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Subsídio de mobilidade

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  Eu até podia contar a saga do subsídio de mobilidade...eu até que tenho tempo, isso não me falta ...eu até podia dizer que fui quatro vezes ao correio para levantar o subsídio, até podia acrescentar que estive da segunda  vez um hora à espera e da terceira vez cheguei tinha fechado há quinze minutos e reabria daí a hora e meia ...também podia dizer que esperei na porta uma hora e quinze minutos armada de mascarilha..podia contar tudo que, graças a Deus, tempo não me falta...até posso só dizer mais um poucochinho....que fui a segunda a ser atendida e faltava um papel...e até posso dizer que para levantar o dito foram seis folhas impressas: o cartão de cidadão, o bilhete eletrónico, o cartão de embarque....mais o impresso a comprovar que a viagem foi alterada, mais o comprovativo da alteração de aeroporto e ....agora sim, toda a gente a abrir a boca de admiração com o que vou dizer que faltava... Mais um pouco para o suspense que, como disse, tenho tempo... Faltava a copia do email. Si

Quando morre um filho...

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...morre uma parte de nós. Não há palavras que se escrevam para relatar esta perda. Perder um filho é uma dor que perdura toda a vida, pode haver esquecimentos, perdas de memória, mas nunca haverá lugar para colmatar o sentir que perdeu um filho. Por muito idosos que sejamos e mesmo com as falhas de memória inerentes à idade é impossível ficar indiferente a esta dor. Sempre dizemos que pais não deviam passar por presenciar a partida de um filho, estes assistiram a três partidas com pouca diferença de tempo, um partiu domingo, quando fez, precisamente, um ano de saudade. Como passar por isto, não sei e quando se pensava que estes pais, o pai de 91 anos, a mãe de 88, não resistiriam à partida do segundo filho, no ano passado, assiste-se agora a mais um falecimento. Este filho era o amparo, o filho que ficou a cuidar dos "velhinhos" como ele dizia... Onde vão buscar as forças para continuar a viver com a ausência de três filhos? Fotografia: Parque Florestal das Queimadas, Madeir

Esta pandemia

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Este virus dá-nos a volta à cabeça e faz duvidar de tudo e de todos.  Muitos de nós, pessoas de boa fé, e que acreditam na evolução da humanidade, acreditaram que estar em casa, confinados, em isolamento iria trazer o melhor das pessoas, íamos ser mais tolerantes, amigos do próximo e outras virtudes que tinham caído no passado. Enganados, todos nos enganámos, o confinamento não fez nem faz milagres, isso só santo António e outros santos é que faziam, mas noutra época. No tempo presente não há espaço para a amizade, "amar o próximo como a nós mesmos" esse chavão da reza foi ultrapassado pelo amar-me a mim e só a mim. Assisto, incrédula, ao desenrolar do dia a dia das notícias. E posso afirmar que perdi a confiança na humanidade. Ou eu é que sou a visionária de um país em falência de virtudes? Fotografia: Arredores no santuário da Senhora da Abadia, em Amares.

Por muito que lutemos...

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Ainda há dias escrevi que o meu amigo, de ontem, do antigamente, de quando éramos adolescentes e cheios de adrenalina estava no hospital com a vida presa por um fio. Esse fio - que era de cabelo - quebrou. Ontem, pela tarde, a vida fugiu-lhe. Por muito que lutemos, por muita esperança e tenacidade no dia certo lá está ela A Morte - à nossa espera. Foi um lutador, um homem que se levantou de todas as vezes em que caiu. Um percurso de vida sempre à procura da felicidade, em busca de algo que lhe faltava. Ontem entregou-se, deixou de lutar. Até um dia meu amigo de ontem, de hoje e de sempre. Tinha 66 anos, esperança e fé do tamanho do universo.

Há Bancos e bancos

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Fui ao banco para fazer um levantamento, coisa que não fazia há anos...vai daí logo à entrada uma desinfecção, acho bem, depois sentada em frente à funcionaria pede-me o cartão de cidadão, cedi-lhe, mete os dados e começa a desenrolar a minha vida mesmo à minha frente. Casa, carro, crédito, seguros....e desata a falar falar e eu quase sem pachorra para a ouvir uma vez que ia com um propósito, fui deavalorizando o assunto de cada vez que falava. Seguro de vida, estou bem servida, crédito, idem, carro muito bem, casa ibidem e menina despache-me, faça a que lhe pedi que não tenho tempo para mudar nada, dê-me o dinheiro e pronto, caramba. Foi preciso mesmo dizer ao que vinha e deixar-se de vender produtos... No fim, escreveu... escreveu e eu sempre tola ali sentada à espera que partisse uma unha na tecla até que diz: "vou ler a acta." "A acta?" Perguntei, "mas fez uma acta porque razão?" Explicou que é politica do banco elaborar a acta da reunião com o cliente

Doença malvada

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Quando se pergunta à família se o seu parente está a recuperar e se ouve: "tem a vida presa por um fio" o céu desmorona, o chão abre-se e as palavras perdem o sentido. O meu amigo de há mais de cinquenta anos, amigo das tropelias de juventude, das loucuras sadias de jovens numa época em que as brincadeiras eram ao ar livre, subindo árvores para roubar ameixas, arrastar-se serra abaixo num cartão, está no hospital. Quando tudo parecia melhorar vem a doença, a tal malvada que não pede licença para entrar, entra e ao entrar é como se todo o corpo fosse seu...alastra, não dando hipótese de tratamento. Fotografia: Machico, ilha da Madeira

Farta disto tudo

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Julgo que a minha cabeça estava perdida, algures, no pólo norte sem saber o caminho de volta, quando aceitei a proposta de remodelar as casas de banho. É que como se diz "procurei sarna para me coçar" e ainda "quanto maior a nau maior a tormenta". Agora é o tecto. Ai o tecto! Esse deixa-me sem tecto quando olho para os 3 mestres enfiados numa casa de banho com 9 metros quadrados, não sei a fazer o quê, só sei onde porque riem à gargalhada e quando saem parece que estiveram enfiados em farinha de milho branco. Uns anjos... E, depois, olho o chão da sala, dos quartos, da cozinha e vejo que um manto branco cobre o soalho. Mas será que posso viver a reforma com tranquilidade? Quando digo " tranquilidade" refiro-me a perna cruzada ou estendida no canapé da sala, embuseirada no sofá. E, ainda estamos numa, falta a do meu quarto e a julgar pelo andamento desta, na véspera de natal vou estar ainda a ver azulejos a serem colados nas paredes. Onde é que eu tinha a c