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"Escrafunchei"...

..."Esgravatei" e cheguei ao vírus. Penso que agora está limpo do pus (da infecção). Era o contador de visitas (opromo). Por isso quem tem infecção e veja se o foco está neste servidor. (Nem sei se se diz assim, sou um pouco estúpida em informática). Por isso, vinde a mim. Testem e digam qualquer coisa. Ah, e... "ó depôs" tiro a verificação de palavras.

A depôs...

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...De tanto me convencer que ontem (domingo) era sábado, olhem, fiquei pasma! Atão não é que arrumei a casa toda? Sabem, aquelas limpezas do catano que dá uma "cangueira" nas pernas para começar e a depôs de começar não há forma de parar? É mais ou menos quando temos mestres em casa, a obrar, (credo, obrar em madeirense é evacuar/defecar), e que: já agora que está aqui, rebente mais um coisinha; olhe já agora...cave mais um pouco, olhe mestre, já agora... deite a parede abaixo e foi exactamente isto: Já agora! ...Limpas, mudas os lençóis, pões roupa a lavar, aspiras... Mas, poça , só depois é que me lembrei que era domingo e o domingo fez-se para preguiçar que nem gato ao sol, além disso é dia santo de guarda e não se trabalha; mas só depois de ter a cabeça à roda de tanto limpar! Estepilha, fiquei reinando, por só me lembrar depois da limpeza estar feita! Ah, se não me virem por aqui, é que ainda estou a limpar. Fotografia: Balsamo num jardim do Funchal.

O significado de amorzinho cá vai

Eu disse: "Amanhã"  mas vai hoje. E como andaram a deitar verdes para apanhar maduras (outra frase dita por aqui quando se quer saber algo e começasse a alvitrar) AMORZINHO é...dar um jeitinho, uma ajuda. Exemplo: se estão duas pessoas sentadas num sofá a ocupar o lugar de três dizemos: olha lá, dá um amorzinho ao rabo. Portanto, um jeitinho. Se está alguém a trabalhar e precisa de ajuda, diz: dás-me um amorzinho aqui? Portanto uma ajuda. vamos lá a ver se fixaram e quando eu pedia um amorzinho era uma ajuda,  mas obrigada àqueles que me mandaram miminhos.Também gosto desses amorzinhos...e dos outros. Constantino e MFC parabéns. E à Sonhadora (madeirense).

Alguém me dá um "amorzinho"?

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Por vezes preciso de um "amorzinho", mas esse não chega até mim. Mazeu ...eu até dou muitos, "uora" se dou; passo os dias nisso; sempre que oiço: "dás-me um "amorzinho" aqui?" É logo. Corro de braços abertos, feita tonta, por vezes a tropeçar das canelas... mas o que eu dou é tão pouco... é o que eu consigo, e como se diz: é pouco, mas bom. Agora que há gente que não faz nada sem pedir um amorzinho, também é verdade! Invejosos, não podem ver uma pessoa a descansar com as canelas em cima do cântaro das flores, a apilhar um pocachinho de sol que é logo: Podes vir aqui dar um amorzinho? Queredo ! E lá eu descruzo as canelas, deixo de fazer o que estava a fazer (pastar) e ...vou lá dar! Mas...e a mim? Quem me dá? A quem posso pedir? À tia-velha? Ao Gu-Gu? Aliás, é a tia-velha quem mais pede. E sempre a mim, claro! Ah, mentira, há dias o mê senhor deu-lhe. Vá lá, e daqui, quem é que me pode dar um amorzinho? Amanhã, digo... não...escrevo o

E sabem quem vi indá pouque?

A Fulumena. Há canos nã ná via! Ela tava cu mareide e cuma rapareiga cagente ná chama de Cabide por ela ser magrichinha. Mas o noume dela é Imílhia. Ela tava da filha da fermácia do Bom Secesse. Agente pôs-se ao paleio.Tá meia trompicada e olheirenta, coitada! Eu nã atremei bem que tava uma azuada, mas parece canda cumas cangueiras nas pernas e comichão da boca do corpo. Apanhou du mareide...a doença; é quele anda na má-vida cas meninas da rotunda, apilhou (a doença) e pegou dela, aquele bode! Estepilha, ca cangalha quele tem! Agora é chibarro, não há nada mais bem-feite! Ah, louca du cão! Até  fiquei entujada! Vim demitada pa casa pa rabiçar! Eita, quem não atremou deiga, queu traduzo!

Quando...

...Se leva a noite toda a sonhar...(e não me venham dizer que um sonho leva somente 25% da noite) é sinal de uma noite bem ou mal dormida? É que a noite passada voltei a sonhar e parece que levei a noite toda embrulhada no sonho e de manhã acordei cansada, mas se fosse só isso até dava graças a Deus, mas não. Acordei virada para o lado direito, oras quando isso acontece é sinal de que passo o dia mal-disposta (do estômago e não dos bofes) em sobressalto e com dores na cabeça, precisamente na parte de trás (que se fosse à frente punha rodelas de semilha na testa e era remédio-santo) Mas pergunto: sonhar a noite toda é sinal de dormir bem?

Não resito. Está aqui encravada! à espera ...para dizer..

...Contar esta conversa ouvida ao balcão da pastelaria. Dois mestres estavam de pé ao balcão em conversa. Pergunta um ao outro: - Queres um garôute ? (Garoto) - Seim. Cularinhe . (Sim. Clarinho) Bem, eu sei que não se deve rir dos outros. Eu sei que é desagradável estar a ouvir a conversa dos outros e passar sinal de cotovelo a quem está connosco, para que oiça. Também sei que ao rirmos dos outros nos cai um tijolo em cima do joanete. Sim, eu não fiz por mal e sei que tanto na Páscoa como no Natal devemos ser humildes. Gozar é feio e Jesus castiga. Mas ao ouvir estas bujardas até Ele se ri. E como Ele se riu eu aproveitei e também me ri. Ao dar a cotovelada ao mê senhor para ouvir, ele, para não rir para fora, riu para dentro e começou a tremer. ...Boa Páscoa para todos.  E não se esqueçam de lavar os pés. Pelo menos hoje sigam os ensinamentos do novo testamento. E obrigada por me desejarem também. (Não é desejarem que eu lave os pés, não é isso, é desejarem boas Páscoas,

"Nãããããã Póóóóóssssseeee!"

A minha tia-velha fez-me lembrar uma aluna que tive em Câmara de Lobos que só dizia: "Nã poooosse" quando na cantina, lhe pedia para comer a sopa. - Tens dores de barriga? É o dente a doer? Tá quente? - Não - respondia. - Então come a sopa. - "Nã pooooooosse!" - É a cabeça a doer? - perguntei ao vê-la com a cabeça entre as mãos.  - Nããã!- respondia com ar aborrecido quase a chorar. - Ó rapariga, então come a sopa. Despacha-e para ires brincar. - "Nã pooooose!" - Não tens fome? - E ela respondia que sim com a cabeça - Então come. - Mas eu "Nã poooooosse!" - Mas... por que é que não podes? - perguntei já aborrecida com a situação. - Nã tenho colheeeer! A tia-velha foi diferente. Coloquei-lhe a sopa e a colher à sua frente ao mesmo tempo que preparava o segundo prato. Comeu a sopa e... Oiço um barulho esquisito de metal a bater no prato. Uma arrastada... Como eu não tinha colocado a faca e o garfo, comeu de colher o arroz, a carne

Hoje...

...Fiz o que tinha de ser feito... All by myself que é o mesmo que dizer: todos puseram-se a milhas para desmontar o pinheiro. Até deixei as janelas escancaradas a ver se a vizinha ao ver-me esbaforida e sozinha vinha cá, mas, cá nada, portas e janelas abertas fez foi ar-encanado e ainda mais poeira. Agora tenho o sofá cheio dela, de poeira, e só desejo que venha gente varrer os armários e sentem-se nele, sim, que não vão estar de pé. Aliás, eu como boa anfitriã vou logo convidá-los a se sentarem e se encostarem relaxados, para melhor comerem os restos da Festa e vou rir para dentro ao ver os rabos e costas deles cheios de brilhantes. Pois com certeza, que limparão com o corpo. E assim já não tenho eu de limpar. Que amigos amigos eu tenho! Tenho andado com umas ideias ultimamente. A sonhar de noite, para fazer durante o dia. Assim ...umas partidas pi-caninas , como diz a Pulguinha, que eu não sou pessoa para (grandes) maldades, mas às vezes dá-me aquela vontade mórbida!... D

Fim de semana, pois então! Vamos cumprir a tradição

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 Segundo fim de semana deste novo ano que começa a ficar velho. Agora daqui para frente é só somar dias até chegar à Festa. ("otavez"?) E hoje vamos cantar "ui reises" a casa da minha comadre (madrinha da minha filha). E não só cantar! Ver a lapinha e ...comer. E não queiram saber o esforço que vou fazer para ...para...ver a lapinha!!! Pronto, já sabia! Uma mosca aqui a "zunir" nos meu "zovidos" disse-me que não iam acreditar nisto "qu ´tou a dezer!" Mas...ainda há pouco, há poucochinho, quando nem uma agulha bulia, nesta quieta melancolia, eu disse ao meu senhor, debaixo dos pinheiros do caminho: Tou enjoada de tanto comer. E de ver tanto comer. Por isso, sai um esforço. Só vou ver a lapinha. Repitam: "Ela só vai ver a lapinha ". Não vou fazer a desfeita à comadre que faz "aquilho" tudo pá gente!!! Mas antes de ir desejo a todos: BOM FIM DE SEMANA!!!

Olhe eu também quero que fale direito e com delicadeza!

- Oooolhiiii. Ah senhoureeee. Tem feixes?? - e nem olha a ver se é a sua vez de pedir. Mete-se logo adiante dos que estão (deve ter as calças para coser,ou o pinheiro para armar... daí a pressa...) Num espaço comercial muito parecido a uma loja chinesa (com cheiro e tudo) perto da minha casa, uma senhora pedia um feixe. Um feixe??? Quê?  (palha..?  molho..?  gavela...?  braçado....? porção...?) Não. Era um fecho (fecho-ecler) o que ela queria!! Um fecho, senhor. E onde entra o faz favor??? Ai, que forma de falar!!! Caneco, eu sou madeirense mas não falo "asseim". Nem a cem nem a duzentos, (usando o trocadilho). Irra...espirra...

Dá-me uma reina quando isto m´acontece!

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Às vezes estou na cama à noite, e vem-me ao pensamento tanta coisa para escrever. Quando sento este rabo que Deus me deu (mas que cresceu, benza-o Deus), na cadeira... olha,  fico a olhar  pó céu à espera de inspiração. Tanto tempo c´olho...qu´a transpiração corre qu´até m´incomoda. E como tava a "dezer"... "aquilho" que à noite está no pensamento, assim qu´m´apranto aqui de dia... nicles, fostes,  foice, "cá te vistes".  Dá de frosques. E põe-se n´alheta. Esfuma-se! Parece que me passam uma esponja na "cachimónia", que é o mesmo que dizer...na mona. Esqueço-me! Ah, mas isto vai acabar. Esta história (de me esquecer) vai ter um fim. Vou mazé   levar um "lapreinhos" (se for pequenino) ó um "lápres" (se for doi grados) e o rol. Também já pensei amarrar uma gaze à volta da cabeça a ver s´os pensamentos não saem. Comássim vou m´intreter-me a praticar a escrita que ao cabo do fim de pôr os dedos nei teclas nun

Há coisas que me tiram a paciência!!!

Esta tarde estava eu com o meu Gu-Gu ao colo...("prontes", já estão a pensar que eu passo o dia com ele ao colo...Não, ele também pega-me ao colo. "Vai-se" alternando...) ...Quando toca o telefone fixo penso logo: alguém para me chatear !!! E não é que acertei?  - Sim, posso falar com a dona Gi. ..- pergunta-me uma voz muito simpática.  Faço logo uma voz de campo, de meia-serra, a simular a empregada. - Ah, a senhora nã tá - respondo logo. - A que horas posso falar com ela? - Só depois "da zoite" (das oito) da noite. - E amanhã de manhã? (amanhã, sábado, imagine-se, me telefonar!... ) - Só depois da "zoite"...                                                   A senhora simpática ria-se...(talvez pelo meu sotaque uma vez que era de Portugal Continental) - E segunda feira? (huuuum, penso logo: será que vou estar com pachorra? ) - Só depois da "zoite"... - Obrigada então... - O lhi, mas deiga quem é pa eu "dezer&quo

Parece que...

...Não vou precisar de dizer os palavrões, aquelas palavras feias (que acho que são bonitas, mas no meu rural dizem que são feias) que eu sei dizer, mas que nã tenho "corage" de escrever!! O tempo vai melhorar (olarilholela). A bem dizer, eu já ando ensopada de água, parece que vou criar rãs e sapos. E começo a ter lodo nas articulações. Ó despois fico com brotoeja e dá-me umas "furtuadelas" no calcanhar que tenho a "arregoar", quando a minha filha me diz que tá sol. Sol? Mas onde? Eu cá nã o vejo!!! Não acredito!!! Ela tá a mentir!!! Deve ser pa me fazer "ciganas". E agora a sério, digam-me vocês que não mentem, há algum lugar, um sítio, uma aldeia, uma vila, uma cidade onde não esteja a chover? É que pode estar frio, a nevar, cair geada e granizo, eu até gosto, mas chuva...não.

É pró menino e prá menina. Vamos fazer o ditado e a cópia

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 Aqui vão as pimpinelas cá do meu rural. Sim, são estas sim, e o nome pomposo das ditas é chuchu, mas cá pra mim chuchu é nome feio ou até carinhoso: " ai meu chuchu !!". " Olha o meu chuchu !! Credo não consigo chamar alguém de chuchu. É como se dissesse: " anda cá, minha pimpinela" . Ou ainda: " Ai minha(meu) linda(o) pimpinel a(o)" Ou: " olha o meu pimpinela vai ali! !! Pimpinelas As pimpinelas também são chamadas de pinelas, pumpenelas ou ainda pepenelas. Também quando vierem ao meu rural comam muita "vaginha". Vá, não é nome feio, nã senhora. Se forem ao mercado peçam "vaginha" que ninguém se ri, quer dizer, não se riem se pedirem "vaginha" mas se pedirem aquela palavra que neste momento estão a pensar ... aí sim, toda gente ri e com razão. "Atão" vão pedir vagina!? É que vagina aqui também é vagina. E essa vende-se mais p´ra baixo do Mercado, na Zona Velha da cidade ou na Rotunda. V

É hoje que vou dar parte dele

Estou a cuspir línguas de fogo, se não querem ficar abrasados, fujam enquanto é tempo. O homem que esteve aqui a limpar o terreno, limpou tão bem, mas tão bem que não deixou nada plantado.                                      Adeus rúculas (palerma, não conhecia então arrancou, e diz ser agricultor)!  Adeus chicórias (que o burro "não sabia o que era" disse ele e julgava que era erva)! Adeus tomates (que estavam bons para consumo)!  Adeus couves (verdes e em espiga, cheias de folhas tenras)! O estúpido arrancou tudo e...deitou fora (gente rica que vive do abono e do rendimento). Ainda se levasse para casa...até ficava mais satisfeita!!!! Pimentos, pepinos...  Pensando melhor, não  vou dar parte dele*. Nã, nã, nã, eu vou é  partir-lhe os cornos (já disse que estou reles, por isso o palavreado). E eu só pedi para cortar uma pimenteira da Índia!!!!      *dar parte dele é...participar à polícia. (Considerem este um post irónico que eu não tenho

Mas porque razão tudo "avareia!" na Festa?

Falava eu com uma amiga da minha tia sobre o ferro de engomar que...foi à vida.  Dizia-me ela. -Vai-se pá Festa vêm as despesas. Há sempre um aparelho que "avareia"!                                                                                                      Eu só espero que mai nada "avareie"! É qu´a Festa ainda vem longe. Looooonge!

Há canos que namacontecia!

E de tanto falar na cesta/sesta ali no artigo no andar de baixo ontem feriado (já "nã malembro" de quê?) as Pulgas saltitavam assim como as batatas fritas na fritadeira. "Atão" para acalmar a fervura não há como dormir a cesta , ah perdão, a sesta.                                       E lá se foice todas ambas juntas as três pó catre de ferro da avó fazer uma naninha que já se tava todas babadas "cu soune". Olha, "drumiu-se"  umas duas horas.                                                      Ah, consolou-me! "Há canos iste "nã macontecia!" Ó despois à noite! Nã tinha "soune" e andei a contar bois durante um "tempe."

Ai a "zarcas"

Estamos a fazer umas obrinhas em casa, nada de clandestinas, estão à vista de quem quer ver. Ora, mas as ditas são nos terrenos acima da casa. Para lá chegar é necessário subir...subir...subir...e novamente...subir. Estão dois antigos alunos meus de quando leccionei Ensino Recorrente (vulgo Adultos). A mim, mete-me dó. Sim, dó de vê-los nas obras, e uma revolta tão grande de não terem aproveitado o curso. E agora estão ali degrau acima com balde "na zarcas" cheio de cimento, degrau abaixo com balde vazio na mão  para carregar. Um deles, o que tem a idade do meu bisalho, já levava a mão nas ilhargas. Coitado! Nas arcas - nas costas

A propósito de: não enjoar

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Nós madeirenses aplicamos o verbo "enjoar" como sinónimo de mau cheiro em vez de má-disposição´. Quando dizemos:" esses pés tão enjoando " referimo-nos ao mau cheiro e não à má-disposiçao dos pés. É comum ouvirmos dizer: - Credo ! Que enjoo! - referindo-se ao mau cheio.           não são os meus pés, eles não enjoam. AvoGi E se alguém dá um pum, em português de Portugal um flato que em madeirense os flatos são: puns, peidinhos, ventos, traques, fófó bufas (desculpem as palavras, mas com asteriscos a substituir letras na palavra não é a mesma coisa) dizemos que deu um...enjoento ou uma...enjoenta.  Ou então "abriste-te?"             Claro que para não "rabicar" e esta é que é a palavra usada para vomitar, não há nada como deitar tabaco (rapé) no "imbigo", cheirar lascas da bacalhau e /ou comer azeitonas durante a viagem. Que para não enjoar (cheirar mal) temos de tomar banho (foi o que fiz). E para não enjoar/marear