Tenho cá uma sorte!
No supermercado cá do burgo pergunto à linda menina de cabelos aos caracóis e de óculos de tartaruga em cima do nariz que peixe era aquele que eu estava a apontar, pois que alabote - era esse o seu nome - não o conhecia. Queria eu saber a nível de sabor, textura, mas a linda menina de caracóis e óculos de tartaruga em cima do nariz pega na embalagem vira e revira e vira depois de revirar, e diz-me do alto da sua sabedoria uma coisa que eu não sabia: "Olhe, é peixe". E sorri. Sorri com aqueles dentes lindos em fila e puxa para cima do nariz os oculinhos de tartaruga que teimavam em descer. Eu olhei para ela com o meu sorriso 25 - o enigmático, tão enigmático que deixou de sorri ao mesmo tempo que passava a mão no cabelo. Este meu sorriso é realmente difícil de decifrar. Eu mantive-me a olhar fixamente para a menina linda de caracóis e óculos de tartaruga em cima do nariz e com um sorriso lindo que me fascinava. Fascinava-me ainda mais a sua desentura e abanar de ombros ao