Fez dois anos que encetei uma relação com ele. Assim, sem mais nem menos, meteu-me na cabeça que gostava de o ter, e sempre que o via através da vitrina, babava e mentalmente dizia: "ai se tivesse dinheiro era já". Passava o tempo e o dinheiro não entrava, mas também não saía melhor dizendo, e eu desesperava por tê-lo no meu colo, a tocar-lhe, a esfregar o dedo... Nada, shite, mas para que queres agora aquilo? Perguntavam-me. Ora, e porque não?! Náo é por ser entrada na idade que já me esqueci de como é bom amaciar, procurar, descobrir novas técnicas, ter algo só meu para brincar. Até que um pouco antes de fazer 58 anos já desesperada ele veio aos meus braços: a minha lambreta querida do coração oferecida pelos meus filhos, genro, nora, netos e claro, o mê senhor. Minha lambreta, meu tablet, meu pequeno brinquedo que, tal como uma criança de dois anos não vive sem o ter. E como diz o mê Gu-Gu: "é o que sempre sonhei." E há dois anos que dura e dura...