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Às vezes penso que tenho bom gosto

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E os outros, os que respeitam, os que cumprem, é que são os otários, é isso?

Quem está a seguir?  pergunta o empregado de dentro do balcão, olhando para mim e para uma rapariga ao meu lado. Eu levanto a senha número 92 e constato que as senhas não estão a funcionar, ou seja funcionar funciona, o empregado é que prefere gritar "quem está a seguir" . A rapariga ao meu lado começa logo  "eu é que cheguei primeiro, ai dele se não me atende, não tirei a senha mas cheguei primeiro". O empregado clica até chegar ao 91, pois tinha visto o meu, e ninguém responde. A rapariga continua" eu cheguei primeiro, eu tou aqui há mais tempo". Ele olha para ela com ar de confiança e diz: " quem chega primeiro é atendido primeiro".  Perguntei-lhe a razão da senha, se não é para usar, retirem. É quem nem me ligou. E com sorrisos atendia a rapariga como se eu é que fosse a burra, a estúpida, a incivilizada... Livro de reclamações, pedi. Escrevi escrevi escrevi em suma desabafei. Quando entrego o livro ainda o oiço dizer, apontando com o que

Bem, já que hoje é o dia do pai vou falar de pais e mães e pais das mães e dos pais

Carta aberta...sim, ainda não a meti no envelope nem passei a língua na cola para fechar...aos papás e mamas e pais dos papás e mamas que vão buscar as suas lindas meninas de laço grande na cabeça e  mochila violeta e meninos de colete e calção pelo joelho ao colégio e interrompem o trânsito porque param a bomba assim a modos que mal parada e ficam ali a criar raízes até que os seus meninos lindos de cabelo engomado e meninas lindas de laço virado para Belém cheguem à porta. Papás e mamas e papás e mamas dos papás e mamas, saibam que a campainha da escola toca às quatro horas e só a essa hora é que os lindos filhos e filhas e netos e netas saem da sala. Saibam que ainda a porta da sala não é paralela ao portão e não fica ali ao virar para norte. Saibam que as professoras...e aqui deixo o meu longo cumprimento a elas, não estão, como pensam que elas estão, atrás da porta à espera que dê o badalo para mandar os alunos sairem a correr qual galinheiro de porta aberta a deixar bisalhos ao

Pensamento meu: os velhos não têm quereres

Incomoda-me saber que há quem trate os seus progenitores, ou familiares idosos, como se de lixo se tratasse. Incomoda-me saber que depois de tudo o que um pai ou uma mãe fez pelo filho ou filha, este se descarte com a desculpa para o institucionalizar, dizendo que "está melhor do que em casa". "Lá tem tudo" é o que oiço dizer. Acredito, mas os funcionários nunca substituirão a família, tem enfermeiros que fazem o seu trabalho mas, que nunca darão o conforto de um filho(a). "Os velhos não têm quereres. Ela não quer ir para o lar mas vai" diz-se à boca cheia, "é o melhor para ela" ouve-se dizer a quem se justifica. Ainda há dias, falando neste asunto com alguém que internou a mãe quando o Alzeimer lhe bateu à porta, dizia ela e passo a citar: " foi a pior coisa que fiz na vida. Nunca devia ter internado a minha mãe." Também sei que, presentemente, quem trabalha todo o dia não tem condições para cuidar de um idoso. Sei disso e não sei o

Começo a acreditar neles

Afinal, os senhores da metereologia acertaram quando, ontem, disseram que o inverno vai voltar. Mas digam-me lá, que esta cabeça anda torta de tanto olhar para o céu em busca dos números da sorte, seilhá, pode estar escrito nas estrelas, não é por estes dias que chega a prima Vera? Supostamente, não será altura do senhor inverno deixar de se fazer engraçado (embora eu não lhe encontre a graça, que eu cá sou uma amante do verão embora me inche a veia), e ir-se, será que ele ainda não percebeu que está na altura de abalar!? Quiçá, espera que a sua prima Vera o acorde com aqueles beijos quentes de sol e abraços de calor ao fim da tarde. Entrementes se o virem por aí, digam-lhe que ela está a chegar, que se prepare.

Como ter netos e não ter filhos?

Depois de ter dito às Pulgas que nunca na vida enquanto os meus filhos andaram na escola acartara as mochilas às costas ou aos ombros como agora faço por eles que, mesmo pequenos levavam-nas porque eu não era a mula de carga e que mesmo me pedindo eu dizia que era função deles ajudarem a mãe... Gu- Gu, nem me deixou acabar a lição de moral e bons costumes e interrompe-me. - Mas, avó, tu tiveste filhos? Tu tiveste filhos, avó? - muito admirado de com esta idade ainda ser fértil e produtiva e por não os ter visto nascer, quiçá, estou a caçoar, mas certamente é porque para ele filhos são crianças e não adultos. Baixinha que está mais atenta à vida alheia, olha-o de boca aberta de admiração e com as palmas das mãos viradas para cima como se estivesse a rezar o Pai nosso, diz. - Ó rapaz,  mas então de quem é que achas que é filha a mãe e o Bisalho, hã? Como é que a avó tem netos se não tivesse filhos? Credo! - diz muito admirada revirando os olhos numa de desconsolo por o irmão não perc