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Ainda não me mentalizei!

Tem sido difícil assistir pela televisão à devastação da minha ilha e da minha cidade. Mesmo estando longe sinto na pele o sofrimento dos que lá estão. Afinal sou madeirense. E nós povo ilhéu somos chegados por que nos conhecemos ou se não nos conhecemos há sempre alguém na família que conhece alguém. Nem sei como vou me sentir ao penetrar na minha cidade. Não vivi o dia, mas sinto-o. Ainda o sinto. A todos os que me ligaram, deixaram comentário ou que de qualquer forma se sentem solidários com o sucedido agradeço de todo o coração.

Avó-senhora-dona

A Pulga viu a avó Maria (mãe do pai) a última vez no ano passado por esta altura. Naturalmente que não se lembrava da avó. Nós todos os dias falamos nos avós e até mostro fotografias para que não se esqueça da família. Para a avó foi uma surpresa ver a neta. Pelo caminho desde o Porto até Belmonte fui falando na avó Maria e no avô Zé. Lá em casa a Pulga chamava "avó" e quem respondia era a avó Maria. - Diz, filha. - Não és tu. É a avó Gi. Eu "tenteava" as coisas para disfarçar. A Pulga ao fim de algum tempo já chamava pela "avó Maria". Mas quando estávamos sós dizia-me ela. - A senhora Maria não vem? - Não é senhora Maria.- E antes que voltasse eu a repetir a lengalenga dizia ela. - Dona Maria.

Mal-agradecida!

A avó paterna da Pulga deu-lhe um saco cheio de laranjas da laranjeira lá de casa. E disse-lhe para levar à mãe. De manhã o avô fez um sumo e são realmente doces. Ainda há pouco a Pulga pediu-me laranja. E como boa avozinha que sou logo fui descascar uma e mais uma para ela. Quando comia a segunda eu comi um quartinho. Diz-me ela logo ainda eu estava com a boca aberta para dar a primeira dentada. - É p´ra mãe. - Então não comas mais. - Não comas. É p´ra mãe.- Responde com voz autoritária. Quer dizer...a que eu estava a comer é que era para a mãe. Depois de eu ter cortado em partes, tirado a parte branca, a casca.... Mal-agradecida. Só visto, contado ninguém acredita!

Imagens que me chocam

Não consigo olhar as imagens da minha ilha sem que uma lágrima rebelde salte, sem eu dar licença. São imagens que me chocam pela fúria da água. há um ditado antigo que diz: "A água corre para o mar". E lá foi ela em direcção ao mar. Pela frente levou tudo o que encontrou. Mas não posso deixar de referir a incúria de muitos de nós ao julgarmos que só acontece aos outros. Também sei que as ribeiras foram estreitadas para dar espaço ao progresso. A lha não aumentou de tamanho. Havia que ocupar o espaço onde a ribeira passava. Para quê tanto espaço para um fiozinho de água? A resposta está à vista de todos.

E eu aqui sem saber de nada!

Sou acordada pelo toque to telefone móvel. A minha irmã (a viver em Londres) muito aflita a perguntar-me o que se passava na Madeira. respondo-lhe que não sei de nada. "Liga a televisão!" Pedi para ligarem o aparelho e........ As imagens do meu rural!!!! O meu rural sempre limpo...Das ribeiras floridas com buganvilias... nada restava! Só entulho, pedras e água muita água. Imagens de desolação. Só!

Roupa nova

Esta minha Pulga imita-me em tudo. Se visto saia ela, quer saia se amarro o cabelo, idem. Mas surgiu um bigue probleme . A mãe fez-lhe a mala com calças nada saias. Eu trouxe saias. Como pode a rapariga estar igual a mim? E hoje lá fomos ao Norte shopping comprar uma saia castanha porque trouxe roupa nestes tons. E A Benetton estava a 70% . Foi um "ai nos acuda Nossa Senhora de Fátima que ficámos sem dinheiro para a serra da Estrela!! E anda a rapariga de saia nova. Penso que vai dormir com ela como fez com as luvas e o cachecol....