No comboio senta-se à minha frente um casal. Ela adolescente, ele já entradote, com entradas na cabeça ou seja quase careca. Assim que se sentam, ela dá-me um pontapé foi sem querer eu sei, mas deu. Trocámos um sorriso, o meu amarelo o dela esverdeado. Mal o comboio desliza começa o arraial, a festa. Eram beijos daqueles de tirar o fôlego, depois uma lambidela na orelha dele, logo de seguida uma transfusão de cuspo. Mexe, remexe, troca a perna, coloca em cima dele. Braço no pescoço, mão na cara, repenica mais um beijo. Eu nem sabia se olhava ou...se olhava! Bem tentava não olhar, fechava os olhos mas, caramba, não ia fazer uma viagem às cegas! Ele, mais comedido, talvez por ser mais velho sorria, mexia-lhe no cabelo. Ela pedia beijos. Beija-me dizia. Só faltou fazerem meninos! A sério! "Querida filha (isto para não te chamar: adolescente "asneirona", parva, sem modos nem decência!) atenta ao que te digo; não era preciso tanta demonstração, deu para perceber o qu