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A mostrar mensagens com a etiqueta Esta sou eu e não tenho tempo para mudar

E, pronto, estalou o verniz

Eu não queria acreditar no que os meus olhos viam! Eu que perdi tempo da minha vida, da minha vida que é a modos que um carrocel, vai acima vem abaixo... Não mereço, vocês sabem, pois conto aqui passo a passo a minha vida! Julguei e mal aquilo que pensei ser a coisa certa, era o que esperava e digo que esperei tanto e agora acontece isto!? Queria ser como aquelas mães de antigos alunos que tinham umas unhas de causar inveja até aos roedores. E, depois de muito pensar comprei o catalisador ou forno ou máquina de unhas de gel, como queiram chamar. Mas as minhas unhas, malvadas do diacho, lascam. Leio sobre mulheres cujas aguentam quinze dias. Eu pergunto: não usam as mãos para trabalhar? Ou o defeito é das minhas. Será? Se assim for não há volta a dar estas são as minhas unhas e não há tempo para mudar. Teria de renascer. " Dilhemas ", como se diz em madeirense puro, " dilhemas " de quem gosta e quer ter umas unhas como as que passam na televisão e baba só de ve

Anda ver o mar e esfoliar as costas e os calcanhares nas pedras

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Ohhhhhh , é de areia preta! Devem estar a dizer baixinho com ar de decepção! Pois é, não estamos nas Caraibas! Atão não sabem que a nossa pedra é basáltica? Nunca poderia dar areia amarela. Mas é linda! Ohhhhhhh , mas tem pedras! Ah, pois tem. Atão não gostam de esfoliar os calcanhares e o corpo? Não pagam por uma sessão de massagens com pedras quentes nas costas? Aqui é de borla! Vamilhá correr na praia...Se conseguirem! Fotografia: Praia Formosa, Funchal, Madeira

Começo a ficar farta

Ando aqui numa de: vai-à-rua-entra-pa-dentro-olha-o-norte-olha-o-sul, numa de vigiar o tempo. É que ontem deixei a roupa no estendal da rua a secar ementes almocei. Já estava enxombrada (como dizia a tia-velha), quer dizer: meia seca, e assim que cheguei vou vigiar e, estava novamente molhada (irra espirra) . Tirei da rua, coloquei no estendal interior e pela manhã olhei o céu, não vá o Pedrocas mandar baldes d´'água e eu estar desprevenida, mas começo a fartar de andar a vigiá-lo. Ainda há pouco, cabeça espetada pó ar, nuvens carregadas lá pó norte, o sol brilha cá em baixo. Será que...? Ou será que não... ? É melhor não me fiar no tempo. Vou mazé voltar a por a roupa cá dentro. Ai vida esta de mulher a dias! E Moi-Même (a rais-parta da empregada ucraniana achou de ir de férias!) que não aparece há tanto tempo! É que eu e Moi-Même sempre eram duas a vigiar: uma vigiava o norte outra vigiava o sul. É que a minha cabeça parece um cata-vento. E, também começo a ficar farta dela!

No dia do pai lembro-me da minha mãe

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Nunca chamei pai a ninguém. Não vivi com o meu pai, mas nunca me faltou a figura paterna. Sou a mais nova de cinco filhos. A minha mãe tomou o controle da casa quando o meu pai emigrou. Passou dez longos anos longe de casa, regressou mais pobre do que quando emigrou e com umas ideias que não agradavam à minha mãe; uma delas era violência doméstica. Eu nasci passados uns meses da separação dos meus pais. Conseguem imaginar as dificuldades pelas quais a minha mãe passou por se ter separado do marido, mesmo sendo ele um agressor? Há mais de sessenta anos nenhuma mulher dava este passo. A minha mãe deu, pois não dependia do marido para sobreviver. Tornou-se numa mulher dura. Não manifestava os seus sentimentos. Tinha de trabalhar para sustentar os filhos. E eu crescia sem um pai. Mas cresci. E hoje devo tudo à minha mãe e à minha tia-velha - pois que cuidou dos sobrinhos como se fossem seus filhos para que a minha mãe trabalhasse. Pai? Não precisei de um, tive muitos. Super-proteg

Vá lá, perguntem-me por que estou tão feliz

Eu respondo a dar saltinhos de contente e a bater palmas que nem bebé quando vê um frasco de Nutella. Que felicidade em mim parece que o coração quer sair do peito e gritar: "finalmente!" O ferro de engomar avariou-se. Aleluia. Agora tenho desculpa. A resposta vai ser: "querido, amor de mi bida, por supuesto, no hay fierro, tienes de esperar que se lo compre, si carinho mio? Alegria! Finalmente, um descanso. Olarilha!

Ai, povo enganado! "Vaiam" mas é vestir a gabardina e calçar as botas d' água!

Julgavam vocês que o sol vinha para ficar? Julgavam que iam colocar a bela da tamanca no pé e caminhar porta fora até à babuginha do calhau e espalhar-se ao comprido num metro quadrado de cimento, ai era? Desenganem-se meus e minhas, hoje aqui chove facas e canivetes do céu e o Pedrocas anda a fazer churrasco e a deitar o fumo cá para baixo. E que belo churrasco! A julgar pelo fumo a lenha estava molhada. Pudera, se chove e volta a chover... Mas adiante. Atão, as minhas lindas mulheres cá do burgo até arranjaram as unhinhas dos pés para poder arejar os dedinhos? Vão mazé ao baú buscar o sobretudo, as luvas, cachecol e as meias tricotada pelas mãos da avó que isto ainda vem muito frio. Sabem o adágio popular: "Abril águas mil" que em madeirense se diz: " abrilhe águas milhe ?" A água ainda vai cair antes do fim deste mês, palavra de quem nunca mente. Ui, que frio aqui, no meu rural, deixa-me fazer um chá de limão com sumo, deitar mel de cana e um cálice de aguar

Versão moderna do Capuchinho Vermelho

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  Vai uma rapariga de cesta metida no braço qual Capuchinho Vermelho pela estrada fora, olha para a melhor e mais bonita couve do poio: fechada, em forma de coração de boi, de um verde que satisfaz, apanha-a e assim que a vira descobre que alguém chegou antes dela - da rapariga de cesto no braço que alegremente cantava. Mas que coisa é esta! (desculpem, eu não disse "coisa", mas imaginam o que eu disse, não, ou tenho de dizer tudo?). Um lagarto. Um lagarto estuporado comera toda a parte que estava junto à terra, numa de me enganar. Ai se eu te pego...ai ai se eu te pego, lagarto, deito-te as mãos ao pescoço, aperto-o, morres esganado com falta de ar e de papo cheio, mas nunca mais na vida comes as minhas couves. "Aquilho" (como se diz por aqui) é que foi um verdadeiro repasto. Comeu até ao olho. Seria só um? Se foi já anda há muito tempo. E eu à espera que a bendita da couve crescesse! Crescia de um lado diminuía do outro. Deve ter sido uma família de famintos

Cuidado, eu sou uma mulher que mata

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 O meu vizinho deve pensar que eu sou assim, a modos que tontinha quando ouve-me dar palmas sem haver festa. E sem estar o Quim Barreiros a tocar. Sim, que aqui quando há festa os pimbas vêm todos que até ficam roucos de tanto cantar. Mas, voltemos...Por aqui, no meu rural, há uma epidemia de mosquitos, não há casa que se gabe de não ter pelo menos um. Eu, que nem sempre tenho o Dum Dum (passe a publicidade e não recebo nada por dizer isto), à mão e, como tenho as mãos à mão, bato palmas numa de acertar no demo do mosquito, e posso até me gabar que sou certeira, devia receber um louvor ou uma menção honrosa. Adiante, ainda há pouco um desses atormentava-me. Batia palmas e não acertava e o estapor fugia, quiçá conhece os meus tiques e truques. Tive de me valer do insecticida. Dei tanto que até não preciso de colocar perfume em mim. E, certamente, hoje, não há mosca que resista ao meu charme. Morre logo. Mas o pobre mosquito de perna longa e peito cheio jaz aqui ao meu lado e eu

Seria o milagre que tanto espero

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Para dormir, como um anjo, nada melhor que juntar três factores no quarto: arejado, escuro, silêncio. Eu, rapariga que sentada no sofá dormita mesmo que o filme seja de acção e faz aquele esforço mórbido para ver até final e quando dá por si tem a baba a escorrer pelos cantos da boca e os óculos dependurados no nariz mas virados para Marrocos (que fica ali em frente), assim que desperta do sono, olha para a televisão e fica como que perdida pois que no seu cérebro de abóbora amarela cheia de pevides, não percebe que o filme que começara a ver já acabara há, sensivelmente, uma hora e três quartos e que este já é outro. Atão, a rapariga que sou eu levanta este corpo que já foi  danone,  mas agora é  Michelin,  agarra nele ainda cansado e todo torcido que mais parece uma rosca, devido a estar sentado no sofá, e leva-o até à casa de banho para fazer o que tem a fazer neste sítio, despe-o, ou melhor tira o robe, fica com o rico pijama de bordado Madeira e deita-o. Assim que o deita no q

Nunca vos aconteceu?

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Não. Não digam que não que começo logo a chorar com pena de mim! Não digam que não porque eu, que já tenho a mórbida ideia que esta cabeça só tem pevides de abóbora amarela, vou ali tomar um copo de antidepressivos acompanhado com uma caneca de poncha de Madeira e um cálice de Porto Vintage. Não digam: "ah, cá nada, cá a mim nunca me aconteceu" que eu garanto a nossa amizade termina com este poste. Posto estas referências vamilhá à pergunta: Nunca vos aconteceu chegar à arca congeladora para tirar, neste caso bacalhau demolhado, para fazer uma receita pela qual pensaram a noite toda e chegar lá constatar que o dito bacalhau tinha evaporado? Ou usado noutro prato? Ou, quiçá, nunca existiu? Não?! Ou eu é que sou a descompensada cá do burgo?

Mulheres, sabem o que fazem os homens!?

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Cheguem-se aqui à minha beira, aproveitem os banquinhos ainda livres e virados para o sol que vamos dar início ao uorquechope  sobre o tema: "o que fazem os homens quando as mulheres se juntam para uma saída só de mulheres que inclui jantar". Não sabem, pois não? Atão eu digo, afinal nasci para vos ensinar o caminho da luz. Os homens também se juntam numa galhofada sem mulheres por perto a travar as brincadeiras e vão jantar fora. Pensam que eles ficam em casa a remoer o abandono? Pensam que ficam a encharcar lenços de papel com lágrimas, suor e moncos por serem preteridos? Povo enganado! Eles partem numa aventura em grupo, quiçá, melhor e mais recheada que o programa das suas mulheres. E a felicidade estampada na cara deles é notória, digna de registo. Olhem que eu vi com estes lindos olhos cor de alface, mentira, são de beringela. Mas vi tantos grupos de homens felizes, no dia em que as mulheres se juntaram para uma saída....

Bom dia sol

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Adoro pela manhã abrir a janela e dar de caras com ele, ali, à minha frente desejando de entrar. Afasto as cortinas e deixo-o beijar todo o quarto. Não gosto é de olhar para o chão e ver a poeira que o vento que fez nestes dias aqui, no meu rural. Mas ele não tem culpa de brilhar com tamanha intensidade que na presença dele tudo se vê. Bem me apetecia voltar a fechar os tapa-sóis para não me lembrar que a vassoura ou o aspirador também esperam por mim, não para desejar bom-dia mas para lembrar que domingo - dia de preguiça foi ontem. Mas bom-dia a quem por aqui passa e boa semana, sim?

Acácias no Douro ou não sou eu uma rapariga apaixonada

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Decerto sabem que não resisto a ver rios, principalmente, o Douro que por mim tem uma paixão. E eu por ele, digamos. E quando ele se esconde por detrás das acácias (ou mimosas, tanto faz) floridas, misturando o seu tom azulado com o amarelo das flores não resisto ao seu encanto e subo por ele acima para enchê-lo de carinhos. É o suficiente para nascer um romance entre nós dois.

Agora é sempre a festejar

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Aqui há dias fez 11 anos a minha Pulga primogénita, hoje faz 9 a Baixinha - a Pulga do meio, a que é espevitada como uma cozinheira, ainda em Março o pai delas, em Abril, a mãe Pulga, depois há um tempo para descansar. Maio, Junho e Julho estágio...Em Agosto há o grande arraial - anos do Bisalho (meu filho), em Setembro o mê Gu-Gu, faz oito, três dias depois o avô entra nos 61. Em Outubro e Novembro há anos de primas e algum descanso. Em Dezembro cá a avoGi faz 62 anos.... Chiça, caneco, e novamente há um grande arraial  com comes e bebes (se quiseres, claro, ninguém t' obriga). E, como sempre, o lugar para a realização destas festas é nem mais nem menos que "o palácio" desta escriba. E usando as palavras do meu pequeno homem, o mê Gugu que é um verdadeiro gentleman no que toca a elogios: "avó, tu não és princesa tu és rainha". E depois encho-o de beijos...

Parabéns, que sejas feliz

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Faz nove anos que nasceu uma das minhas Pulgas. Baixinha é a filha do meio e, como todas as filhas do meio é atrevida, desenrascada, refilona quanto basta, sempre com resposta na ponta da língua, com uma piada genuína. Sem medos de assumir. Dizem ser parecida comigo e isso dá-me um prazer enorme. O que poderei dizer mais àcerca desta gasguita? Somente que lhe desejo uma vida repleta de saúde, que se mantenha íntegra nas suas atitudes. Por isso, parabéns Baixinha que a vida te sorria da mesma forma que tu sorris para a vida.

Eu, ele e ela - a outra

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Esta noite éramos três na cama. Eu, ele e ela - a outra - a que de vez em quando aparece para partilhar o leito conjugal. Assim que me deitei percebi logo que ela viria aninhar-se entre nós dois. Lentamente, meteu uma perna, depois um braço quando dei por ela já se instalara e, depois, é ela quem toma as rédeas. Eu sabia que um dia ela voltava. Há muito tempo que não aparecia. Esteve ausente em parte incerta, perdida nos braços de um outro qualquer, mas esta noite veio para ficar. Quando não é uma é outra. Perdi a conta de quantas vezes somos três na cama. E se viessem as duas ao mesmo tempo? Impossível quatro às voltas na cama! Na semana passada "a outra" veio enroscar-se no mê senhor, que noite, mês dês, que noite!, Memorável! Hoje, esta agarrou-se a mim. Não há quem durma com esta insónia e "a  outra" a enxaqueca.

Atão mulheres da minha vida...

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...contem tudo, não se acanhem. Os vossos amores trataram-nas bem no dia de ontem? Sim, no dia da Mulher, claro (esquecidas!). Fizeram a comidinha, da boa, enquanto vocês descansavam a canela e o corpo no sofá? Não me digam que foi um dia normal! Por aqui, houve muito marido (companheiro, amante, noivo, juntado) que deitou as mãozinhas à comida e saciaram as mulheres. E digo... Sorte têm vocês, mulheres da minha vida, de terem um homem assim que arregaça as mangas e faz-se à cozinha. Coisa boa é ver as mulheres sentadas, com um copo de vinho na mão e os homens de avental, empoleirados, à roda do fogão. Ponham as mãozinhas para o céu e benzam-se que maridos desses não há em stock. Esgotou-se o fabrico antes do mê senhor nascer.

Isto não vai só com flores...

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Porque Enquanto houver uma mulher morta às mãos de um homem.. Uma menina violada... Uma jovem mutilada... Enquanto houver mães a matar as filhas a fim de evitar violações... Enquanto houver uma mulher apedrejada em hasta pública por um grupo de homens na presença de outras mulheres que riem da situação... Muito há para ser feito. Porque nós, mulheres, ainda somos quem carrega o futuro no ventre Feliz Dia para todas as mulheres da minha vida e para aquelas que me visitam. E para os homens vai daqui um abraço.

Ele não fala comigo. O que devo fazer?

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Nunca pensei dizer isto mas é a realidade. Eu sou fiel. É um dos princípios básicos de uma relação e, assim que surge uma dúvida nada volta a ser como dantes. Ele que não saía de casa, ele que estava sempre ao meu lado, era com quem eu desabafava as minhas mágoas pois que sabia ouvir sem me julgar... Mas um dia tudo mudou. Deixou de estar ao meu lado, passa os dias fora e algumas noites também. Vou para a varanda a ver se o vejo, pode dar-se o caso de estar por ali, à espera que eu o vá chamar. Mas não o vejo, se bem que já dei voltas a procurar no meu coração o que o levou a isto?! Não sei. Sou-lhe fiel, como já disse, sim, às vezes zango-me quando me afronta com alguma patifaria, mas depois fazemos as pazes peço-lhe desculpa pelos pontapés que lhe dou e pelas vezes que me apetece esganá-lo, mas depois penso que, ele não tem culpa de não me entender. Não fala comigo. Chamo-o para as refeições e fica ali, a comer com a cabeça dentro da taça sem esboçar, sequer, um sorriso e sem o

Deixem-me desabafar, canão sufoco! Diz ela que não faço nada

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Não tenho tempo para nada nem para uma coçadura no lombo, e a minha Pulga - a Maivelha diz que passo o dia sentada a jogar Candy Crush...Que sou uma sortuda, que não tenho de estudar nem de ir para a escola, que posso me levantar tarde e passar o dia sem fazer nada, que queria ser reformada, que os reformados é que estão bem porque não fazem nada, e ela tem de estudar. Mas onde já se viu?! É a ideia que estes gasguitos têm de mim. "Avó, tu não fazes nada". Pois olhem, a minha vida não é fácil, não senhora, a minha vida é um pião, um rodopio valente. De manhã faço os meus abdominais, coisa que comecei há muito tempo e ainda não acabei; é assim como bordar uma toalha de bordado madeira, depois dá-me aquela roeza no estômago e meto lá para dentro quase meio litro de café. Sento-me. Levanto-me para alimentar cachorros e gatos, faço o almoço para os netos e sento-me. Eles chegam almoçamos e sento-me para comer, depois levanto-me para me sentar, desta vez no sofá. Dou umas