A minha tia-velha, em vida, vendeu um aparador a alguém. Nunca me disse a quem. Ontem fui ao governo regional tratar de uns documentos e vejo o aparador na sala do secretário. Os meus olhos não se mexiam, fiquei extasiada, pois não sabia que a tia-velha tinha vendido o dito ao goveno. Mas, uma dúvida pairava no ar. Seria o da tia-velha? Não seria? Tudo indicava que sim. Por via das dúvidas fui até ele sem a presença do secretário, claro, e procurei uma gaveta secreta que o aparador tinha. Lá estava ela. Que felicidade. Abri, devagarinho...ainda tinha os colares, pulseiras e lenços da tia-velha, sinal de que ninguém sabia da existência da gaveta. Como eu tinha um saco de compras, tratei logo de esvaziar a gaveta do seu conteúdo e meter tudo no saco, mas sempre controlando a porta a ver se o senhor secretário entrava. Estava quase a terminar, e um sorriso de felicidade iluminava o meu rosto quando me tocam no ombro. Várias pancadinhas a lembrar que não estava só. O meu coração bati