fechar. Nestes dias de chuva mantenho-as abertas, algumas, por causa do cheiro a mofo. Estávamos a ver televisão sentadas uma ao lado da outra e ela... - Podes fechar as gavetas? - Não. - "Gavetas abertas, sepulturas abertas". Dizem que as gavetas abertas chamam as pessoas para a morte.- Explica-me.- Alguém vai morrer! Basta ver a página dos mortos do diário.

Hoje pior que ontem

A tia-velha hoje não dá uma para a "Caixa" como se diz por . Hoje havia de cismar que eu sou a tia das minhas netas. E todo o santo dia que ainda por cima está sombrio devido à chuva para falar em sobrinhos e tia. -Quem vai buscar hoje as meninas? O pai? Ou a tia?- Perguntava ela. - Que tia? -Sabendo bem a quem se referia. - Tu. Não és tia delas? - Pense bem, elas o que são a mim? - Sobrinhas. Ora nem mais se eu sou a tia elas são as sobrinhas.

A rainha das azáleas

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(esta faz parte do meu reino) Segundo a minha tia-velha esta é a rainha das azáleas. Mas para rainha tem pouco reinado. Pois assim que nos encostamos a ela, cai. É muito frágil. A rainha devia ser mais forte, mais consistente e não tão sensível ao toque. Aqui está a prova que nem todos as rainhas reinam muito tempo. Neste caso é só até alguém se aproximar e roçar...

Na idade das perguntas

A minha tia-velha está nesta etapa da vida: "A idade das perguntas". Que dia é hoje e tenta adivinhar (mas nunca acerta, claro) Ela vê-me aqui no computador (todos os dias). Embora ela saiba que eu estou reformada, pergunta-me se "amanha" vou para escola. Digo que não que já estou reformada, mas não vale a pena; esquece-se e, repete vezes sem conta, a mesma pergunta. - É um trabalho para a escola? - Disse lhe que sim (não vale a pena explicar o funcionamento e utilidade de um computador). - Tens sempre muito trabalho. Todos os dias. (Mas hoje está terrivelmente esquecida. Já não há quem a ature. Só pede para ir para casa). Perguntas do dia: Onde está a chave... a roupa...o porta moedas...a carteira...quem a vai levar a casa...é hoje que eu vou... Hoje é a minha sombra! Mas noto-a deprimida também! Toneladas de paciência precisam-se. E de medicamentos para avivar a memória.

Ajuda e ajuda bem

A minha tia agora gosta de se sentir útil. Então ajuda-me nalgumas tarefas básicas como colocar o leite no frigorífico (sempre no lugar errado) lavar a loiça (deixando resto de comida) e sacudir as bases que coloco na mesa para o pequeno almoço. Ao acabar ela faz um montinho com as migalhas do pão, arrasta para a beira da mesa e tenta, digo tenta  recolher com a outra mão. Resultado: as migalhas espalham-se pelo chão e quem vai passar o aspirador? Exactamente. Eu. Ora quem havia de ser?

Problema resolvido

Ainda há dias escrevi que a minha tia-velha quando desliga um interruptor da luz, liga o outro que está junto. Pois bem, acabou-se o facto de ter de ir todas as vezes de seguida atrás dela apagar a luz que havia deixado acesa. Coloquei fita-cola num. Estético não está, mas assim não tenho de controlar as entradas e saídas dela da casa de banho.

Holter

"O Holter é o registo continuo de 24 horas do electrocardiograma, durante a actividade diária normal. Destina-se a detectar anomalias intermitentes e a correlacionar os seus sintomas com eventuais alterações do electrocardiograma". A minha tia foi hoje colocar um. Quando foi feita a marcação perguntei se era pago este exame. A funcionária da clínica disse que não. Mas hoje... - São 20 euros. - Como? - perguntei. - Então quando marquei disseram que não era pago. - Ah, a minha colega deve te pensado que queria pagar no acto da marcação. Por isso disse que não. Mas é. Há realmente situações que me deixam indignada. Não é por pagar 20 euros que se é necessário fazer há que pagar, mas por não haver unanimidade na resposta. E depois é ver taparem o rabinho umas das outras. (Coisa que não existe na classe a que pertenço: a docência).

Tenho tido muito trabalho

A minha tia vê-me aqui no PC , mas claro não atinge que é puro entretenimento. Então ainda há pouco me dizia. - Vais trabalhar mais? Eu respondi que sim. E continuei sentada. Ela a meu lado. - Tens tido muito trabalho! - Disse com cara de pena por mim devido ao excesso de trabalho. " Ai titia! Tanto, mas tanto que tu nem imaginas a trabalheira que me dá estar aqui a ....trabalhar !

Desliga um liga outro

Na parede da entrada da casa de banho há uma tomada com dois interruptores que se referem às luzes do tecto e do lava mãos. Minha tia entra liga um só interruptor. À saída desliga esse e liga o outro. E lá vou eu ...eu ...eu ...a caminho de ... interruptor para desligar.

Um passito pa delante um passito pa trás

A minha tia faz tudo com calma assim como a idade e a saúde o permitem. Mas tem o hábito de não fechar portas nem apagar luzes nem...outras coisas mais. Estava sentada na sala e de lá observo que saiu da casa de banho e não fechou a porta. Dirige-se para mim... - Feche a porta- digo-lhe. - Hã? - E continua a andar na minha direcção. - Feche a porta - digo mais alto. - Hã? - E continua a andar... Mais perto de mim...mais distante da porta. - Não fechou a porta da casa de banho.- E já está à minha frente. Direita-volver-voltar atrás para fechar a porta.

Não tem dedo para anel

Ontem a minha tia estava pronta para sair. "Deito o olho" ao quarto e estava sentada na cama, enrolando um bocado de papel higiénico. Aproximei-me e vi que enrolava num aro. Era a aliança de casamento. Claro, como está magra os anéis caem-lhe dos dedos. A solução era enrolar papel à volta para pôr no dedo. (E isto para ela é complicado ainda por cima eram os óculos antigos.) - Se os anéis ficam largos deixe-os em casa. - Mas é a aliança. -Titia, toda a gente sabe que já foi casada e agora é viúva. - Mas não saio de casa sem aliança. Mas saiu.

Ai, vê melhor, pois então!

Agora tenho a certeza que os óculos (novos) estão com a graduação correcta e que a tia-velha vê melhor e bem. Ainda há pouco olhou para mim e disse. - Tás bonita! Só pode ser efeito dos óculos novos! Deixa-me rir...

Novos ou velhos tanto faz

Já que estávamos na cidade uma voltinha a dar era pagar e buscar os óculos da minha tia. Ora bem, pus-lhe os óculos no nariz e perguntei se via melhor. "Não. Tá igual!" Em casa voltei a dizer-lhe que os óculos eram novos. Perguntei se achava alguma diferença. A mesma resposta: "Não" A vizinha telefonou (para saber da amiga). Contei-lhe que tínhamos ido ao Funchal à médica e buscar os óculos, mas que ela nem ligou. Nem se apercebeu que eram novos. Ao jantar, tirou os óculos para deitar o colírio nos olhos. Olhava e mirava. Depois disse-me: - Estes óculos são novos. - Ai, pois são! - respondi,  julgando que tinha fixado o que lhe dissera acerca deles. - Não sei...acho que foi a Dona Bernardete que me disse... Pois, o que a amiga lhe diz fixa o que eu digo escoa-se...

Intoxicação digitálica

Dia de consulta na cardiologista. Depois das resmunguices habituais lá consegui levar a tia-velha. No consultório vomita na presença da médica. Falei que anda desorientada, com vómitos, tonturas, fadiga, em suma: letárgica. Mandou que se fizesse na ocasião um electrocardiograma. Resultado: intoxicação digitálica devido ao medicamento que toma para a arritmia.

Porque...

...É que à noite não preciso de dizer à tia-velha para se despir, mas de manhã preciso de dizer para se vestir?

Alice no país da smaravilhas

Alice (a tia--velha) ontem esteve onde gosta. Na cama(no país das maravilhas). Saí para dar as tais voltinhas. Fui tratar dos óculos para nem ter de sair de casa (agora quando sai fica mal-disposta, dá-lhe tonturas e até vomita). Cheguei a casa (pelas18h) e estava no país das maravilhas. Nem a acordei. Ao jantar chamo-a. - Jantar? Não quero nada. Só para não sair do sítio. Mas a Alice saiu, jantou e voltou ao seu lugar encantado!

Bengalaaaaaaa! Uuuuuuuuhhhh!

-Não sei onde pus a bengala - diz minha tia ao passar por mim. - E já procurou? - Não. E pronto. Sentou-se de sofá à espera que a bengala chegue até ela. Tá mal-enganada!